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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

OS INFRATORES - LAWLESS


NOTA: 5.
- Não é a violência que diferencia os homens, é quão longe eles estão dispostos a ir.

Em O poderoso chefão, acompanhamos uma família de mafiosos, mas durante todo o filme somos lembrados que eles são os bonzinhos, já que as outras famílias cometem atos de crueldade muito piores que qualquer membro da família Corleone. Dentro daquele universo, eles são os mocinhos e estamos dispostos a torcer por eles. Aqui, essa linha não existe. É um filme que mostra simplesmente homens atacando homens das formas mais cruéis possíveis sem qualquer distinção de ordem ou humanidade. Como torcer por personagens assim?
Antes que alguém reclame, que fique claro que não exijo que os filmes sejam sobre pessoas boas (O poderoso chefão com certeza não é) ou que não tenham violência, mas seria interessante observar algo que os levassem a ser do jeito que são. Não apenas observar como são violentos porque isso simplesmente está escrito no roteiro.
A história é sobre três irmãos que ganham dinheiro durante o período da lei seca vendendo uma bebida alcoólica que eles mesmos fabricam e que parece ser bem popular entre a população local. Suas vidas parecem ser bem tranquilas, até que um agente especial do governo, Charley Rakes (Guy Pearce), chega na cidade para perturbar essa tranquilidade. Ele se une ao xerife numa ação contra os irmãos, mas o mais estranho é que essa ação (Matar? Acabar com o negócio deles? Assumir os negócios?) nunca fica clara. Claro que ele é tão mau quanto qualquer outro nesse filme, e é tão traiçoeiro que a fica a pergunta de como sobreviveu por tanto tempo mesmo entre víboras.
Forrest (Tom Hardy), Howard (Jason Clarke) e Jack (Shia LaBeouf) tem um negócio de fachada para as suas operações. É uma espécie de posto de gasolina com restaurante que não deveria funcionar sequer como fachada, já que durante todo o filme eles não tem sequer um único freguês (pelo menos não que eu me lembre). Quando as mortes de ambos os lados começam a acontecer, é óbvio que o filme somente pode acabar em um grande tiroteio.
Ainda que se espere pelo grande tiroteio, a verdade é que depois de grande dose de violência já se perde interesse nos personagens. Seja nos irmãos assassinos ou no federal psicopata. Prestamos menos atenção nos interesses românticos de LaBeouf e Hardy (interpretadas por Mia Wasikowska e Jessica Chastain, respectivamente), que somente devem estar no filme para não termos um elenco exclusivamente masculino.
É um filme com uma produção muito bem-feita sobre homens, alguns ignorantes, violentos. Com um elenco muito bem escolhido e inspirado, mas que não tem uma história que saiba aproveitar os talentos que vemos na tela. Tudo que eles fazem é viver em um código bárbaro e sangrento, vivendo e morrendo em meio de tiroteios. Pra piorar a situação, o filme tem maior duração maior do que parece necessário, e acaba virando uma questão que gente precisa morrer para o filme finalmente terminar.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE - THE DARK KNIGHT RISES


NOTA: 9.
- Nós estávamos nisso juntos, e então você sumiu. Agora com essa maldade, Batman deve retornar.

