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quinta-feira, 2 de maio de 2013

ARGO


NOTA: 10.
- Presta atenção. Se você for fazer isso, se for realmente fazer isso, você não pode criar histórias sobre um filme que não existe. Você precisa de um roteiro, você precisa de um produtor.

A história desse filme é tão inacreditável que se não tivesse acontecido de verdade poderia render um filme que não chamasse atenção de ninguém. Por isso é importante destacar que realmente o que se passa aqui aconteceu. Claro que não é mostrado exatamente como aconteceu, nenhum filme mostra exatamente isso. O que interessa é que é baseado em fatos. Então, estamos diante do relato mais perto do que se passou.
O filme é dirigido po Ben Affleck, que sempre teve uma trajetória um tanto irregular nos cinemas alternando bons filmes com outros no mínimo duvidosos. Fato que não acontece mais. Desde que se sentou atrás das câmeras, Affleck vem de três bons filmes em sequência. Sendo que na verdade não se trata de uma regularidade. Aqui, temos seu melhor trabalho até o momento. Os outros filmes são bons, é que apenas podemos ver aqui uma evolução em seu trabalho. É mais um ator fazendo uma feliz transição para trás das câmeras. Assim como Clint Eastwood, Robert Redford e Warren Beatty (pra citar alguns) antes dele.
A história é sobre o resgate mais improvável que já ouvi falar na história moderna. Há uma invasão na embaixada americana no Irã devido a um protesto político. Seis funcionários conseguem escapar e ficam refugiados na casa do embaixador do Canadá sem poderem sair de casa e muito menos do país, enquanto os demais funcionários ficam reféns na embaixada. Para o resgate, o melhor plano que a CIA consegue bolar é realizar uma produção falsa de um filme, para que assim eles pudessem sair como se fossem funcionários canadenses. Aí entra Tony Mendez (o próprio Affleck), armando tudo em Hollywood e indo até o Irã para realizar o resgate.
Affleck consegue realizar muito bem as três histórias paralelas. Uma é a tensão dos reféns que ficam presos dentro da casa sem saber se vão conseguir sair dali com vida. É a parte mais interessante, pois envolve as pessoas que realmente estão em perigo. Os funcionários dentro da embaixada estão sob os holofotes das câmeras do mundo inteiro e dificilmente seriam mortos, mas ninguém sabe o que pode acontecer com eles caso sejam capturados longe das câmeras. Temos também o debate das pessoas em Washington que tentam resolver a situação e o alívio cômico que vem dos produtores do falso filme em Hollywood.
Boa parte do que vemos aqui funciona porque realmente não parece ser real. Ninguém pode criticar os iranianos, afinal quem pensaria que a produção de um filme seria a cobertura de uma fuga de seis funcionários do país? A coisa toda é inacreditável demais para parecer verdade. E por isso acabamos embarcando nessa jornada e torcendo ansiosamente. Uma pena que ARGO, o falso filme, nunca tenha sido realizado. Hoje seria uma peça muito interessante de assistir.

terça-feira, 12 de julho de 2011

ATRAÇÃO PERIGOSA - THE TOWN


NOTA: 9.
- Não importa o quanto você mude, você ainda tem que pagar o preço pelas coisas que fez. Então eu tenho uma longa estrada. Mas eu sei que vou ver você de novo. Neste lado ou no outro.

