segunda-feira, 11 de outubro de 2010

SHAMPOO (1975)


NOTA: 6,5.
"A diferença é que não transo com ninguém por dinheiro. Eu faço pela diversão." George

Talvez muita gente da platéia mais nova não saiba quem é Warren Beatty, mas durante muito tempo ele foi um dos grandes nomes do cinema. Talvez por isso esse filme seja decepcionante, porque Beatty junta grandes nomes criativos e entrega um filme morno, que não se conecta plenamente com a platéia.
Ele interpreta George, um cabeleireiro que se aproveita da fama de que todo cabeleireiro é gay para dormir com toda sua clientela feminina. E mesmo quem não é cliente. Seu sonho é abrir seu próprio salão, o que deve ser para poder dormir com mais mulheres ou para ter mais liberdade para dormir com elas. Porque até mesmo para realizar seu sonho ele não se esforça tanto quanto para seduzir alguma mulher.
O mais prejudicado com essa sede de sexo é Lester, um rico empresário que pode vir a ser o financiador do salão de George. George dorme com a mulher, amante e filha dele. Na verdade, a amante, Jackie Shawn (Julie Christie), é quem George acredita que seja seu verdadeiro amor, mas com um homem como ele, é difícil dizer com certeza.
O roteiro foi escrito por Robert Towne, que alguns anos antes havia sido aclamado como um gênio pelo seu roteiro de Chinatown (que realmente é fantástico, mas que ao que as pessoas dizem, teve muita influencia de Polanski). A história foi encomendada por Beatty oito anos antes do seu lançamento, mas Towne sempre alegava problemas para a entrega. Isso reflete no filme, e não apenas porque a história se passa em 1968, ano em que Nixon foi eleito, mas também pela confusão que a história é. Nunca sabemos ao certo sobre o que o filme se trata e apesar de entregar bons momentos, nunca realmente engrena.
Ao final do filme, George tenta acertar sua vida, mas já é tarde demais para ele. Todas as suas relações estão fadadas ao fracasso, seja em qual nível for. Ele nunca foi sincero com ninguém até aquele ponto. Talvez a idéia de passar o filme durante a eleição de Nixon fosse uma forma de comparar todo clima de mentira que o governo dele gerou na população (Nixon renunciou por causa do escândalo de Watergate em 1974), mas as confusões do roteiro não permitem que a questão seja bem aproveitada.
Parece que vai ser um ótimo filme quando lê os créditos e acaba decepcionando um pouco. Tem seus momentos, em especial quando Julie Christie, que não gostava do personagem mas fez porque tinha um caso com Beatty, diz para um homem: "Pode fazer o que eu quiser? O que eu quero é chupar o pau dele." enquanto aponta para George, mas não sai disso. Não afetou a carreira de Beatty, que ainda faria outro grande sucesso de críticas na sua carreira com Reds, mas poderia ter ido além.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...