quarta-feira, 4 de novembro de 2009

INTRIGAS DE ESTADO


NOTA: 8.
- Você só quer a verdade. Você é tão hipocríta. Não está interessado em mim. Vem aqui e é tudo sobre você conseguir sua história. Eu confiei em você. Você é meu amigo. Você deveria ser meu amigo de qualquer jeito.

Intrigas de estado consegue condensar uma minissérie em pouco mais de duas horas de projeção mantendo uma história concisa, interessante e que critica o congresso americano. Isso aliado a um elenco classe A (incluindo Ben Afleck, que resolveu atuar de verdade) e o desempenho dos jornais diante das novas mídias. Acho que isso já é motivo o suficiente para assistí-lo.
Logo de cara temos um jovem correndo desesperado. Ele tromba nas pessoas, quebra coisas. Ele está correndo por sua vida. O final da corrida termina com sua morte. Esse é o caso que Cal (Crowe) começa a investigar. Ele é um repórter que parece conhecer todo mundo e que todos o conhecem. Ele rapidamente vê o que ninguém mais vê, talvez por isso o filme tenha apenas 2 horas. E isso vem de um homem que a primeira vista, apareceria apenas como um relaxado (tudo seu é bagunçado).
Aliada a ele está Della (McAdams), uma aprendiz de repórter que escreve para o blog do jornal. Se ela é a modernidade do jornal, cal a coloca junto com ele para aprender um pouco do jornalismo a moda antiga. Investigar ates de colocar qualquer coisa em seu blog. Ela deixa de ser uma blogueira para se tornar uma jornalista. E que sorte a dela que cai logo numa reportagem como essas.
O caso dela é sobre a morte de uma mulher que trabalha para um amigo de cal, um congressista chamado Stephen Collins (Afleck). Claro que os dois casos estão ligados e os dois começam a investigar juntos. A mulher morta está tendo um caso com Collins, mas o que há por trás do escândalo. Nesse caso envolve uma empresa militar que não responde a ninguém.
O filme tem um ótimo começo. O elenco dá conta do recado divinamente. Além dos citados, devo acrescentar as ótimas atuações de Bateman e Mirren, perfeitos em seus papéis. Mas de alguma forma, o filme que parece que vai decolar, nunca chega a deixar a pista de pouso. Tudo é resolvido sim, e bem resolvido, mas de forma não impactante. O final que deveria ser devastador para completar o ótimo começo, fica morno.
Fica pelo menos o personagem de Crowe. Um jornalista íntegro no meio do que o novo jornal está se tornando. Novo layout, corte de gastos entre outras coisas. Deve ser dificil para o jornal se manter com a internet como ameaça constante, mas pelo menos é bom saber que existem repórteres que buscam a verdade na podridrão. Eu leria a coluna dele.

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