Ben Affleck foi frequentemente criticado por suas atuações em seus filmes. Talvez isso o tenha impulsionado a ir para trás das câmeras e tentar dirigir um filme. Um grupo mais maldoso chegou a fazer uma campanha na internet para que ele não atuasse novamente, apenas dirigisse. Com a estréia de Medo da verdade, ele provou que podia ser um bom diretor. Com este filme, ele confirma a tese mostrando que é capaz de ter mais do que apenas um filme de sucesso.Não é que ele esteja reinventando o cinema, mas com certeza faz seus filmes com uma capacidade que impressiona.
O próprio Affleck interpreta o líder de uma gangue, Doug, que assalta bancos. Eles são a nova geração de assaltantes de uma parte de Boston que vem de famílias de assaltantes. Segundo vamos descobrir, aquele pedaço da cidade tem mais assaltantes que todo o resto do país. Um dos membros é Jem (Jeremy Renner). Eles sempre planejam seus roubos de forma a não deixarem rastros, mas Jem é um pouco mais descuidado e faz o que não deveriam fazer: ele leva uma refém, Claire (Rebecca Hall).
Eles soltam Claire ilesa, mas acontece que ele mora na vizinhança. Jem fica um pouco paranoico e decide que a melhor coisa é eliminar a ameaça, mas Doug promete cuidar do caso. Ele a segue e eles acabam se conhecendo e posteriormente tendo uma relação. O filme cresce bastante nessa parte, com a relação dos dois e as consequências dos atos do assalto. Até há a ótima participação de Chris Cooper como o pai de Doug. Infelizmente o filme perde um pouco de força e volta para mais crimes, incluindo uma força da polícia comandada por Jon Hamm que pretende prendê-los.
Affleck dessa vez está nos dois lados das câmeras (ele não atuou no primeiro), e não tem uma atuação que vá gerar reclamações. A surpresa está, além de Cooper (o que não chega a ser uma surpresa), em Renner, fazendo um papel totalmente diferente de Guerra ao terror, que lhe deu a fama. Ele é confuso, violento e imprevisível. E com certeza capaz de nos brindar com papéis ótimos por um bom tempo ainda. Não que o resto do elenco seja ruim (estão todos muito bem), é só que ele realmente merece um destaque.
Tem uma cena que exemplifica o que acabei de falar. Doug está num restaurante comendo com Claire quando Jem aparece. Os três se sentam e conversam. Ela quer saber mais do passado de Doug que é muito fechado. Ele quer saber como foi que os dois ficaram tão próximos já que ela representa perigo para eles (mesmo que ele não saiba que ela viu sua tatuagem). Sabemos o que pode acontecer, mas não sabemos o que Jem pode fazer, o que causa uma grande tensão na cena. Bem, se um filme atinge esse ponto de tensão é porque está fazendo alguma coisa certa.
Assim como no primeiro filme, Affleck mostra que tem o domínio do filme. Ele tira grandes atuações de seus atores, mantém um suspense e um ótimo clima. Só queria ter visto mais um pouco da tensão entre os personagens e menos tiroteios.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

PROCURA-SE AMY


NOTA: 9.
- Eu te amo e não é como amigo. Você é a soma de tudo que eu sempre procurei em um ser humano. Eu não aguento mais estar do seu lado sem poder te abraçar. Eu não posso conversar com você sem poder expressar meu amor por tudo que você é. Não existe outra alma que me faça metade do homem que eu sou com você, e eu arriscaria nossa amizade por uma chance de dar um passo adiante na nossa relação.

Depois de enfiar os pés pelas mãos em seu segundo filme, Barrados no shopping, o diretor e roteirista Kevin Smith parecia que ia colocar a carreira nos eixos. Fez este ótimo filme e o bom Dogma, os dois ainda naquele esquema de unir os filmes seja por situações ou personagens em comum. Pena que não durou muito.
De qualquer forma, aqui Smith se propõe a fazer o que ele é realmente bom: roteiro. Seu segundo filme provou que ele não é um diretor de primeira (e Tiras em apuros acaba de comprovar) e seu forte é realmente a construção de diálogos. O filme teria tudo para ser um comédia romântica boba, mas Smith a trabalha em camadas, cada camada aprofundando mais seus personagens, seus medos e receios.
Todos os personagens aqui trabalham com revistas em quadrinhos e se conhecem em um feira (algo parecido como uma Comic Con, mas menor). Nenhum deles fazem grandes selos como Batman ou Superman, mas dois deles parecem bem-sucedidos: Holden McNeil (Ben Affleck. Para quem lembra da resenha de Gênio indomável, aparece uma curiosidade desse nome) e Banky Edwards (Jason Lee), que escrevem sobre Jay e Silent Bob (creio que os únicos personagens que aparecem em todos os filmes, interpretados pelo próprio Smith e Jason Mewes). É lá que Holden conhece Alyssa (Joey Lauren Adams).
Desde esse primeiro encontro, fica claro que eles são feitos um para o outro. Ele se apaixona  por ela e ela... é lésbica. Apesar de ter um tom leve, o filme não é uma comédia rasgada. Smith entende uma coisa básica sobre o assunto: os amantes sofrem. Não é fácil se entregar assim para outra pessoa quando é correspondido, o que dirá quando não é. Quem já passou por isso sabe do que estou falando. O amor desses dois não é fácil. Não é uma linha reta. E aí está umas das forças do filme.
Tudo é levada a sério no filme. Mesmo os quadrinhos. Chega a tal ponto que quando um cara vira para Banky e diz que ele apenas copia os desenhos de Holden, ele simplesmente sai para a briga com o cidadão. E na mesma feira, um negro gay, Hooper X, puxa uma arma e atira contra a platéia para passar uma imagem de machão (ele é minoria da minoria, como ele mesmo diz).
Assim como Hooper é o responsável por uma das melhores falas do filme. Ele fala sobre como o caipira branco personagem de poster nazista, Luke Skywalker, quer livrar a galáxia dos negros representados por Darth Vader. O resultado é hilário.
Assim como as conversas sobre sexo, que são francas e abertas como velhos amigos falando as maiores barbaridades em uma mesa de bar, mas que não lembro lembro de ter visto no cinema a coragem de declarar com a mesma clareza. Podia parecer escrachado, mas não fica. Fica verdadeiro.
O casal protagonista me surpreendeu no filme. Ben Affleck convence em um personagem cheio de mudanças durante todo o filme. Talvez o resultado pudesse ser melhor, mas ele não compromete em nada o filme. Já Lauren Adams consegue passar por cima da sua voz irritante e mostrar uma personagem que pode ser ao mesmo tempo uma grande amiga ou uma ótima amante.
Dizem que Smith usou a relação com a própria Lauren Adams para escrever o filme. Como o próprio personagem de Affleck diz, "Dessa vez eu tinha algo pessoal para dizer". Parece que Smith tinha algo pessoal para dizer. Talvez por isso, esse seja um dos seus melhores filmes.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ARMAGEDDON


NOTA: 2.
- Nenhum de nós precisa ir. Nós podemos apenas sentar aqui na terra e esperar aquela rocha imensa matar tudo e todos.

