quinta-feira, 1 de outubro de 2009

CONDUTA DE RISCO


NOTA: 9.
“Eu não sou o cara que você mata. Eu sou o cara que você compra. Está tão cega que não vê o que sou? Eu vendi Arthur por 80 mil. Eu sou a parte mais fácil do seu problema e vai me matar?” Michael Clayton
Eu acredito que uma pessoa como Michael Clayton realmente exista. Numa grande empresa, é fácil imaginar que existem aqueles que fazem besteira e aquele cara especializado em consertar essas besteiras. De forma realista ele diz o que as pessoas podem fazer e o que deve acontecer. Quando indagado sobre o milagre que deveria realizar, ele responde: “Eu não sou um milagreiro. Sou um faxineiro.”
Clayton parece exatamente como deve parecer. Ternos finos, cabelo sempre arrumado e barba bem feita. Bem conservador. Dirige um Mercedes. É divorciado e leva seu filho de manhã para o colégio. Aparentemente não há nada de errado com ele. Não fosse uma dívida de U$ 75 mil por conta de um restaurante que não deu certo. Culpa do irmão, parece. Clayton provavelmente teria esse dinheiro guardado se não fosse um viciado em jogo.
O chefe da companhia é Marty Bach. Um de seus grandes sócios, Arthur Edens (Wilkinson, sempre impecável), tem um surto e durante uma audiência, fica completamente nu no tribunal declarando seu amor por uma mulher.
Mais um caso que Clayton deve resolver. Porém dessa vez, é mais pessoal. Arthur é um amigo dele. Clayton se envolve pessoalmente tentando acorbertar a loucura dele. Assim começa o filme, com Arthur se justificando. De alguma forma, ele quer que Clayton o entenda.
Porém o vídeo cai muito mal para a empresa que Karen Crowder (Tilda Swinton) representa. Sua empresa é que está sendo acusada de envenenar uma cidadezinha. A empresa é uma das melhores clientes da companhia. O vídeo de Arthur só piora a situação. Ao invés de ele estar defendendo a empresa, suas declarações são de que a empresa realmente é culpada. O processo é de bilhões, eles pagam milhões para a companhia defendê-los. Não tem como cair bem.
Mas o filme não tenta passar uma mensagem. Não há algo do gênero: “Sabemos que está errado então vamos mudar” ou “Poluir é errado”. Nada disso. O nome do filme diz sobre o que é o filme. E ele está interessado em salvar seu próprio pescoço. Ele se vende para conseguir os U$ 75.000 que ele deve.
E o elenco é extremamente bem escalado para contar a história. Clooney está sempre ótimo. Dessa vez ele fica cara a cara com pesos pesados como Sidney Pollack, Tom Wilkinson e Tilda Swinton. Retire um desses elementos e o filme perderia sua força. Por sorte, todos estão lá.

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