segunda-feira, 29 de outubro de 2012

007 - OPERAÇÃO SKYFALL


NOTA: 9,5.
- Juventude não é garantia de inovação.

A frase não foi escolhida por acaso. A série do espião mais famoso do mundo completa 50 anos agora em 2012, e não podia usar esses anos de forma melhor. Ao longo desses anos, houveram sucessivas tentativas de revitalizar a série, mas nenhuma tão dramática desde de que Daniel Craig assumiu o papel em Cassino Royale. Era o reboot para os novos tempos, e neste terceiro filme da retomada, este é o filme mais conectado com o mundo real e atual.
Muito bem dirigido pelo oscarizado Sam Mendes (Beleza americana, Estrada para perdição), o filme continua com a tradição de belas mulheres, tiros, lutas bem elaboradas, explosões e locações exóticas, mas o melhor de tudo é que ao mesmo tempo ele consegue surpreender a plateia e qualquer fã. Pela primeira vez um passado sombrio do herói, um vilão genial (interpretado soberbamente por um Javier Bardem com uma cabeleira dourada) que se equipara a grandes vilões da história do cinema, e um final tão bom como há muito não se via em um filme estrelado por Bond (se é que já houve um final assim). É a revitalização da franquia alcançando seu ápice de forma a nos manter acreditando que ainda veremos James Bond nas telas por outros 10 anos ou mais. Quem sabe por outros 50 anos ainda?
Acho importante ressaltar esse fato, porque é possível que isso tudo não fosse necessário. Apesar de estar lançando bons filmes ultimamente, é muito provavel que as pessoas ainda acompanhem o herói no cinema pela força que o nome dele ainda tem. Ele não sobreviveu 50 anos por acaso. Acredito mais é que as pessoas vão se identificar com o que estão acostumados a ver. Por isso é tão louvável e admirável que tenham conseguido fazer um filme tão bom que possa agradar tanto aos que querem ver o que estão acostumados quanto ainda se preocupem em surpreender os novatos e demais interessados.
O filme abre em Instambul, onde Bond e Eve (Naomie Harris) estão na perseguição de um mercenário que roubou uma lista com os nomes reais de todos os agentes secretos a serviço da Rainha. Bond persegue de moto pelos telhados da cidade até chegar no trem onde é baleado e cai no rio. Enquanto se encontra "morto", o MI6 recebe uma série de ataques. É quando Bond se vê na obrigação de voltar ao trabalho com uma ferida no ombro, fora de forma para os padrões da espionagem e com uma mira tremida e imprecisa.
Ainda enferrujado, Bond recebe sua missão de um novo Q (Ben Wishaw) que agora tem pouco mais de 20 anos de idade, que lhe entrega uma arma (WALTHER PPK) e um dispositivo de localização para encontrar Silva (Bardem), um ex-agente responsável pelos recentes ataques e pelo vazamento dos nomes dos agentes. Silva quer acertar as contas com M (Judi Dench), e a batalha levará para Skyfall, o lugar onde Bond cresceu antes de ir para o orfanato.
Mais ainda que trabalhar o passado do herói, pela primeira vez, um filme coloca M no centro da ação. Não apenas ela é o alvo do ex-agente e agora terrorista, como suas decisões são questionadas pelo governo britânico. Questionam que talvez seus métodos tenham se tornado antiquados. Enquanto isso Bond continua sua rotina de jogos, lutas e bebedeira sem amassar seu smoking. Com a exceção de que desta vez, o filme exala um frescor que faz parecer que estamos assistindo a tudo pela primeira vez. Sem deixar de nos lembrar que a série é antiga, colocando uma série de objetos e referências de filmes antigos durante a exibição.
Tivemos esperar 50 anos e 23 filmes para esperar pelo passado do herói, mas o que posso dizer é que a espera valeu a pena. Pela primeira vez, vemos que há um preço a se pagar quando se mata mais de 10 pessoas por filme. Se me perguntarem, é o filme que se equipara (se não supera) ao Dr. No, de 1962, e que apresenta o melhor Bond de todos os tempos. Craig dá mais dimensão ao personagem que seu antecessores. Bond deixa de ser um personagem que apenas dá tiros e dorme com mulheres e passa a ser um personagem completo. Com passado e profundidade.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

OS INFRATORES - LAWLESS


NOTA: 5.
- Não é a violência que diferencia os homens, é quão longe eles estão dispostos a ir.