Poucos diretores tem o "talento" que Michael Bay tem para fazer seus "filmes". Muito barulho, história ridícula, aprofundamento mínimo de seus personagens, clichês (ele usa praticamente todos em seus filmes, mesmo que se repitam), falta de coerência, efeitos especiais, etc. Melhor parar por aqui a lista das "qualidades" de seus filmes.
A "história" é sobre um grande asteróide, do tamanho do Texas, que está vindo em direção à Terra. Como vem em grande velocidade, ele praticamente extinguiria a vida humana assim como aconteceu com os dinossauros. A NASA planeja perfurar o asteróide para plantar uma bomba no meio da rocha e explodir em duas.
É aí que entra Harry Stamper (Bruce Willis), o melhor perfurador do mundo (surpresa!) que construiu um perfurador tão bom que a NASA roubou o projeto para usar em suas missões. Mas é claro que a NASA e seus muitos cientistas conceituados, não conseguiram montar corretamente o projeto (surpresa 2!), então Stamper deve: a) corrigir o projeto da NASA para usar no asteróide e b) ir junto na missão acompanhado de seus amigos perfuradores para atingir a marca necessária da perfuração.
A história é tão absurda, que conta-se que Ben Affleck perguntou a Michael Bay se não era mais fácil treinar astronautas para fazer a perfuração. A brilhante resposta de Bay teria sido: "Cale a boca!"
De qualquer forma, eles pousam no asteróide e andam da mesma forma que eu ando na minha casa. A gravidade só parece ser um problema quando serve para alguma cena de ação. E não vou falar de coisas pegando fogo em lugares sem oxigênio. Afinal, o que importa é a ação e não a lógica, certo? Chega a me impressionar terem usado 9 roteiristas, quando nenhum já era o suficiente.
Vejamos a primeira aparição se Stamper e A. J. (Affleck). Stamper descobre que A. J., que é como um filho para ele está dormindo com sua filha. Com todo amor de pai, ele pega uma espingarda e começa a correr de um lado para o outro atirando nele. Tudo para ter uma suposta cena de ação com alguma graça. O resultado beira o patético.
A criatividade é tanta, que temos um personagem chamado Rockhound (Steve Buscemi), que os criativos roteiristas colocaram como alívio cômico do filme. Só esqueceram de inventar alguma função para ele na missão, já que ele passa o filme todo de um lado para o outro apenas falando besteiras.
Um dos ápices da falta de originalidade, é a famosa e onipresente cena da bomba. Temos um astronauta treinado que tem duas funções: pilotar a nave e cuidar da bomba. Vale lembrar que astronautas são escolhidos a dedo, e que uma de suas qualidades é o QI avançado. Quando chega a hora de desativar a bomba ele fica em dúvida entre qual fio cortar. Azul ou vermelho? Que raios de astronauta é esse que sequer sabe as coisas básicas da sua missão? Será que não havia algum outro astronauta que soubesse pilotar e que consiga lembrar se deve cortar o fio azul ou vermelho? 
O que nos leva a uma segunda pergunta interessante que eu me fiz sobre a bomba: pra quê ela tem um timer de 10 minutos? A missão é perfurar, colocar a bomba e explodí-la. Então, eles que já tem um tempo muito apertado para realizar a missão com sucesso, devem colocar a bomba 10 minutos antes do prazo máximo? E eles ficam depois 10 minutos esperando pra saber se a explosão foi bem sucedida? Ou a melhor resposta: a bomba tem esse timer pra podermos assistir essa "bela" cena dramática.
E quando tudo está se encaminhando para o final, o herói tem que esperar até o segundo final para explodir a bomba. Até o último segundo literalmente, mesmo já tendo o detonador em mãos e só faltando acioná-la. Mas não antes de declarar um "Essa é por você, Grace." Depois disso, cenas ao redor do mundo saudando o sucesso dos heróis americanos. Comparado com este filme, Impacto profundo merece um Oscar.
E antes que alguém diga que pelo menos as cenas de ação são boas, eu declaro que não concordo. As cenas são confusas e muito cortadas, como está na moda dos filmes de ação. Bay abusa tanto dos cortes, que li que a média entre um plano e outro é de 1,5 segundos.
O que interessa aos produtores é que Bay rende dinheiro. Mesmo fazendo os piores filmes possíveis com os orçamentos mais inchados, ele vai bem na bilheteria. Mesmo com esse filme, que mais parece um trailer de mais de duas horas que agride os olhos, ouvidos e principalmente, o cérebro.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

GÊNIO INDOMÁVEL


NOTA: 8,5.
- Você não deve a si mesmo, deve a mim. Não me leve a mal. Você é meu melhor amigo, mas se em 20 anos você ainda estiver morando aqui, indo pra minha casa assistir jogos e ainda trabalhando em construções, eu te mato. Não é uma ameaça, é um fato. Você está sentado em um bilhete de loteria, premiado, só não tem coragem de retirar o prêmio.

