quarta-feira, 3 de agosto de 2011

BRAVURA INDÔMITA - TRUE GRIT (1969)


NOTA: 9,5.
- Bill Waters é o melhor rastreador. Rooster Cogburn é o mais cruel. Sem piedade, durão e sem nenhum pensamento de medo. Eu teria que dizer que L. T. Quinn é o mais certinho, que traz os prisioneiros vivos.
- Onde eu encontro Rooster Cogburn?

Muitos conhecem a história por conta da refilmagem que foi feita ano passado escrita e dirigida pelos irmãos Coen e estrelada por Jeff Bridges. Ambos são, na verdade, baseados no livro de Charles Portis e cada qual tem suas características distintas. A principal característica deste filme é que em nenhum momento ele deixa de ser um filme de John Wayne. Terão os que considerem o fato como bom ou ruim, como fã do ator eu digo que cada filme é bom ao seu modo.
O início do filme mostra a família Ross, com o chefe da família saindo para fazer negócios junto com seu ajudante Tom Chaney enquanto a pequena Mattie Ross (Kim Darby), já amadurecida para a sua idade, fica tocando os negócios da família. Quando Frank Ross tenta ajudar Chaney a não se meter em uma briga, este o assassina covardemente e rouba o dinheiro deixando o corpo para trás. Em seguida, Chaney foge para uma área dominada por índios onde somente federais tem jurisdição, e nenhum parece muito interessado nele.
A pequena Mattie Ross, com 14 anos segundo o filme, resolve procurar Rooster Cogburn (John Wayne), um federal com atitudes suspeitas e fama de ser bem cruel com as pessoas que está caçando. Ela usa seu tino para os negócios para fechar acordos e garantir dinheiro para a caça do assassino. A única coisa que ela quer, é seguir junto na caçada. Se junta a eles La Boeuf (que ele diz se pronunciar La Beef), um outro federal que está atrás de Chaney por outros motivos.
O filme é dirigido por Henry Hathaway, que dirigiu diversos tipos de filmes mas acabou ficando mais conhecido pelos seus filmes de faroeste (Os filhos de Katie Elder e principalmente este filme). Ele já tinha 72 anos quando dirigiu este e somente fez alguns poucos trabalhos depois disso. Não se deixem enganar pela sua idade, este é o trabalho mais maduro. Isso, em conjunto com a fotografia sensacional de Lucien Ballard fazem desse um dos grandes filmes de faroeste da época.
O que o impede de se tornar um filme excelente é o seu elenco. E olha que tem coadjuvantes como Robert Duvall e Dennis Hopper. Glen Campbell, que interpreta La Boeuf é muito fraco para o papel que tem e apresenta enorme dificuldade de tornar os diálogos convincentes. Para piorar, Kim Darby também não convence como Mattie Ross. Seja por parecer que tem muito mais de 14 anos (ela tinha 22 na época), seja por não conseguir se passar por uma garota amadurecida que tem tino para negócios. Quem realmente se destaca é John Wayne. Sei que disse que sou fã dele, mas mesmo para quem não gosta fica óbvio que é a sua presença que salva o filme em todas as cenas.
Para mim foi um dos grandes filmes do ano. O único outro faroeste que se destacou naquele ano foi Butch Cassidy e Sundance Kid. Um pouco criticado na época de seu lançamento, foi indicado apenas para música e deu a Wayne seu único Oscar, vencendo Jon Voight e Dustin Hoffman (Perdidos na noite), o que muitos consideram injusto. Talvez tenha tido atuações melhores naquele ano, mas esta foi a coroação de 40 anos de carreira de Wayne que teve aqui sua melhor performance.

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