segunda-feira, 14 de março de 2011

MINHAS MÃES E MEU PAI


NOTA: 9.
- Já é difícil o suficiente de abrir o coração num mundo como este. Não torne tudo pior.

Se eu disser que este é um filme sobre um casamento lésbico, pode levar as pessoas a tomar conclusões precipitadas. Esse não é um filme sobre lésbicas. Sim, a família que aparece no filme é formada por duas mulheres casadas e seus filhos, mas o casamento e os problemas que eles enfrentam poderiam acontecer com qualquer casal.
Elas são Jules (Julianne Moore) e Nic (Annette Bening). Nic é uma médica, e Jules não sabe bem o que quer fazer da vida, apesar de estar em uma idade em que já deveria ter descoberto. Depois de tentar montar vários negócios que não deram certo, o planejamento agora é ser paisagista. Juntas elas tem dois filhos frutos de inseminação artificial, Joni (Mia Wasikowska, a Alice do filme de Burton) e Laser (Josh Hutcherson), ambos do mesmo doador, Paul (Mark Ruffalo).
Ao fazer 18, Joni tem o direito de pedir para conhecer seu pai biológico. A pedido de Laser, ela liga para clínica que verifica que Paul tem interesse em conhecê-los. As mães agora ficam numa encruzilhada, já que tentam ser mães liberais. Elas se dizem abertas e dispostas a conversar sobre qualquer coisa. Na prática a coisa não funciona exatamente assim e elas ficam incomodadas. Nic é mais racional e deixa transparecer isso, já Jules é mais emotiva e acaba levando a coisa de maneira mais tranquila. 
Então elas conhecem Paul. Ele parece um hippie que fala coisas como "Legal" e "Estudo é bom, mas não para mim, sabe?" e coisas do gênero. O fato de seus filhos terem duas mães é legal. O garoto se chama Laser? Legal. O jeito dele até parece interessante por um tempo, mas depois começa a cansar. Legal demais para mim.
Quando ele descobre o novo empreendimento de Jules, resolve a contratar para cuidar dos jardins da sua casa. O contato diário entre os dois e a provável crise de meia idade pela qual ela passa, acaba fazendo que os dois tenham um caso.
Essa não é a única fonte de problemas da família. Desde que as crianças conheceram o pai a relação dentro de casa ficou ruim. A família que antes era um exemplo de uma perfeita família feliz, começa a tomar novas cores. As mães brigam mais do que o normal e os filhos começam a responder e questionar as duas. É uma família que era muito melhor sem o pai. 
Apesar de tudo isso, o filme é uma comédia. E o grande acerto da diretora, e roteirista, Lisa Cholodenko é nunca deixar o filme cair no melodrama, o que deixa um clima sempre leve e gostoso de assistir. Mesmo quando enfrentam os piores problemas. Outra coisa importante é que mesmo com esses problemas, o filme não se prende a eles. Eles são apenas obstáculos pelos quais os personagens vão passar. São os personagens que importam, e como eles lidam com as situações.
É um filme com elenco fantástico, especialmente o casal. Moore e Bening estão perfeitas como mulher e mulher e realmente parecem que estão anos juntas. Passam muito mais verdade que muitos maridos e mulheres que já vimos nos cinemas. Ajuda muito o fato de terem um roteiro afiado com ótimos diálogos e livre de preconceitos que poderiam prejudicar o tema.

4 comentários:

  1. Gosto muito da direção do filme, acho que favorece o talento do elenco e, acima de tudo, é um filme realista sim. Interessante que todos estão bem, inclusive Julianne Moore merecia também indicação ao Oscar. Mas, verdade, Bening é o grande destaque pela atuação intensa.

    seu texto mostra bem a essência do filme! abraço, rapaz!

    Sumiu, hein?

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  2. Bá eu ia passar reto desse filme, mas pela tua indicação, vou encarar

    Abraço!

    (ah, e muito obrigado por me colocar na lista de blogs, é uma baita honra, meu amigo!)

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  3. Cristiano:
    Realmente as duas estão ótimas.
    Acho que Benning foi indicada porque seu papel é mais intenso, mais explosivo.
    Moore é sempre fantástica, mas está bem mais contida que seu par.

    E obrigado pelo elogio, vão sair 3 indicados seguidos.
    rs

    Abraço.

    Rafael:
    Mesmo esquema.
    Depois me diz se gostou.
    rs

    E de nada, meu amigo.
    Grande abraço.

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  4. Vi o filme, e achei que Paul merecia um final mais feliz. Pô, ele era bem safado, mas ele é um bom pai e bem sincero também. Depois de ver o filme, eu não me contentei com a forma de como ele acabou e vi o final do filme de novo umas três vezes na internet porque eu jurava que estava perdendo alguma parte do final... Mas eu adorei o filme, e acho que isto até deu um tom mais dramático à ele.

    Adorei o seu Blog

    Beijos e até mais!!!!

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