Sabe quando você assiste um filme com Matt Damon ou Ben Affleck e aparece que eles ganharam Oscar. Bem, Damon até foi indicado pelo seu papel neste filme, mas a verdade é que nenhum dos dois ganhou o prêmio por atuação. O Oscar que eles tem é pelo roteiro que escreveram a quatro mãos deste. Quem saiu com a premiação por sua atuação foi Robin Williams, que entregou um de seus melhores trabalhos e quando quer faz papéis memoráveis.
Interessante é que um dos melhores papéis do filme cabe a Stellan Skarsgard como professor Lambeau. Um dos menos badalados. Ele é um dos maiores nomes da matemática, estudou a vida inteira e ganhou prêmios por seu trabalho. Tudo isso pra descobrir que um faxineiro que não tem metade da sua escolaridade consegue resolver problemas que ele nunca irá conseguir. E com a maior facilidade. Mais doloroso ainda deve ser ver alguém com essa capacidade jogar tudo fora.
Para desafiar seus alunos, ele lança um problema num quadro, um problema que ele mesmo demorou dois meses para resolver. Na manhã seguinte, o problema está resolvido no quadro. Como nenhum dos alunos diz quem resolveu o problema, ele lança um segundo ainda mais complicado como forma de retaliação. Um que  ele mesmo levou mais de um ano para resolver. No dia seguinte pega Will resolvendo o problema no quadro.
Automaticamente fica claro que Will é um gênio da matemática, e Lambeau consegue livrá-lo da prisão de agressão a um policial em troca de resolver problemas juntos e análise uma vez por semana. Depois de passar por vários profissionais, Lambeau convence seu antigo colega de quarto da faculdade, Sean (Robin Williams), a orientar o garoto. O próprio Sean parece ser um talento que acabou arruinando a própria vida depois da morte da esposa.
O fato de Will ser um gênio não o torna muito diferente das outras pessoas. Ele tem amigos como Chuckie (Ben Affleck), Morgan (Casey Affleck) e Billy (Cole Hauser), e uma namorada, Skylar (Minnie Driver). Todos eles estão dispostos a ajudar Will. Todos sabem que ele tem talento e que somente precisa de coragem para vencer na vida.
A única coisa que o impede de ser tudo que ele pode ser, é ele mesmo. Violência doméstica e abandono o fizeram criar uma proteção contra todas as pessoas. Chuckie percebe isso, Skyler também. E essa se torna a maior questão a ser confrontada durante as sessões de terapia com Sean. Intelectualmente, este é o único que o desafia.
O filme tem a estrutura previsível. Sabemos o que vai acontecer, mas isso não importa muito. O que interessa são os indivíduos e como eles se relacionam. Tudo feito com grande sutileza. Há uma cena que Skylar diz para Chuckie que quer conhecer os irmãos de Will. Chuckie sabe que Will não tem irmãos. Percebemos que ele reage mas nada diz. Talvez por isso, ele se permita ser tão franco com Will. Alguém naquela relação tem que ser sincero.
Um belo filme com uma direção inspirada. Quando Gus Van Sant (o diretor) erra, erra feio, mas quando acerta o trabalho é ótimo. A dimensão que ele dá para os diálogos fazem o filme funcionar perfeitamente. A cena de discussão entre Will e Skylar não poderia funcionar melhor. É a valorização do texto. E este é um belo roteiro. Por isso seus atores foram para o estrelato depois disso. Com méritos.

OBS: Chukie vai para uma entrevista se fazendo passar por Will. O nome da empresa é Holden & McNeil. Holden McNeil é o nome do personagem de Affleck em Procura-se Amy.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

BARRADOS NO SHOPPING


NOTA: 3.
- Você vai ME escutar? Alguma coisa que EU disse? Será que não ficou claro durante a nossa amizade que eu não sei NADA?

Em 1994 Kevin Smith surgiu para o mundo graças ao seu (ótimo)  O balconista. Filme independente que fez um certo barulho no seu lançamento e que chegou como um furacão no Festival de Sundance e posteriormente em Cannes.
Diz-se que, na época, ele teria dito que não queria ser um cineasta independente, que preferia ser o tipo de cineasta que os grandes estúdios queriam que ele fosse desde que recebesse por isso. Talvez alguns pensassem que era brincadeira, mas aqui ele mostra que não era. O filme tem um orçamento cem vezes maior que o seu antecessor e é proporcionalmente pior em qualidade.
Acompanhamos um dia na vida de dois amigos: T.S. (Jeremy London) e Brodie (Jason Lee), que acabaram de ser chutados por suas respectivas namoradas.
T.S. é indiretamente responsável pela morte de uma mulher que ia participar de um Reality Show produzido pelo pai da sua namorada, que não gosta dele. Isso porque ele apenas disse que a TV engordava 5 Kg e ela se esforçou tanto para perder peso que teve uma embolia. Já Brodie é somente um inútil mais interessado em video game que em sua namorada.
Para afogar as máguas, eles resolvem passar um dia inteiro no shopping, que coincidentemente é o mesmo frequentado por suas namoradas e onde o sogro de T.S. vai filmar seu show. Então basicamente eles querem voltar para suas namoradas e arruinar o show.
O filme é um banho de água fria para qualquer um que tenha gostado do trabalho anterior de Smith. Ele parece realmente vendido em uma trama que não há um décimo da originalidade que mostrou anteriormente. Na verdade, parece uma versão piorada apenas, realizando o mesmo conceito.
O problema é que, pra começar a história é a mesma. Adolescentes que passam um dia juntos. Antes era uma loja de conveniência e agora se encontram em um shopping. A diferença é que em O balconista não havia um plot específico. Era apenas um dia na vida dos dois. Aqui temos um plot e ele realmente não funciona.
O fraco elenco não ajuda a melhorar a situação, mas também é difícil separar até onde a culpa é do elenco ou do filme. Digo isso porque até mesmo Ben Afleck está pior que o normal aqui.
Um dos maiores fracassos da carreira de Smith que hoje em dia se arrasta apenas. O único filme em que conseguiu repetir o sucesso de seu filme de estréia viria depois desse: Procura-se Amy. Seu último filme foi o tenebroso Tiras em apuros. Uma pena, conseiderando um começo de carreira tão promissor.

