segunda-feira, 8 de agosto de 2011

HITCHCOCK TRUFFAUT 13: RICH AND STRANGE (1932)

Para ler o que já saiu de Hitchcock Truffaut, clique aqui.


NOTA: 6.
- Não quero tomar um remédio. Eu quero algumas das boas coisas da vida. Como dinheiro. Por que você deveria gastar menos com você do que algumas mulheres gastam com poodles? 

Esse é um filme que agradou muito o diretor e que ele desejava que tivesse tido melhor sorte, tanto nas bilheterias quanto com os críticos. Alguns disseram que os personagens eram mal construídos ou que os atores não eram convincentes. Realmente os dois pontos podiam ser melhorados nessa produção, mas hoje também a história me parece pouco interessante para ser levada às telas de cinema. Especialmente, pode se tratar de um desperdício do talento do diretor.
Este filme tem a melhor abertura de um filme até então da carreira do diretor, onde trabalhadores são mostrados todos os trabalhadores de um escritório trabalhando de maneira metódica e como se tudo fosse padronizado. Movimentos iguais até na hora de sair para voltar pra casa abrindo os guarda-chuvas da mesma forma. Todos com exceção de Fred que não consegue abrir o seu e tem que voltar para casa se molhando inteiro.
Em casa, ele encontra sua esposa de anos onde vivem suas vidas medíocres, até que chega uma carta de um parente que não morreu mas que lhe deixou bastante dinheiro para curtirem uma viagem como se fossem ricos. Eles partem então para um cruzeiro onde ele acaba tendo um caso com uma falsa princesa que quer seu dinheiro e ela com o comandante do navio. Ao final das desventuras do casal, eles voltam para casa para viverem suas vidas da mesma forma que viviam antes.
Aqui, temos uma ponte entre os filmes falados e mudos do diretor. A sua câmera começa a ter uma maior mobilidade em relação aos filmes anteriores da era falada. Ao mesmo tempo, trabalha ainda com longas pausas em silêncio como nos mudos. Talvez o diretor quisesse fazer uma ode à antiga era, tanto que ele usa demasiadamente cartelas, mas a verdade é que o filme não é nem uma coisa nem outra. Uma mistura que não fica exatamente muito emocionante de assistir.
De bom, fica a impressão da formação que o diretor estava tomando. Há mais sinais do seu talento neste filme que em todos os seus filmes anteriores. Não é dos melhores, mas vale a pena uma espiada a título de curiosidade. 

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