NOTA: 7.
“História? Na história estaremos todos mortos!” Bush
Bush me fez muitas coisas. Me irritou. Me surpreendeu. Me fez ter raiva dele. Me fez até ter pena dele. Mas nunca imaginei que ele faria me divertir com ele. É isso que transforma a biografia de Oliver Stone sobre sua vida bem fascinante.
Isso porque quase posso entendê-lo. Não é culpa dele ter se tornado o presidente dos EUA, a culpa é inteiramente do povo que elegeu um incapaz como ele para o cargo de “Homem mais poderoso do planeta”. E a frase acima proferida por ele, mostra o qual ele é incapaz de responder uma simples pergunta se não tiver sido preparado para ela. A pergunta era bem simples: “Qual você acha que será seu papel na história?” A resposta é o tom do filme.
George Bush vive a sombra do irmão, Jeb. Sempre preterido e altamente criticado pelo pai. Nada do que ele faz é bom o suficiente, ou será que ele nunca realmente se esforçou em algum trabalho que realizou? É nessa área nebulosa que o filme de Stone se encaixa. O espectador deve decidir o que pensar sobre ele.
Stone não procura teorias malucas como em seus filmes mais conhecidos. Apenas fatos que parecem ter acompanhado a vida de Bush. E o filme é inteiramente sobre ele. Que bom então que Josh Brolin desaparece dentro de seu personagem. Acredito que os mais desavisados podem olhar para ele e acreditar se tratar de verdade do ex-presidente.
Se não procura teorias, mostra a verdade nua e crua. Como o do porquê de entrar em guerra contra Saddan Hussein. Todos sabem a verdade, e é melhor quando ouvida vindo do “próprio Bush”. O filme de Stone é um tiro certeiro nesse ponto. Um murro em qualquer um que tenha votado nele. Pior ainda quem votou duas vezes.
Para compor o resto do elenco, só nomes de peso que aumentam o poder do filme. Assim como Brolin, todos desaparecem dentro de seus personagens. A escolha do diretor, foi de que seus atores se parecessem fisicamente com suas contrapartes reais. O que chega a dar um tom documental a seu filme. Mais ou menos como Entreatos, que mostrava a eleição de Lula. Richard Dreyfuss (Dick Cheney) competindo com Brolin pelo melhor papel do filme, Toby Jones (Karl Rove), James Cromwell (Bush Pai), Thandie Newton (Condoleezza Rice) e Jeffrey Wright (Colin Powell). Todos perfeitos e fazendo o filme crescer muito.
Se Se Oliver Stone devia alguma coisa depois de seus últimos filmes, aqui ele paga com a energia que fez seu sucesso. E com juros.
W. Ano: 2008. Duração: 129 minutos. Com: Josh Brolin, Jeffrey Wright, Thandie Newton, Scott Glenn, Richard Dreyfuss, Bruce McGill e James Cromwell. Direção: Oliver Stone; Roteiro: Stanley Weiser; Música: Paul Cantelon; Fotografia: Phedon Papamichael; Edição: Alexis Chavez, Joe Hutshing e Julie Monroe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário