segunda-feira, 8 de julho de 2013

SUPERMAN - O FILME


NOTA: 9,5.
- Seu nome é Kal-El. Você é o único sobrevivente do planeta Krypton. Ainda que tenha sido criado como um humano, você não é um deles. 

Eu sou uma pessoa saudosista, por isso é praticamente impossível pra mim assistir a este filme e não lembrar da época em que cresci acreditando que um homem podia voar. Claro que não se tratava de um homem, mas sim de um alienígena que atendia pelo primeiro nome de "super", mas ainda assim não canso de ver quando Lois Lane é resgatada e fica incrédula perguntando: "Você me pegou. Quem pega você?".
Os tempos mudaram, os efeitos especiais melhoraram, mas ainda considero o Superman de 1978 uma maravilha de ser assistida. Basicamente, tem todos os ingredientes que um filme de ação deve ter: aventura, romance, um bom herói, um vilão interessante e senso de humor. Pode ser que essa seja a simples fórmula para se fazer entretenimento de massa, e isso é o que ele é. Um bom e divertido filme que pode agradar qualquer um que embarque na aventura.
Um dos grandes acertos foi encontrar um tom ideal. O tom é de uma revista em quadrinhos que foi transposta para o cinema, mas ao mesmo com diversos elementos diferentes que dão uma dimensão diferente ao personagem e à história. Houve uma preocupação em deixar o que está sendo contado com sofisticação em relação aos quadrinhos. E funcionou tanto que eu, que nunca fui fã desse herói, me apaixonei pelo filme.
Outro acerto foi a escolha do ator que viveria o herói e seu alter ego. Christopher Reeve, até então um desconhecido da maioria, consegue fazer um Clark Kent atrapalhado e engraçado, sem fazer de si um idiota. Ele não é patético, mas também não teria como ser o homem de aço. Já como super, ele consegue se fazer passar por uma figura de autoridade. E se me perguntarem, fazia o uniforme cair bem. Ao seu lado, Margot Kidder conseguia fazer uma charmosa Lois Lane que não sabe escrever uma palavra sem colocar palavras a mais em suas reportagens.
Ao lado desses ilustres desconhecidos, temos coadjuvantes do mais alto calibre. Como o pai biológico, Jor-El, que é interpretado por Marlon Brando. Como vilão, temos um Lex Luthor interpretado por Gene Hackman, que nessa altura da carreira já tinha sido indicado três vezes ao Oscar, sendo que uma delas lhe valeu sua primeira estatueta. E ainda há uma introdução que deveria estar no segundo filme, já que são vilões que somente vão ter importância no futuro, onde temos Terence Stamp. Pode parecer um elenco exagerado, mas é essencial em um filme que prima pelo estilo visual (somente os créditos iniciais tem cerca de 6 minutos de um efeito que impressionou na época).
E que ninguém se engane, nada no filme aparece levianamente ou gratuitamente. As cenas de Krypton, o planeta natal do super, são feitas com calma para explicar os problemas que enfrentam e porque Jor-El acha melhor mandar seu filho para outro planeta. Os efeitos especiais funcionam de forma eficiente, ainda que não chamem atenção como os de hoje tentam. E a trilha sonora é mais uma brilhante contribuição de John Williams que vai ficar pra eternidade.
Claro que não é um filme perfeito. Talvez alguns vão reclamar que não tem ninguém com quem ele possa lutar. Não vejo isso como defeito, mas sim como qualidade. Nem tudo se resolve com socos, e os realizadores tiveram um louvável trabalho em fazer uma história em que ele tenha muito trabalho sem ter que trocar agressões físicas. A história tem seus furos, mas é tanta coisa boa pra gostar que tudo de errado fica em segundo plano. Não é por acaso que continua sendo considerada uma das melhores adaptações de todos os tempos de um personagem de quadrinhos.

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