Em O poderoso chefão, acompanhamos uma família de mafiosos, mas durante todo o filme somos lembrados que eles são os bonzinhos, já que as outras famílias cometem atos de crueldade muito piores que qualquer membro da família Corleone. Dentro daquele universo, eles são os mocinhos e estamos dispostos a torcer por eles. Aqui, essa linha não existe. É um filme que mostra simplesmente homens atacando homens das formas mais cruéis possíveis sem qualquer distinção de ordem ou humanidade. Como torcer por personagens assim?
Antes que alguém reclame, que fique claro que não exijo que os filmes sejam sobre pessoas boas (O poderoso chefão com certeza não é) ou que não tenham violência, mas seria interessante observar algo que os levassem a ser do jeito que são. Não apenas observar como são violentos porque isso simplesmente está escrito no roteiro.
A história é sobre três irmãos que ganham dinheiro durante o período da lei seca vendendo uma bebida alcoólica que eles mesmos fabricam e que parece ser bem popular entre a população local. Suas vidas parecem ser bem tranquilas, até que um agente especial do governo, Charley Rakes (Guy Pearce), chega na cidade para perturbar essa tranquilidade. Ele se une ao xerife numa ação contra os irmãos, mas o mais estranho é que essa ação (Matar? Acabar com o negócio deles? Assumir os negócios?) nunca fica clara. Claro que ele é tão mau quanto qualquer outro nesse filme, e é tão traiçoeiro que a fica a pergunta de como sobreviveu por tanto tempo mesmo entre víboras.
Forrest (Tom Hardy), Howard (Jason Clarke) e Jack (Shia LaBeouf) tem um negócio de fachada para as suas operações. É uma espécie de posto de gasolina com restaurante que não deveria funcionar sequer como fachada, já que durante todo o filme eles não tem sequer um único freguês (pelo menos não que eu me lembre). Quando as mortes de ambos os lados começam a acontecer, é óbvio que o filme somente pode acabar em um grande tiroteio.
Ainda que se espere pelo grande tiroteio, a verdade é que depois de grande dose de violência já se perde interesse nos personagens. Seja nos irmãos assassinos ou no federal psicopata. Prestamos menos atenção nos interesses românticos de LaBeouf e Hardy (interpretadas por Mia Wasikowska e Jessica Chastain, respectivamente), que somente devem estar no filme para não termos um elenco exclusivamente masculino.
É um filme com uma produção muito bem-feita sobre homens, alguns ignorantes, violentos. Com um elenco muito bem escolhido e inspirado, mas que não tem uma história que saiba aproveitar os talentos que vemos na tela. Tudo que eles fazem é viver em um código bárbaro e sangrento, vivendo e morrendo em meio de tiroteios. Pra piorar a situação, o filme tem maior duração maior do que parece necessário, e acaba virando uma questão que gente precisa morrer para o filme finalmente terminar.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

ESPELHO, ESPELHO MEU - MIRROR MIRROR


NOTA: 5.
- E a rainha percebeu que se quisesse continuar bela... bem... Branca de neve teria que fazer o que faz de melhor. Cair.

