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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

PROCURA-SE AMY


NOTA: 9.
- Eu te amo e não é como amigo. Você é a soma de tudo que eu sempre procurei em um ser humano. Eu não aguento mais estar do seu lado sem poder te abraçar. Eu não posso conversar com você sem poder expressar meu amor por tudo que você é. Não existe outra alma que me faça metade do homem que eu sou com você, e eu arriscaria nossa amizade por uma chance de dar um passo adiante na nossa relação.

Depois de enfiar os pés pelas mãos em seu segundo filme, Barrados no shopping, o diretor e roteirista Kevin Smith parecia que ia colocar a carreira nos eixos. Fez este ótimo filme e o bom Dogma, os dois ainda naquele esquema de unir os filmes seja por situações ou personagens em comum. Pena que não durou muito.
De qualquer forma, aqui Smith se propõe a fazer o que ele é realmente bom: roteiro. Seu segundo filme provou que ele não é um diretor de primeira (e Tiras em apuros acaba de comprovar) e seu forte é realmente a construção de diálogos. O filme teria tudo para ser um comédia romântica boba, mas Smith a trabalha em camadas, cada camada aprofundando mais seus personagens, seus medos e receios.
Todos os personagens aqui trabalham com revistas em quadrinhos e se conhecem em um feira (algo parecido como uma Comic Con, mas menor). Nenhum deles fazem grandes selos como Batman ou Superman, mas dois deles parecem bem-sucedidos: Holden McNeil (Ben Affleck. Para quem lembra da resenha de Gênio indomável, aparece uma curiosidade desse nome) e Banky Edwards (Jason Lee), que escrevem sobre Jay e Silent Bob (creio que os únicos personagens que aparecem em todos os filmes, interpretados pelo próprio Smith e Jason Mewes). É lá que Holden conhece Alyssa (Joey Lauren Adams).
Desde esse primeiro encontro, fica claro que eles são feitos um para o outro. Ele se apaixona  por ela e ela... é lésbica. Apesar de ter um tom leve, o filme não é uma comédia rasgada. Smith entende uma coisa básica sobre o assunto: os amantes sofrem. Não é fácil se entregar assim para outra pessoa quando é correspondido, o que dirá quando não é. Quem já passou por isso sabe do que estou falando. O amor desses dois não é fácil. Não é uma linha reta. E aí está umas das forças do filme.
Tudo é levada a sério no filme. Mesmo os quadrinhos. Chega a tal ponto que quando um cara vira para Banky e diz que ele apenas copia os desenhos de Holden, ele simplesmente sai para a briga com o cidadão. E na mesma feira, um negro gay, Hooper X, puxa uma arma e atira contra a platéia para passar uma imagem de machão (ele é minoria da minoria, como ele mesmo diz).
Assim como Hooper é o responsável por uma das melhores falas do filme. Ele fala sobre como o caipira branco personagem de poster nazista, Luke Skywalker, quer livrar a galáxia dos negros representados por Darth Vader. O resultado é hilário.
Assim como as conversas sobre sexo, que são francas e abertas como velhos amigos falando as maiores barbaridades em uma mesa de bar, mas que não lembro lembro de ter visto no cinema a coragem de declarar com a mesma clareza. Podia parecer escrachado, mas não fica. Fica verdadeiro.
O casal protagonista me surpreendeu no filme. Ben Affleck convence em um personagem cheio de mudanças durante todo o filme. Talvez o resultado pudesse ser melhor, mas ele não compromete em nada o filme. Já Lauren Adams consegue passar por cima da sua voz irritante e mostrar uma personagem que pode ser ao mesmo tempo uma grande amiga ou uma ótima amante.
Dizem que Smith usou a relação com a própria Lauren Adams para escrever o filme. Como o próprio personagem de Affleck diz, "Dessa vez eu tinha algo pessoal para dizer". Parece que Smith tinha algo pessoal para dizer. Talvez por isso, esse seja um dos seus melhores filmes.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

BARRADOS NO SHOPPING


NOTA: 3.
- Você vai ME escutar? Alguma coisa que EU disse? Será que não ficou claro durante a nossa amizade que eu não sei NADA?

Em 1994 Kevin Smith surgiu para o mundo graças ao seu (ótimo)  O balconista. Filme independente que fez um certo barulho no seu lançamento e que chegou como um furacão no Festival de Sundance e posteriormente em Cannes.
Diz-se que, na época, ele teria dito que não queria ser um cineasta independente, que preferia ser o tipo de cineasta que os grandes estúdios queriam que ele fosse desde que recebesse por isso. Talvez alguns pensassem que era brincadeira, mas aqui ele mostra que não era. O filme tem um orçamento cem vezes maior que o seu antecessor e é proporcionalmente pior em qualidade.
Acompanhamos um dia na vida de dois amigos: T.S. (Jeremy London) e Brodie (Jason Lee), que acabaram de ser chutados por suas respectivas namoradas.
T.S. é indiretamente responsável pela morte de uma mulher que ia participar de um Reality Show produzido pelo pai da sua namorada, que não gosta dele. Isso porque ele apenas disse que a TV engordava 5 Kg e ela se esforçou tanto para perder peso que teve uma embolia. Já Brodie é somente um inútil mais interessado em video game que em sua namorada.
Para afogar as máguas, eles resolvem passar um dia inteiro no shopping, que coincidentemente é o mesmo frequentado por suas namoradas e onde o sogro de T.S. vai filmar seu show. Então basicamente eles querem voltar para suas namoradas e arruinar o show.
O filme é um banho de água fria para qualquer um que tenha gostado do trabalho anterior de Smith. Ele parece realmente vendido em uma trama que não há um décimo da originalidade que mostrou anteriormente. Na verdade, parece uma versão piorada apenas, realizando o mesmo conceito.
O problema é que, pra começar a história é a mesma. Adolescentes que passam um dia juntos. Antes era uma loja de conveniência e agora se encontram em um shopping. A diferença é que em O balconista não havia um plot específico. Era apenas um dia na vida dos dois. Aqui temos um plot e ele realmente não funciona.
O fraco elenco não ajuda a melhorar a situação, mas também é difícil separar até onde a culpa é do elenco ou do filme. Digo isso porque até mesmo Ben Afleck está pior que o normal aqui.
Um dos maiores fracassos da carreira de Smith que hoje em dia se arrasta apenas. O único filme em que conseguiu repetir o sucesso de seu filme de estréia viria depois desse: Procura-se Amy. Seu último filme foi o tenebroso Tiras em apuros. Uma pena, conseiderando um começo de carreira tão promissor.

OBS: Para quem não sabe, Smith fez seis filmes com personagens interligados: O balconista, Barrados no shopping, Procura-se Amy, Dogma, O império do besteirol contra-ataca e O balconista 2. Os únicos personagens que aparecem em todos são interpretados pelo próprio diretor e Jason Mewes: Jay e Silent Bob. Atores se repetem mas nem sempre nos mesmos personagens. Já as referências de um filme aparecem em outros. No primeiro, dois amigos vão ao enterro de uma mulher que morreu na piscina. É a mesma menina que iria participar no reality show desse filme. Já Brodie comenta alguns casos de seu primo Walter, que são ligados a bizarrices sexuais. No primeiro, também se conta sobre um primo Walter que morreu tentando realizar sexo oral em si próprio. E por aí vai em outros desses filmes também.
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