quarta-feira, 10 de agosto de 2011

INCONTROLÁVEL - UNSTOPPABLE


NOTA: 6.
- Isso não é um treinamento. No treinamento você só é reprovado. Aqui você pode morrer.

Este filme é dirigido por Tony Scott, o irmão menos talentoso de Ridley Scott (Gladiador, Blade Runner). Esta é também a quinta vez que ele trabalha com Denzel Washington, o que inclui Maré vermelha, Chamas da vingança, Déjà vu, O sequestro do metrô 123 e este filme, então não deveria ser supresa vê-los trabalhando juntos. Ainda assim me surpreendo com a repetição dessa parceria, afinal Denzel é um dos melhores atores da atualidade, já Scott está longe de ser um dos melhores diretores ou mesmo de fazer os melhores filme. Bem longe disso.
Aqui ele interpreta um veterano operário de um empresa ferroviária, Frank, que vai trabalhar pela primeira vez com o novato Will (Chris Pine, o kirk do novo Star trek), que segundo disseram a ele só conseguiu o emprego por causa do seu sobrenome. Em outra parte, um funcionário bem estúpido perde o controle de um trem que não tem como ser parado, daí o nome original do filme. Depois de algumas tentativas frustradas de deter o trem, a maioria mais estúpida ainda (como a do homem descendo por um cabo de um helicóptero), Will e Frank decidem eles mesmos pararem o trem. Se me leva um parágrafo para descrever o filme, por que ele leva mais de uma hora para ser contado?
Claro que há alguns outros personagens que servem para ocupar espaço na tela e na projeção, como Connie (Rosario Dawson) que coordena os trens e seu chefe Galvin (Kevin Dunn), mas a verdade é que seus personagens não são tão essenciais assim e ocupam mais tempo do que deveriam. Mais estranho ainda é quando aparecem os familiares dos astros do filme: Frank tem duas filhas, que só servem para desligar o telefone na cara dele e aparecer torcendo na frente da TV para o pai não morrer no final; já Will tem um filho que não vê pois sua esposa tem uma ordem de restrição contra ele, e a tal esposa que aparece dormindo em mais da metade do filme e depois fica chorando torcendo para o marido não morrer. Não consigo sequer me lembrar da fala de qualquer uma delas ou mesmo os seus nomes, mas elas estão lá mesmo assim.
Se o filme não sai totalmente dos trilhos (não consegui evitar o trocadilho), é por conta das atuações da dupla protagonista, e somente da dupla. Como o diretor não dá muito espaço para construção de personagens, cabe aos dois criarem personagens que sejam convincentes, e eles realizam o trabalho muito bem. O problema é que como os conhecemos pouco, não nos importamos realmente com eles. Eles correm perigo sim, mas quer dizer que devo torcer por eles porque aparecem familiares "mudos"? Não funciona exatamente assim comigo.
A história do filme chega a ser interessante, mas Scott tem uma mão muito pesada para contá-la. Tudo é muito absurdo mostrado em cortes rápidos e uma câmera inquieta (demais) que fica fazendo panorâmicas aceleradas que fazem a imagem parecer uns borrões coloridos. Pelo menos é um filme melhor que o anterior do diretor, mas ainda assim outro que é rapidamente esquecível.

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