OBS: Para quem não sabe, Smith fez seis filmes com personagens interligados: O balconista, Barrados no shopping, Procura-se Amy, Dogma, O império do besteirol contra-ataca e O balconista 2. Os únicos personagens que aparecem em todos são interpretados pelo próprio diretor e Jason Mewes: Jay e Silent Bob. Atores se repetem mas nem sempre nos mesmos personagens. Já as referências de um filme aparecem em outros. No primeiro, dois amigos vão ao enterro de uma mulher que morreu na piscina. É a mesma menina que iria participar no reality show desse filme. Já Brodie comenta alguns casos de seu primo Walter, que são ligados a bizarrices sexuais. No primeiro, também se conta sobre um primo Walter que morreu tentando realizar sexo oral em si próprio. E por aí vai em outros desses filmes também.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

INTRIGAS DE ESTADO


NOTA: 8.
- Você só quer a verdade. Você é tão hipocríta. Não está interessado em mim. Vem aqui e é tudo sobre você conseguir sua história. Eu confiei em você. Você é meu amigo. Você deveria ser meu amigo de qualquer jeito.

Intrigas de estado consegue condensar uma minissérie em pouco mais de duas horas de projeção mantendo uma história concisa, interessante e que critica o congresso americano. Isso aliado a um elenco classe A (incluindo Ben Afleck, que resolveu atuar de verdade) e o desempenho dos jornais diante das novas mídias. Acho que isso já é motivo o suficiente para assistí-lo.
Logo de cara temos um jovem correndo desesperado. Ele tromba nas pessoas, quebra coisas. Ele está correndo por sua vida. O final da corrida termina com sua morte. Esse é o caso que Cal (Crowe) começa a investigar. Ele é um repórter que parece conhecer todo mundo e que todos o conhecem. Ele rapidamente vê o que ninguém mais vê, talvez por isso o filme tenha apenas 2 horas. E isso vem de um homem que a primeira vista, apareceria apenas como um relaxado (tudo seu é bagunçado).
Aliada a ele está Della (McAdams), uma aprendiz de repórter que escreve para o blog do jornal. Se ela é a modernidade do jornal, cal a coloca junto com ele para aprender um pouco do jornalismo a moda antiga. Investigar ates de colocar qualquer coisa em seu blog. Ela deixa de ser uma blogueira para se tornar uma jornalista. E que sorte a dela que cai logo numa reportagem como essas.
O caso dela é sobre a morte de uma mulher que trabalha para um amigo de cal, um congressista chamado Stephen Collins (Afleck). Claro que os dois casos estão ligados e os dois começam a investigar juntos. A mulher morta está tendo um caso com Collins, mas o que há por trás do escândalo. Nesse caso envolve uma empresa militar que não responde a ninguém.
O filme tem um ótimo começo. O elenco dá conta do recado divinamente. Além dos citados, devo acrescentar as ótimas atuações de Bateman e Mirren, perfeitos em seus papéis. Mas de alguma forma, o filme que parece que vai decolar, nunca chega a deixar a pista de pouso. Tudo é resolvido sim, e bem resolvido, mas de forma não impactante. O final que deveria ser devastador para completar o ótimo começo, fica morno.
Fica pelo menos o personagem de Crowe. Um jornalista íntegro no meio do que o novo jornal está se tornando. Novo layout, corte de gastos entre outras coisas. Deve ser dificil para o jornal se manter com a internet como ameaça constante, mas pelo menos é bom saber que existem repórteres que buscam a verdade na podridrão. Eu leria a coluna dele.
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