Os dias dos filmes dos super-heróis convencionais ficaram para trás. Christopher Nolan elevou o gênero a um novo patamar com um filme que poderia se passar em um futuro apocalíptico ainda que não pareça muito diferente de algumas notícias que temos nos jornais dos dias de hoje. É nesta Gotham City ameaçada por um terrorismo que praticamente destrói a cidade inteira que Bruce Wayne deve sair da sua aposentaria e reclusão para retornar ao uniforme de Batman, que é provavelmente a única chance de derrotar esse terrível mal.
O resultado é um filme muito ambicioso para concluir a trilogia mas que infelizmente acaba não superando o filme anterior. Pra minha surpresa, este novo filme peca na falta de duas coisas que fizeram grande diferença antes: um pouco mais de humor e mais Batman. No segundo filme, o vilão Coringa, brilhantemente interpretado por Ledger, ainda que fosse um psicopata apresentava humor à trama, ao contrário do sempre sisudo Bane interpretado por Tom Hardy. Fora que a máscara que cobre sua boca tira grande parte de sua personalidade. E Batman parece um coadjuvante em seu próprio filme. Ainda que vejamos bastante Bruce Wayne durante a trama, o herói faz apenas algumas participações antes do clímax do filme.
Bane evoca um homicida que segundo nos é dito, é "mal puro". O problema é que é tão misterioso que fica difícil de saber o que realmente o motiva. O que tem de comum com o Coringa, são os planos meticulosamente planejados e que parecem à prova de falhas, mas que nunca parecem visar algum lucro. Apesar de ser o menos carismático dos novos vilões de Batman, ele deve igualar em tempo de aparição nas telas com Batman e Bruce Wayne juntos.
Ainda bem que o filme é grande o suficiente para introduzir um novo policial chamado Blake (Joseph Gordon-Levitt), dois interesses românticos para Wayne e bastante tempo para os ótimos regulares da série, como Lucius Fox (Morgan Freeman), Gordon (Gary Oldman) e em especial o mordomo Alfred (Michael Caine), extremamente eficaz nas cenas de maior emoção do filme e roubando a cena. Dos interesses românticos, temos a sempre enigmática Mulher Gato (Anne Hathaway) e Miranda Tate (Marion Cotillard), como uma milionário que tenta reerguer as empresas Wayne depois de um golpe de Bane.
A introdução de tantos personagens, porém, faz com que o filme acabe se alongando um pouco na primeira metade do filme, e me fez perguntar em certo momento o que cada personagem estava fazendo. Mas apesar de começar um pouco "lento", na verdade tudo é apenas uma preparação para o espetacular segundo ato do filme, que inclui a prisão onde Bane foi criado e uma guerra urbana para decidir o futuro de toda a cidade.
Apesar disso, é preciso enaltecer o trabalho feito pra essa trilogia. Não me lembro de outro caso em um super-herói tenha alcançado três ótimos filmes, já que geralmente no terceiro as coisas parecem dar errado por alguma razão. Aqui temos um filme sombrio e pesado que vai ao limite do que um herói parece ser capaz de suportar. Como disse, pode não ser tão bom quanto o filme anterior (que é, para mim, o melhor filme de super-herói já realizado), mas com certeza é um final maravilhoso e bastante tenso para uma trilogia fantástica.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS - TINKER TAILOR SOLDIER SPY


NOTA: 8.
- Não somos tão diferentes um do outro. Nós dois passamos a vida procurando fraquezas um no outro.

É assim que acredito que deva acontecer no ramo da espionagem internacional. Nada de grandes cenas de luta, perseguições de carros e grandes explosões. O que temos aqui são homens cansados, fumando e bebendo enquanto conversam incansavelmente sobre um determinado enigma. O enigma aqui é um espião soviético infiltrado dentro do MI6, a inteligência britânica. E, simples como é o filme, o espião não está em algum lugar exótico ou coisa do gênero, mas dentro da sala onde os homens debatem.
O filme é baseado no livro de John Le Carre de 1974, e ao que parece o filme tem um tom autobiográfico. Seu nome real seria David Cornwall, um ex-agente britânico do MI6 que foi um dos traídos por Kim Philby, um espião soviético infiltrado. Nessa versão, os homens são liderados por Control (John Hurt), que estudando uma série de vazamentos de informações conclui que existe um espião e chega a uma lista de 5 suspeitos muito próximos a ele. 
Cuidadosamente, o filme nos apresenta os suspeitos, todos interpretados por conhecidos atores britânicos. Do nome original do filme (Tinker tailor soldier spy), o "andarilho" é Percy Alleline (Toby Jones), o "alfaiate" é Bill Haydon (Colin Firth) e o "soldado" é Roy Bland (Ciarán Hinds). Além disso, temos o "pobre" Toby Esterhase (David Dencik) e o "mendigo" George Smiley (Gary Oldman), o homem de confiança do Control. "Espião", obviamente, é o informante a ser descoberto.
Sem atualizar a história, temos um filme que se passa em londres durante a década de 1970. Descobrimos logo de cara sobre um general húngaro que parece conhecer a identidade do informante. Numa conversa muda entre Control e o tal general, que dá o tom do filme, ele designa Jim Prideaux (Mark Strong) para ir conversar com esse homem. A missão não dá certo e isso serve apenas para alertar os soviéticos. O fracasso causa também o afastamento de Control e Smiley, mas depois que o primeiro morre, Smiley é convocado para encontrar o informante.
O que se segue são inúmeras reuniões em lugares fechados e todas com um nível de paranóia altíssimo, assim como alguns flashbacks que podem ajudar nas investigações de Smiley, apesar de não termos absoluta certeza de que realmente ajudam. Isso tudo filmado através de uma certa névoa (as vezes pode ser fumaça de cigarro) que permeia toda a ação do filme. A câmera segue implacável os personagens se movendo de forma sinistra. Tudo muito eficaz.
O filme é dirigido por Tomas Alfredson, que realizou Deixa ela entrar, o melhor filme de vampiro que temos recentemente, e ele parece acertar em tudo. O único problema do filme, para mim, é o roteiro, que não parece ter conseguido acertar uma forma de resumir a história de forma que ficasse clara. Para total esclarecimento, o filme exige o conhecimento de inúmeros personagens, alguns com nomes complicados, um número ainda maior de acontecimentos e isso sem contar com possibilidades quase infinitas de possíveis acontecimentos. Tudo parece em ordem e no lugar, mas a confusão do roteiro não fez com que o filme funcionasse plenamente para mim.

domingo, 17 de julho de 2011

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE PARTE 2 - HARRY POTTER AND THE DEATHLY HALLOWS PART 2


NOTA: 9.
- Vamos lá, Tom. Vamos terminar do jeito que começamos... Juntos.

Depois de 10 anos desde sua estréia, a saga do bruxo Harry Potter chega ao fim (ou pelo menos ao fim das adaptações dos livros sobre ele). Ele chega ao final dando uma vontade que quase nenhum de seus antecessores conseguiu antes: fazer com que tivéssemos a vontade de reassistir a todos os filmes anteriores. As crianças cresceram, e os filmes também. O filme não tem início e praticamente não tem meio. São mais de duas horas do final não somente do último livro, mas de toda a saga. Um belo e emocionante final.
Como tinha escrito na resenha do filme anterior, eu tinha uma desconfiança que quase todas as partes emocionantes do livro deveriam ter ficado para a segunda parte do filme, e não estava errado. Se a tática de dividir o filme em dois foi puramente para angariar mais dinheiro, não é do meu pecúlio. O fato é que a divisão permitiu que este filme pudesse guardar mais emoções nesse capítulo que em todo o resto da saga. Depois da série ter seus altos baixos, é bom saber que ela termina por cima.
O elenco merece ser (novamente) destacado. Quem diria que o menino que começou inocente dez anos atrás conseguiria se tornar um ator capaz de realizar todas as nuances que seu personagem necessita neste último épico? Seus protagonistas cresceram para se tornarem bons atores. Chegou o momento de Harry Potter enfrentar cara a cara Voldemort, e são as atuações que definem essa parte do filme. E as atuações são ótimas, tanto de veteranos quanto de novatos. São tantos ótimos atores neste filme e até mesmo durante a saga, que qualquer um que tenha ficado de fora vai provavelmente se arrepender no futuro. Claro que os grandes nomes como Michael Gambon, Maggie Smith e John Hurt (entre muitos outros) roubam a cena pelo simples fato de estarem nela, mas nessa última parte quem realmente se destaca é Ralph Fiennes. Talvez realmente seja melhor interpretar um vilão do que o herói.
Tecnicamente o filme também não deixa a desejar em nada. O diretor David Yates, responsável pelos últimos filmes do bruxo, conduz o final com maestria. É uma montanha russa emocional pelo qual ele nos leva para diferentes sentimentos, mistérios e até mesmo guerra. Tudo isso apoiado por duas coisas que me chamaram bastante atenção: uma fotografia primorosa de Eduardo Serra e efeitos que em nenhum momento desviam a atenção do filme, servem apenas para contar uma história. Tudo na medida certa.
Nada vou dizer do filme para não estragar nenhuma surpresa. Quem não sabe o que vai acontecer na história, terá muitas surpresas. Quem leu o livro ficará na expectativa de que tudo corra como leram e imaginaram que seria. Harry Potter é tudo que os blockbusters deveriam ser com um grau de excelência que alguns raros filmes atingem. São todas essas coisas e um ótimo final que farão, pelo que eu acredito, fazer com que a saga viva ainda por muitos anos. E com merecimento, pois acabou ficando melhor do que esperava que fosse se tornar.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