Uma moda atual do cinema é recontar as histórias antigas com mais malícia e ação do que haviam sido contadas antes. No caso de Branca de Neve, temos essa versão para agradar os mais maliciosos, e uma outra versão com Kristen Stewart no papel título que vai agradar quem busca mais ação. Há todo um cuidado especial com o visual para que nenhuma cena pareça nada menos que linda, só é uma pena que esqueceram que sempre é bom tomar cuidado com a história para não estragar tudo.
O filme, não é uma adaptação fiel do conto ou mesmo do desenho animado da Disney, mas também não é uma sátira e nem sequer chega a ser uma história original levemente inspirada em qualquer outra fonte. Não consegui definir exatamente qual é o propósito deste filme senão tirar o dinheiro das crianças que não tinham idade suficiente para entrar na outra versão com Stewart, porque se fosse apenas para mostrar uma versão mais feminista da personagem, bem... Isso foi feito em ambas.
Ao mesmo tempo que mostra um lado mais moderno de sua heroína, o filme degrada os pobres anões, que no filme parecem uma parte fuleira do bando de Robin Hood, com exceção de que aqui eles apenas roubam para eles mesmos. E eles usam ainda estranhos trajes para facilitar a vida de roubos que não me pareceram muito interessantes na tela.
Roubando a cena temos Julia Roberts como a rainha. Ela cai muito bem no papel da mulher que casou com o Rei, e quando este foi para a floresta e nunca mais voltou, deixou sua enteada presa no castelo até seus 18 anos. É dela também a narração do filme. Sua única preocupação é consigo mesmo, o que faz o reino passar de um lugar feliz para um miserável por conta dos impostos que ele coloca sobre o povo para sustentar seu luxo.
Mesmo com os impostos, seu lacaio Brighton (Nathan Lane) lhe informa que ela está falida. Por isso ela pensa em poder se casar com o príncipe Alcott (Armie Hammer), que anda pela floresta tentando realizar um ato heróico mas acaba sempre resgatado sem suas roupas. Mas ainda assim é um príncipe, e a Rainha sabe que casar com ele pode ser o fim de seus problemas financeiros.
Claro que o príncipe também conhece Branca de Neve (Lily Collins, a filha do cantor Phil Collins), e que os dois se interessam um pelo outro. Branca é ingênua e pura, o oposto da Rainha. Uma personagem adorável mas que realmente acaba ofuscada por Roberts com seu jeito imperioso e autocrático. Ela consulta o espelho localizado em um lugar um tanto bizarro, mas nunca faz a famosa pergunta. O fato de estar envelhecendo, cria pelo menos uma cena hilária na véspera do baile que ela irá realizar para o príncipe.
Visualmente tudo parece funcionar bem, e o filme até conta com certa graça. Mas o diálogos são tão pobres que a beleza vai se esvaindo aos poucos, e conforme o filme avança, começa a ficar chato porque toda a surpresa visual já passou. Não há muito interesse em acompanhar a rainha e Branca ou Branca e o príncipe. O diretor Tarsem Singh é muito bom para criar cenas belíssimas, mas é uma pena que peque tanto no principal, que é contar uma história.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A TODA PROVA - HAYWIRE


NOTA: 8,5.
- Você não deve pensar nela como um ser humano. Isso seria um erro.

