domingo, 14 de julho de 2013

O HOMEM DE AÇO - MAN OF STEEL


NOTA: 6,5.
- Você tem que decidir que tipo de homem quer ser quando crescer, Clark. Seja lá quem for esse homem, ele vai mudar o mundo.

A ideia era recriar o super-herói do zero, como se nada do que tivesse sido feito sobre ele antes interessasse (talvez pelo último filme, que na minha opinião foi incompreendido, não ter alcançado o sucesso esperado). O primeiro passo foi chamar  Christopher Nolan para produzir, diretor que fez muito sucesso com os bons filmes do Batman. Assim, o filme segue os mesmos moldes do homem-morcego, e finca o universo dentro do realismo. Funcionou com Batman, que é um homem "comum", com o homem de aço não funcionou da mesma forma. Pior ainda, para que nada remetesse aos filmes anteriores, excluíram a clássica trilha de John Williams que é uma das mais icônicas e memoráveis da história do cinema. Posso lhes dizer que talvez esse filme caia no esquecimento, mas a trilha clássica perdurará enquanto existir cinema.
Vamos então falar de um grande acerto do filme, que é a escolha do elenco. Começando pelo próprio Superman, que ganha as feições de Henry Cavill, que se mostra como a melhor escolha desde que Christopher Reeve vestiu a capa, sendo que fisicamente talvez ele seja ainda melhor. Seu pai biológico é bem interpretado por Russel Crowe e está bem acompanhado na Terra com Kevin Costner e Diana Lane como seus pais adotivos e Amy Adams como Lois Lane; e pra completar um Michael Shannon ainda mais psicopata do que estamos acostumados. A menção honrosa vai para Laurence Fishburne como Perry White, que está no filme porque seu personagem não podia ter ficado de fora.
O que acompanhamos neste filme é o nascimento do herói em um mundo com visual interessante mas que não impressiona, até alcançar seus 33 anos (em uma das muitas e desnecessárias referências entre o ele e Jesus Cristo), que culmina em uma batalha na Terra que devasta mais do que vimos anteriormente em Os vingadores (provavelmente para mostrar que podem fazer mais que a concorrente Marvel) e que quase significa o fim da existência humana.
Durante esse período, o filme joga para todos os lados possíveis sobre todos os aspectos da vida do herói. É uma tentativa de tentar agradar todo o tipo de plateia, o que funciona em certo nível. O grande problema mesmo é que apesar de agradar, o faz pouco, e nunca chega a realmente satisfazer. Como se ficasse no meio do caminho. Até que Superman conhece seu pai e Lois Lane quase ao mesmo tempo, e o filme corre para cenas intermináveis cenas de ação que ficam cansativas depois de tantas destruições e explosões. Apesar de entorpecer a plateia com adrenalina excessiva, essas cenas são o trunfo do filme.
E isso acontece em grande porque as cenas dramáticas não funcionam. Os elementos estão lá, mas seja lá quais foram as habilidades que os produtores enxergaram em Zach Snyder, a de construir personagens emocionais não é uma delas. Apesar de ter diminuído o que costuma fazer em seus filmes e tentar entregar algo diferente do que está acostumado (mesmo que seja copiando diferentes diretores), o diretor é ainda incapaz de construir um mito. Talvez por isso que ele esteja mais interessado em contar o fim dos dias que contar realmente uma história interessante de um homem perdido num mundo que não é seu.
O roteiro também não ajuda nem um pouco nessa missão. Assim como Batman, Superman também percorre o mundo, mas sua jornada é muito menos interessante e construtiva. Não é por acaso que o roteirista chamado foi o mesmo da trilogia de Nolan, David Goyer, mas o resultado é pouco inspirado e muito confuso. Temos o único nascimento natural em Krypton em centenas de anos. Mas por que isso acontece? Para que serve exatamente o Codex que Zod tanto busca? Por que Lois e Clark se beijam além do motivo óbvio de dar a plateia o romance que se espera que aconteça entre eles? O fato é que o roteiro se interessa quase que inteiramente em ter cenas de destruição, deixando para trás um personagem confuso e que cativa pouco além da marca que traz em seu peito.

6 comentários:

  1. Vou admitir...
    não sou fça de filmes desse genero :(

    segui o blog ;D

    Beijinhos, Paula
    http://psicosedaleitura.blogspot.com.br/

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  2. Muito bacana o blog, tenho acompanhado. Gostaria de uma resenha do filme "SEVEN SAMURAI" (1954).

    Abraço!

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  3. E aí amigo! Anda sumido... não me diga que fez como eu e largou a vida de blogueiro?

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    1. Desisti não. Estou bolando uma surpresa. Um novo formato. Vai descobrir aqui em breve.

      Abraços.

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  4. Ah, bem!
    Seu Blog é muito legal e parece que está faltando alguma coisa durante as minhas semanas.

    Aguardo seu retorno em breve.
    Grande abraço.

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  5. Eu adorei esse filme. Assisti 4 vezes no cinema!

    Discordo na parte que diz a parte dramática não funcionam, aqueles flashbacks fizeram a diferença. Quanto a parte da ação, eu não achei cansativa, pelo contrário, vibrei em cada explosão! Em Superman Returns, reclamaram que não tinha ação suficiente, que queriam ver uma luta épica do Superman, e agora que teve, reclamam que "destruíram demais". O que esperavam de uma invasão alienígena Kryptoniana? Ah vá...

    Pra mim, a ideia de um Reboot foi a melhor coisa que podiam ter feito, para assim, poderem sair de vez do passado e seguirem adiante. E o estilo Nolan contribuiu de forma positiva. Conseguiram adaptar de tal forma que o herói em ascensão começou sendo visto como um estranho entre nós, de fato, um alienígena. A trilha sonora não é tão icônica quanto a clássica, mas caiu como um luva na nova abordagem do azulão nas telonas.

    Man Of Steel foi um filme emergencial. Personagens fizeram suas aparições, mas boa parte, sem foco no desenvolvimento, pois a intenção era impactar, mostrar o conflito físico, algo que mostrasse do que o Superman é capaz, chegando a provocar um certo medo caso um ser desses enlouquecesse.

    Agora que o impacto já foi estabelecido, poderão focar em algo mais "pé no chão", podendo explorar melhor os seus personagens e o seguinte tema: "O que o mundo acha de um ser tão poderoso voando por aí?". Há inúmeros caminhos que esse projeto pode tomar, e espero que, independente de qual escolherem, façam algo ainda mais interessante.

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