KUNG FU PANDA 2


NOTA: 9.
- A única coisa que importa é o que você decide ser agora.

A continuação não é uma repetição do filme anterior, e esse é seu maior trunfo. O filme é uma sequência digna, se não superior. Não há uma cena deste filme que não seja visualmente brilhante, seja em cores, estilo ou ação. O panda Po e seus amigos, saem de cena com um terceiro ato tão bom que mesmo uma deixa descarada para uma nova continuação não atrapalha em nada. Pode não ter o frescor orginal, mas ainda assim se equipara em charme, emoção e ação.
Po (Jack Black) está vivendo seu sonho. Reverenciado como o Guerreiro Dragão do Kung Fu, ele é idolatrado por toda a cidade que ajuda a proteger além de poder lutar ao lado de seus ídolos das artes marciais, os Cinco Furiosos: Tigresa (Angelina Jolie), Macaco (Jackie Chan), Víbora (Lucy Liu), Garça (David Cross) e Louva-a-Deus (Seth Rogen). 
O problema é que agora eles tem que enfrentar uma ameaça muito mais poderosa que o temido Tai Long, que era um Leopardo. A ameaça é Shen (Gary Oldman), um pavão que tempos atrás era um príncipe que aprendeu a usar a pólvora que os chineses usavam somente para fogos de artifícios em uma arma letal. Quando uma oráculo lhe diz que ele será derrotado por um panda, Shen manda exterminar todos os pandas da região, quando seus pais descobrem seu ato abominável o banem do reino. Hoje, Shen volta com suas armas que podem acabar não somente com a China, mas com o próprio Kung Fu.
Essa é uma animação da Dreamworks, o único estúdio de animação que parece poder realmente bater de frente com a Pixar, apesar desta última ainda apresentar uma qualidade insuperável hoje em dia em termos de história. Mas há uma coisa que a Dreamworks faz com excelência, que é a escolha do elenco para as vozes. Cada ator dá uma personalidade a um personagem que é muito forte e é muito bem escolhido, e é até mais do que se espera em um desenho animado.
Outra grande parte que dá qualidade ao filme é uma boa surpresa: a diretora Jennifer Yuh Nelson. Não pelo fato de ser uma diretora voando solo na direção do filme, especialmente quando se trata de animação. Ainda que as mulheres estejam aparecendo cada vez mais na direção de filmes, elas ainda estão em números poucos expressivos, mas que pelo menos são de grande qualidade. A surpresa é por se tratar de seu primeiro trabalho como diretora e que já apareça em um filme com tanta personalidade. A descoberta da infância de Po é feita com muita sensibilidade como pouco se vê.
Um grande filme e mais uma amostra que a Dreamworks está no caminho certo para ir melhorando a cada trabalho se depender da turma deste panda. Há algumas questão que o roteiro poderia ter aproveitado que não foram explorados, mas nada que o desmereça.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

DRÁCULA DE BRAM STOKER


NOTA: 9.
- Eu não sou um lunático. Sou um homem são lutando por sua alma.

