quarta-feira, 31 de agosto de 2011

AMOR E OUTRAS DROGAS – LOVE AND OTHER DRUGS


NOTA: 6.
- Ás vezes, as coisas que queremos não acontecem e o que menos esperamos acontece. Você conhece milhares de pessoas e nenhuma realmente toca você. Então você conhece uma pessoa e sua vida muda pra sempre.

Edward Zwick (Um ato de liberdade, O último samurai) não é conhecido por dirigir comédias românticas, e assistindo a esse filme é fácil de descobrir porquê. Talvez querendo revolucionar o gênero, ele faz um filme que não é nem engraçado ou mesmo romântico. Ou pode ser que o diretor não tenha a intenção de fazer um filme que não seja deprimente.
Outro detalhe interessante é o fato do filme se passar em 1998. Será que o diretor queria uma época "mais inocente", quando as pessoas (nos EUA) não ficavam tão preocupadas com guerras ou ameaças de terrorismo? A resposta é não. O filme se passa nessa época, por causa de um "fato histórico": o começo da comercialização do viagra.
É nessa época que acompanhamos Jamie Randall (Jake Gyllenhaal), um homem muito carismático e inteligente que usa todas as suas habilidades para vender qualquer coisa enquanto dorme com qualquer mulher que apareça no seu campo de visão. Ele não sabe bem o que quer da vida, não é por acaso que começa o filme vendendo eletrônicos antes de passar pros produtos farmacêuticos.
Como vendedor de produtos farmacêuticos, ele rapidamente descobre que para conseguir chegar a Chicago (onde os maiores se encontram), ele deve entre outras coisa flertar com as recepcionistas de médicos (quem sabe dormir com elas) e agradar os próprios de alguma forma. Não é um trabalho fácil, mas alguém tem que fazê-lo.
O principal médico que ele deve agradar, é Dr. Knight (Hank Azaria), e é através dele que conhece Maggie Murdock (Anne Hathaway), uma mulher que aos 26 anos já tem que tomar diversos remédios por sofrer de Parkinson, o que é extremamente raro em alguém tão novo. Depois de um desentendimento inicial, os dois começam uma relação baseada somente em sexo. Ela porque não quer que sua doença seja um fardo para alguém, e ele porque é um imbecil mulherengo.
O problema é que o filme não decide que caminho tomar. A doença de Maggie é contada com seriedade e abre espaço para discussões interessantes. Mas nada disso combina com a constante interferência do irmão Jamie, um retardado social que deveria ser o personagem cômico do filme. Pena que não consegue.
Hathaway dá uma doçura, apesar de todo a ignorância que destila, à sua personagem. E quando é preciso, ela nos emociona. Realmente está muito bem em seu papel. Gyllenhaal também está ótimo em seu papel, são não consigo acreditar plenamente que ele é capaz de ter a mulher que quiser (ao contrário de Ryan Gosling em Amor a toda prova).
Zwick é um diretor competente, mas parece ter se esforçado bastante em um roteiro que infelizmente não funciona. Os personagens principais tem pesos diferentes. Sabemos tudo que é preciso sobre o personagem dele e nada sobre o dela, que parece ser o oposto dele apenas para servir o filme. Apesar de errar no roteiro, pelo menos devemos dar crédito a direção, que junto com as atuações salva o filme do fracasso. Pena que fica no quase.

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