As mulheres ganham cada vez mais espaço nos filmes de ação hoje em dia. Tanto espaço que já não é incomum vê-las como protagonista de grandes filmes do gênero. O que é incomum é ver uma lutadora de MMA (Artes Marciais Mistas) como a protagonista de um filme de Steven Soderbergh. Gina Carano ainda não mostra grandes qualidades como atriz, mas o diretor sabe como disfarçar isso muito bem. Mas aqui ela mostra que suas qualidades são agilidade, força e um verdadeiro talento para a luta.
A verdade é que mencionei as qualidades de Carano como atriz, mas pouco importa neste filme se ela sabe atuar ou não. Ao seu lado temos um elenco afiado, um roteiro com uma história bem interessante e uma direção segura como o diretor costuma entregar. Ela é Mallory Kane, que trabalha para uma estranha firma nos EUA que presta serviço para o governo fazendo o trabalho sujo. Em filmes como Missão Impossível, o governo contrata agentes que parecem não ter ligações governamentais. Aqui, parece que é mais fácil terceirizar o serviço.
Pra piorar as coisas, existem uma série dessas agências que ficam cruzando uma com as outras, e muitas vezes interferindo uma com as outras nos trabalhos. E claro que, num tipo de trabalho como esse, ela descobre que não deve (ou seria pode?) confiar em ninguém, já que os agente parecem trocar de lado e de empregadores tão facilmente quanto aceitam o trabalho. Mas o que permanece como grande enigma por boa parte do filme é porquê está sendo seguida, já que parece tão eficiente em seu trabalho. Difícil imaginar que ela tenha feito alguma coisa errada.
Entre empregadores e perseguidores, fica uma impressão que existe algo de estranho na escalação de Carano como protagonista. Não pelo seu físico, que é totalmente apropriado e muito bem usado no filme durante as cenas de ação, mas sim pela qualidade do elenco secundário que inclui Channing Tatum, Michael Fassbender, Ewan McGregor, Antonio Banderas e Michael Douglas. Minha melhor teoria é que Soderbergh é desses diretores que conseguem quem querem pro papel que querem.
Este é o primeiro filme de ação do diretor Soderbergh focado em cenas de artes marciais, e ele  provavelmente supôs (na minha opinião, acertadamente) que o público não estaria muito interessado em muitas cenas de diálogo. Como em um bom filme B de ação: chega rápido, forte e direto ao ponto. Não parece ter muitas cenas com efeitos especiais, mas com o avanço da tecnologia fica difícil dizer com certeza.
O que eu posso ter certeza, é que depois de ver Carano correndo, atirando, chutando e depois quicando na parede para chutar de novo, o filme não fica devendo em nada para outros similares com marmanjos nos papéis principais. Claro que também causa um estranhamento que alguém queria ficar nessa linha de trabalho considerando a taxa de mortalidade mostrada neste filme, mas o interessante mesmo é ver o tratamento dado por um diretor de primeira linha para um filme desse gênero. E ainda que não seja um filme que entrará para a história, é muito melhor do que a grande maioria das porcarias que são lançadas mensalmente.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

SELVAGENS - SAVAGES


NOTA: 8,5.
- O fato de eu estar contando essa história não significa que eu estarei viva ao final dela.

Meu ódio será sua herança, mostrava bandidos americanos quase aposentados que se misturavam com uma nova era de bandidos muito mais cruéis que eles. Assim como no filme de Peckinpah, Oliver Stone nos mostra uma história que lida mais ou menos sobre o mesmo assunto. Ainda que seja um pouco estranho o fato da maldade estar sempre do lado mexicano, é interessante vermos a evolução da maldade no velho oeste e num tempo mais próximo de nós.
Os americanos são Ben (Aaron Johnson) e Chon (Taylor Kitsch), dois produtores e distribuidores de maconha que atuam no mercado da Califórnia. Os dois vivem num triângulo amoroso com O, abreviatura de Ophelia (Blake Lively). É ela quem começa narrando o filme e diz a frase de abertura da resenha. A história do filme é tão distorcida, que acredito que possa dizer que é possível que ela esteja viva e morta ao final do filme. Apesar de parecer um conceito estranho, quem assistir entenderá.
Eu poderia dizer que o que teremos será uma batalha entre o bem e o mal, exceto que não há ninguém neste filme que esteja do lado do bem. O que temos é o lado americano que lida com os negócios de maneira tranquila usando a violência apenas quando necessário, e os mexicanos liderados por Elena (Salma Hayek) que usam de violência para conseguirem tudo o que querem e pior ainda, um tipo extremo de violência que conta com decapitações e corpos queimados.
Ben e Cho recebem um vídeo com várias cabeças no chão no que pode ser um trabalho realizado por Lado (Benicio del Toro), o braço direito de Elena. A mensagem é clara, eles devem negociar uma divisão de negócios ou se arrepender. Eles planejam sair de cena e ir para outro continente para evitar uma guerra, mas Elena rapta O e eles devem cooperar até encontrar uma forma de recuperar a mocinha. E antes que alguém pergunte, isso não é um spoiler. Qualquer trailer do filme mostra isso. Contar o que vem depois seria um spoiler.
Nessa trama toda, ainda temos o personagem de John Travolta, Dennis. Ele é um agente do departamento anti-drogas dos EUA que aceita propina de Ben e Cho. Não tenho certeza do quanto ele finge estar dando informações para os dois e o quanto ele está se aproveitando deles para conseguir informações. Ele é um ponto de interrogação na trama, e muito interessante.
O mais interessante de acompanharmos aqui é como Stone lida com as negociações por O. Depois de alguns filmes um pouco decepcionantes do diretor, é bom vê-lo voltar à velha forma num filme que explora o "lado negro" como ele costumava fazer. Além disso, poderá se interessar pela volta ao lado lúdico que ele parecia ter perdido a vontade de contar. Não é seu melhor filme nem um filme com tanto entusiasmo quando começou sua carreira, mas com certeza é tão interessante para nos lembrar deles.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

