terça-feira, 12 de outubro de 2010

À ESPERA DE UM MILAGRE


NOTA: 7.
"Geralmente eles chamam o corredor da morte de "a última milha", mas nós chamávamos de "a milha verde", porque o chão era pintado dessa cor." Paul Edgecomb

Logo depois de fazer um filme perfeito, Um sonho de liberdade, o diretor Frank Darabont adapta outro livro de Stephen King (na verdade, Um sonho... é apenas uma das quatro histórias de um mesmo livro) apostando em uma fórmula que deu certo, mas o resultado não saiu o mesmo.
Paul Edgcomb (Tom Hanks) é o chefe da segurança do corredor da morte em 1935, ano da chegada do condenado John Coffey (Michael Clarke Duncan, parecendo muito maior do que já é graças a truques de câmera). Coffey foi condenado pela morte de duas crianças pequenas. Paul cuida do lugar como se fosse uma ala de hospital, ele criou um equilíbrio onde a ala tem uma ordem.
Três chegadas abalam o equilíbrio: um guarda muito cruel e com conexões importantes chamado Percy Wetmore que tem uma estranha obsessão pela morte, um criminoso problema apelidado de "Wild Bill" e a própria chegada de Coffey. Percy é cruel com todos os prisioneiros, Wild Bill é cruel com todos os guardas e Coffey? Ele tem medo do escuro. Apesar de todo o seu tamanho, Coffey é um sujeito simplório que não parece capaz de ferir uma mosca, apesar de estar lá por um crime cruel. Ele muda a rotina do lugar porque possui um dom: ele pode curar as pessoas.
Basicamente, a história é sobre a relação entre um homem negro e um branco, tal qual o filme anterior. Antes, o negro era um observador. Ele foi a testemunha da obstinação de um homem que não se entregou ao sistema. Aqui, o negro lembra Jesus Cristo. Um homem com um poder incrível que é incompreendido pela sociedade. E pelo lugar que está, condenado a ter o mesmo final.
Darabont é um cineasta que gosta de contar uma história com calma, muita calma. Ele não se apressa para estabelecer o local onde os personagens moram (neste caso, trabalham) ou mesmo o próprio desenvolvimento de cada um que aparece no filme. O que de certa forma é ótimo, por dar papéis sólidos aos seus atores, e de certa forma porque parece combinar com o tempo que as pessoas passam lá. 
Qual o problema? Certa hora percebemos que estamos levando muito tempo vendo o tempo que as pessoas passam lá. O diretor perde muito tempo com subplots que não acrescentam muita coisa interessante para a história. Como o aparecimento do ratinho, por exemplo. Está certo que o rato aparece bem durante o filme, mas a primeira vez é uma longa e desnecessária sequência.
Um dos grandes acertos do primeiro filme, era que Darabont não procurava a emoção, muito menos o choro. Não há um close naquele filme que possa dizer isso. Aqui ele faz o contrário, o que dilui parte da emoção que deveria vir naturalmente.
História interessante, com bom elenco de peso e atmosfera envolvente. Mas de certa forma fica sempre parecendo que o filme poderia ir além. Principalmente, com uma edição que deixasse o filme mais ágil. Infelizmente, Darabont não repetiu seu sucesso de estréia e só recentemente conseguiu se reciclar, adaptando novamente um roteiro de Stephen King e lançando o bom O nevoeiro, mas aqui a intenção ficou pelo caminho.

8 comentários:

  1. Não concordo, principalmente na parte que vc diz que a emoção que deveria vir naturalmente e tal, comigo foi bem o contrário, o filme me emocionou bastante, principalmente na cena final, algo que nunca tinha acontecido comigo.

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  2. Só achei muito forçado.
    Muitos closes em rostos chorosos e coisas do gênero.

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  3. Realmente um filme maravilhoso profundo, lindo,arrebatador!

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  4. The Green Mile é um dos melhores filmes que eu já vi. Durante sua longa duração, nunca tiro os olhos da tela. Apesar de já tê-lo visto uma porção de vezes, sempre parece que é a primeira.

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    1. Realmente tem muita gente que gosta.
      Só não acho tão bom assim.

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  5. Parabens este filme é incrivel

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    1. Estaria fácil na minha lista dos dez melhores filmes de todos os tempos.

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