terça-feira, 9 de agosto de 2011

MEU PRIMEIRO AMOR - MY GIRL


NOTA: 9.
- Pai, não quero te preocupar, mas meu seio esquerdo está crescendo significantemente mais rápido que o direito. Isso só pode significar uma coisa: câncer. Eu estou morrendo.
- Okay, querida, me passe a maionese.

Vejo poucos filmes de qualidade que retratam a infância. Por isso foi um prazer rever, depois de tantos anos, este filme. Ainda melhor relembrar que Macaulay Culkin podia fazer mais do que filmes bobos como Esqueceram de mim e outra besteiras do gênero. Quando fez este filme, já tinha trabalhado no já citado filme além de Quem vê cara não vê coração (com John Candy, de John Hughes) e outros filmes, além, de um clipe com Michael Jackson. Já era o menino queridinho dos filmes americanos. 
Ainda assim esse filme não é dele, é de Anna Chlumsky que interpreta Vada. Ela mora numa casa onde o pai (Dan Aykroyd) oferece serviços funerários. Sua mãe morreu dois dias depois do seu nascimento, então são apenas ele, ela e a avó que sofre de Alzheimer e fica reclusa em silêncio. Apesar de estar sempre cercada da morte, ela não está habituada a isso. Ela é apenas uma criança e o pai não lhe dá tanta atenção assim. Por isso, as maiores noções filosóficas sobre a vida, ela tira das conversas que tem com seu único amigo, Thomas J. (Culkin).
Não é de se admirar muito que ela seja hipocondríaca e vá ao médico por qualquer falta de ar que sinta, e que depois "descubra" que está morrendo de câncer de próstata. Ela poderia ter mais noção das coisas da vida, mas seu pai está mais preocupado com os mortos do que com ela. A situação só muda um pouco quando ele contrata uma maquiadora que gosta dela, mas que vira uma ameaça quando percebe que seu pai também começa a gostar dela.
Como toda criança, nada é simples para Vada. Apesar de estar sempre com seu melhor amigo, sua atração é pelo professor do colégio bem mais velho do que ela, tem certeza que tem uma doença que o médico não consegue encontrar nunca nas suas muitas visitas, e seu pai, que apesar de passar muito tempo com ela dificilmente responde o que ela está lhe perguntando, começa a dividir o tempo dela com a maquiadora Shelly (Jamie Lee Curtis).
Como qualquer pessoa em sua idade, ela vai aprender as coisas da vida. As "realidades" pelo qual todos nós passamos, mesmo que seu pai queira mantê-la afastada do sofrimento. Há uma coisa que ele não pode evitar, que é a vivência. Ele pode não explicar para ela, mas ela vai passar por todos esses momentos de uma forma ou de outra. Assim como uma tragédia acontece no filme e ela não sabe como agir. Ainda assim ela vai aprender como todos nós aprendemos.
O filme não ameniza a dor que a menina sente quando a tragédia acontece (que muitos devem saber qual é), e Chlumsky consegue demonstrar isso muito bem. Ela realmente foi uma escolha feliz para o filme. Assim como ele acerta a mostrar os adultos como pessoas normais. E com todos os personagens muito bem construídos. Apesar de ter algumas cenas obrigatórias, tem algumas surpresas, mas o principal é que se trata de um filme tocante. Muito bonito de ver ou rever.

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