HITCHCOCK TRUFFAUT 37: A TORTURA DO SILÊNCIO - I CONFESS (1953)


NOTA: 7.
- Eu abusei da sua bondade. Você que me deu uma casa e uma esposa. Até mesmo amizade. Uma coisa tão maravilhosa para um refugiado, um alemão, um homem sem lar.

Um filme menos celebrado do diretor, mas que toca em uma questão interessante da igreja católica. Um padre ouve a confissão de um homem, Otto, que trabalha na sua paróquia. Otto homem lhe diz que estava tentando roubar um dinheiro de um advogado, quando flagrado acabou cometendo assassinato. Coincidentemente, o advogado estava chantageando uma mulher que teve um caso com o padre, e este sem poder dizer quem é o real assassino, pois foi uma confissão, acaba sendo acusado pelo crime.
O diretor diz que lhe faltou humor nesse filme. Não que isso quer dizer que faltem cenas engraçadas no filme, mas ele sempre procurou tratar de assuntos sérios com uma certa ironia. E talvez pela sua criação em um colégio jesuíta, ele não tenha conseguido encontrar uma forma de deixar o filme menos tenso. Até mesmo seu protagonista, Montgomery Clift, leva um semblante sério durante todo o filme. Não que isso seja ruim, o ator se destaca no filme com uma ótima atuação, mas apenas talvez indique a forma como o diretor tratou o filme.
Um dos problemas do filme e que incomodaram muitos críticos na época, é o fato de sabermos desde o início quem é o assassino e que o padre sabe sua identidade logo na primeira cena. Por mais que a plateia saiba que o padre não pode trair o segredo que ouviu no confessionário, se espera que ele faça alguma coisa para sair daquela situação. Mas de forma alguma, o roteiro dá qualquer alternativa para que ele saia daquela situação. O que ele faz durante todo o filme é aceitar que vai para a prisão pelo crime de outra pessoa. Situação atípica em um filme de Hitchcock.
Além disso, Hitchcock toca em outro assunto. Ele demonstra que certos personagens não servem para serem filmados. Sempre há pessoas que você conhece que quando conta para alguém, esse alguém não acredita que possa existir uma pessoa assim. Católicos sabem que o padre deve ficar calado, mas pessoas de outras religiões não aceitam esse conceito. O personagem do padre, é um personagem que não traz credibilidade para uma parte da plateia, portanto ele considera que houve um erro na concepção do filme.
Independente se a plateia pense que o padre deveria ou não contar, o fato é que o filme arrasta essa questão por muito tempo. Tanto tempo, que em determinado momento o filme toma um outro caminho e se prende por uma boa quantidade de tempo para contar a história de amor entre o padre e a mulher chantageada. História secundária que pouco acrescenta ao filme.
Não é um problema de ser um filme ruim, apenas se esperava mais de um filme do diretor que nessa época já gozava de certa fama. Ainda assim temos belas cenas, onde ele mostra sua habilidade em contar mais que os diálogos conseguem. Como na cena quando a mulher do assassino está servindo café para os padres e tenta descobrir as intenções de Logan. Eles não trocam uma palavra, mas sabemos exatamente a tensão que há na mulher. Cenas que só encontramos em um filme de Alfred Hitchcock.
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