Muitos filmes já foram feitos sobre o personagem, que hoje está em desgraça por causa da Saga Crepúsculo que ainda tem filmes chegando ao cinema. De muito tempo para cá, o personagem original, baseado no livro escrito por Bram Stoker, foi caindo cada vez mais em desuso.
Stoker baseou a história em um personagem real: Conde Vlad, também conhecido como empalador. Era um general do exército que empalava os seus inimigos em uma lança e os deixava escorregar lentamente de uma ponta à outra. Fato que aparece em uma cena maravilhosa logo nos primeiros momentos do filme. Quando também descobrimos que sua amada morreu e ele renuncia a igreja se transformando em um vampiro. Sua idéia é abraçar a imortalidade e esperar a reencarnação de sua amada.
Até que o momento chega, e a reencarnação é a noiva de Jonathan Hacker (Keanu Reeves), Mina (Wynona Ryder). Hacker é enviado para Transilvânia para cuidar da aquisição de algumas propriedades que Drácula (Gary Oldman) está fazendo em Londres. Hacker acaba prisioneiro enquanto Dracula vai tentar conquistar (ou reconquistar?) sua amada. Para se alimentar e permanecer jovem, ele ataca Lucy, a melhor amiga de Mina. O médico dela chama um professor Van Helsing (Anthony Hopkins) para ajudar no caso, formando um grupo disposto a perseguir e matar Dracula.
Coppola é um mestre na direção, mas não consegue acertar inteiramente a mão. Ele é capaz de construir cenas maravilhosas. E muitas cenas maravilhosas. Além disso, o filme se vale de trucagens de câmera ao invés de efeitos digitalizados. Cinema ao modo antigo no melhor estilo Coppola. O visual todo também é perfeito para o tipo de filme, mas ainda assim ele falha ao criar o filme definitivo sobre Drácula.
Isso porque ele está mais preocupado em criar um espetáculo visual do que contar uma história. Copolla se perde em inúmeros subplots e narrações totalmente desnecessárias para a história principal. O desenvolvimento perde a coerência e fica cada mais mais difícil de acompanhar o que está acontecendo. O que é o único, porém um grande, problema do filme.
Até porque o elenco está quase todo impecável. O único que destoa um pouquinho é Reeves, que não acompanha a veracidade e ferocidade  que Hopkins, Ryder e Oldman dão aos seus personagens. Mas nada que chegue a atrapalhar alguma coisa.
Tivesse trabalhado mais na história do filme, Coppola poderia ter levado mais um Oscar para casa. Acabou se perdendo cada vez mais depois desse filme.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O LIVRO DE ELI


NOTA: 6.
"As pessoas tinham mais do que precisavam. Não tínhamos idéia do que era precioso e do que não era. Jogamos fora coisas que as pessoas se matam para ter agora." Eli

