quinta-feira, 25 de agosto de 2011

QUESTÃO DE HONRA - A FEW GOOD MEN


NOTA: 7,5. 
- Você quer respostas?
- Eu quero a verdade.
- Você não aguenta a verdade.

O filme está em duas listas da AFI (American Film Institute): a última frase acima é declarada por Cel. Jessup (interpretado por Jack Nicholson) e foi eleita a #29 melhor da história do cinema; além disso, é considerado o quinto melhor filme de tribunal, atrás apenas de clássicos como Kramer vs Kramer e Doze homens e uma sentença. A verdade é que o filme não causou hoje uma boa impressão como achei que causaria. Ou mesmo do que me lembrava de como seria.
Um dos motivos foi o excesso de obviedade dado ao seu tratamento. Não é que não tenha uma ou outra surpresa, mas sim pelo fato de parecer repetir cenas para não deixar nenhuma dúvida para o espectador. Basicamente vemos a preparação da cena que vai acontecer, em seguida a cena acontece pra valer para então depois vermos os personagens explicando a cena que acabamos de ver. Parece um making of onde vemos o ensaio, a gravação e a edição. Ou talvez apenas subestime a inteligência de quem assiste.
Baseado em uma peça de sucesso da Broadway (que teve nomes como Tom Hulce e Stephen Lang em seu elenco), acompanhamos o advogado citado defendendo dois fuzileiros que guardam a fronteira de Cuba acusados da morte de um terceiro mais fraco. Ao que ele nos leva a crer, trata-se de um código vermelho, medida "disciplinatória" que usa castigos físicos. O caso seria resolvido por lá mesmo, mas Galloway (Demi Moore) quer defendê-los numa corte americana. Para evitar uma péssima publicidade, eles põem Kaffee que é famoso por fazer apenas acordos e não por pisar no tribunal.
É claro que o filme nos leva para julgamento. Tanto porque Galloway não deixar Kaffee levar seu trabalho preguiçosamente, ou porque os dois acusados são militares tão orgulhosos que preferem passar mais de uma década na cadeia do que sujar o nome do exército, tropa, Deus ou país. Nesta ordem. Ou ele entra na briga ou pede que outro advogado seja designado.
A maior vantagem do filme é provavelmente o elenco de primeiríssima linha. Cruise alternava blockbusters de sucesso, como Dias de trovão, com filmes mais sérios como Nascido em 4 de julho. Se ele ainda não era o ator experiente (e melhor) que vemos hoje, pelo menos se entrega muito bem e dá conta do recado. Ao seu lado estava uma Demi Moore em seu auge além dos sempre competentes Kevin Bacon e Kiefer Sutherland. Mesmo entre os "figurantes" temos Cuba Gooding e Noah Wyle. A cereja no topo fica por conta do sempre ótimo Jack Nicolson.
Só é uma pena ver um filme que podia ser ótimo acabar sendo apenas mediano. Quando chega a cena final onde Cruise vai pressionar Jessup na cena mais famosa, sabemos que estratégia ele vai usar e como vai usar. Infelizmente isso tira muito da força que o filme poderia ter. Melhoraria se fosse mais enxuto.

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