terça-feira, 15 de março de 2011

127 HORAS


NOTA: 7.
- O problema sou eu. Eu escolhi isso. Essa rocha estava me esperando minha vida inteira.

Grande parte do que li sobre o filme, é sobre como o material era considerado impossível de ser filmado. Geralmente quando isso acontece, aparece algum diretor talentoso para dar vida a um projeto que provavelmente estaria fadado ao fracasso.
O diretor talentoso (e bola da vez) é Danny Boyle, premiado recentemente pelo seu Quem quer ser milionário? e dono de um incrível apuro visual. Ele se junta a James Franco para fazer um filme altamente intimista. Franco é praticamente o único ator da produção assim como o lugar onde ele fica preso é praticamente a única locação. Neste lugar, vemos apenas o personagem, Aron, e a rocha.
Mesmo aqui no Brasil a história ficou bastante conhecida e muitos devem ter lembrado: Aron cai e fica com a mão direita presa por uma rocha que não consegue sequer mexer, o que dirá retirar. Depois das tais 127 horas do título, Aron corta o próprio braço para poder escapar com vida.
Logo que seu braço fica preso, Aron faz um rápido inventário das coisas que leva consigo na mochila. Uma câmera, uma máquina fotográfica e uma ferramenta multiuso com uma espécie de canivete na ponta. O canivete suíço, como acompanhamos nas primeiras cenas fica em casa. Se ele pelo menos tivesse lembrado de levar o celular. Bem, se ele provavelmente tivesse lembrado não teria um filme sobre ele.
Acho pouco material para um filme. Tão pouco material que uma lente de contato vira motivo para um flashback. Digam o que for, mas uma lente de contato não deveria merecer tanto em um filme. Apesar de tudo, é apenas uma lente e poucos segundos para retirá-la deveriam ser mais que suficientes.
Para preencher o resto dos buracos para o filme ter uma duração que justifique uma ida ao cinema, Boyle começa a trabalhar em cima da sanidade do personagem. Antigas namoradas, família e amigos aparecem para interagir com sua abalada mente. Tudo entre cortado pelo maior trunfo do filme: uma fotografia impecável. Desde  o início, Boyle não somente nos brinda com belas imagens do lugar, como aproveita para mostrar como ele é desolado. Esperar que alguém passe por ali seria ingenuidade. Depois, ele cuidadosamente coloca lindas tomadas do sol, uma águia e outras coisas. 
Tudo muito lindo. Tudo sem ter muito a ver com a história principal. Todos esses detalhes parecem nos afastar do que realmente deveríamos ver. Boyle faz um filme divertido, e a diversão nos afasta da aflição que aquele homem deveria estar passando. Eu não queria estar me divertindo, queria estar me perguntado: "será que eu consegueria cortar meu braço para escapar?". Queria estar aflito como aquele homem devia estar. Não me distraindo.
De destaque mesmo fica a interpretação de Franco, que convence bastante e mostra que pode ser muito competente e versátil. Não tão bom a ponto de tirar a glória de Colin Firth, mas bom o suficiente para nos manter atento durante todo o filme.
O problema, para mim, é que parece que o filme existe apenas para mostrar o talento do diretor. Apesar de bem talentoso, não acho que é assim que os grandes filmes surgem. Se me perguntarem se vale a pena assistir, eu teria que dizer que sim. Apesar de tudo é realmente divertido. Um dos melhores do ano? Não. Sequer chega a ser um dos melhores trabalhos de Boyle.

5 comentários:

  1. amei o filme mas fiquei angustiada de ver Aron cortando o braço no lugar dele eu me matava com ajuda do canivete,com um só golpe no peito!:D

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  2. oi eu preciso fazer essa resenha!e o filme é muito maneiro

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  3. este filme é incrível! ótima atuação de James Franco lindo

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