A história desse filme lembra muito a premissa de A estrada, filme com Viggo Mortensen. Em um futuro não muito distante, algo aconteceu que deixou o mundo quase inabitável. São mundos pós-apocalípticos em que a única lei é a lei dos mais fortes. Estes sobrevivem levando vantagem em cima dos outros. Claro que em todo filme de desgraças, o lado ruim das pessoas sempre passa por cima do lado bom. E não dá pra falar de instinto de sobrevivência, é a maldade das pessoas mesmo. Eles não roubam as pessoas, eles roubam e torturam e estupram e matam.
Nesse mundo, as pessoas devem usar sempre óculos escuros. Não sei porquê e ninguém parece interessado em me contar. Eli (Denzel Washington) caminha pelos EUA em direção ao mar. Há 30 anos que ele está andando até achar o que deve achar. Eu nunca andei uma distância tão grande assim, mas tenho quase certeza que não levaria esse tempo todo. E lembre-se que Forrest Gump chegava de uma ponta a outra várias vezes em um período muito mais curto.
Como disse, os fortes sobrevivem. Eli, porém, é um mestre de artes marciais especialista em facas, espadas assim como pistolas, metralhadoras e até mesmo um arco. E para mostrar todas essas habilidades, ninguém tenta atirar nele. Isso só acontece posteriormente no filme. Só com a chegada de Carnegie (Gary Oldman), que quer desesperadamente o livro que Eli carrega consigo e lê todos os dias. Claro que Eli não entregará o livro, afinal o livro é a missão dele. E se ele entregar o filme não terá tiroteios e perseguições. Mesmo que depois iremos descobrir que ele não precisava guardar o livro, mas isso não importa. Esse é um filme de ação.
Os irmãos Hughes fazem um trabalho bem decente em contar a história. Primeiro constroem bem personagem e cenário. A fotografia ajuda bastante, dando tons bem sombrios e deixando o filme bem seco. Em algumas vezes lembra um filme de faroeste, incluindo uma cena onde o herói fica cercado por dezenas de bandidos. Pena que os diretores ficam muito preocupados em inserir cenas de ação para agradar os adolescente e a terceira parte da história fica arrastada e chata.
O filme só não tem nota pior por conta do seu final. Apesar de deixar todo o resto do filme com falhas absurdas de roteiro, os diretores acrescentam uma virada na história que é muito interessante. Evita que o filme seja previsível (pelo menos eu não esperava) e é tão boa que se torna independente do resto do filme. Um filme à parte do resto que valha a pena ser visto. Que faz com que o filme seja "assistível".

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O CAVALEIRO DAS TREVAS – THE DARK NIGHT


NOTA: 10.
Quando assisti no cinema pensei que era um dos melhores filmes do ano.
Agora que revi, confirmei minha opinião.

O filme é um deleite pra qualquer espectador.
Tem um dos melhores e mais perturbadores personagens do cinema, magnificamente interpretado por Ledger. É um triller policial de fazer se segurar na poltrona. Tem um bom roteiro. Cenas de ação espetaculares. Elenco impecável. Humor. Não falta nada no filme.

Acompanhamos a cruzada de Batman, ainda tentando livrar a cidade de Gothan do crime e corrupção. Desta vez ele conta com um aliado que pode fazer com que ele possa finalmente se aposentar: Harvey Dent. Ao contrário de Batman, ele seria o cavaleiro branco de Ghotan. O herói da cidade que não precisa usar máscara.

O problema no caminho dos dois é o psicótico Coringa. Atualmente, está virando modismo pessoas normais que fazem atos cruéis Só porque podem. Nolan volta aos tempos em que vilões eram psicóticos e o Coringa é o pior de todos. Ele não quer dinheiro ou fama. Ele quer caos. Só isso.

O elenco de apoio não é menos fabuloso. Eckhart brilha com seu Dent, que faz qualquer um esquecer o personagem de Lee Jones (assim como Ledger consegue apagar até a memória do monstro Nicholson). Ao seu lado estão um elenco de primeira linha, com coadjuvantes como Michael Caine, Gary Oldman e Morgan Freeman. Isso é outro acerto de Nolan. Cada peça do filme é fundamental, e sendo assim, ele se cerca dos melhores atores disponíveis.

Nolan tem um quê Hitchcockiano. Ele mostra controle absoluto do filme. Do roteiro á trilha sonora, tudo funciona muito bem. O roteiro então é outro caso à parte. É excelente. E mesmo sendo violento, passa uma idéia boa, que ainda há bondade no coração das pessoas. Em tempos de filmes onde só há violência sem sentido, O Cavaleiro das Trevas é um alento no cinema.
Se for indicado aos oscars de melhor filme, diretor e ator coadjuvante (ou mesmo de principal) para Ledger, não seria nenhuma surpresa.

Imperdível.
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