quarta-feira, 4 de agosto de 2010

CORAÇÃO LOUCO


NOTA: 9,5.
"Filho, eu já toquei bêbado, doente, divorciado e correndo. Bad Blake nunca perdeu um show em toda sua vida." Bad Blake

Depois de muitos anos de carreira, parece difícil de acreditar que Jeff Bridges nunca tenha recebido um Oscar até estrelar esse filme. Desde sua primeira grande aparição em A última sessão de cinema, Bridges sempre entregou personagens críveis e que agradam a platéia. Seja em blockbusters como King Kong e Tron (cuja continuação estreará esse ano) ou mesmo personagens inesquecíveis como Lebowski.
Aqui, Bridges é Bad Blake, um cantor de country que muitos (ênfase no muitos) anos atrás foi um dos grandes astros da música. Agora, depois de um longo tempo ingerindo quantidades abusivas de álcool e sem escrever nenhuma música nova, ele ganha seus meros trocados cantando em pequenos bares e até mesmo pistas de boliche. Basicamente, ele toca em lugares onde pessoas saudosas de antigas músicas possam curtir um outrora grande músico.
Em uma dessas pequenas cidades por onde passa, ele é entrevistado por Jean (Maggie Gyllenhaal) com que acaba tendo um caso. Claro que a relação dos dois não pode ser perfeita. Além da grande diferença de idade (25 anos), ela é mãe de uma criança e não pode se dar ao luxo de passar tanto tempo com um alcoólatra que nunca procurou o próprio filho. Ela sabe disso, mas ele é tão boa companhia que acaba vendo onde vai dar.
Para tentar voltar a ter algum sucesso, ele conta com a ajuda de Tommy Sweet (Colin Farrell). Essa é uma parte bem interessante do filme, ao invés de ser Blake que procura Sweet que pode desprezá-lo ou algo do gênero, a situação é totalmente inversa. Sweet aprendeu tudo o que sabe com Blake e diz para quem quiser ouvir. É ele quem procura Blake para shows e sempre reverencia seu antigo mestre. Blake é quem se mostra desconfotável com a situação.
Se a academia estava esperando um filme como esse para premiá-lo, não dá para dizer que foi injusto, mas ainda acho que foi realmente injustiçado por O grande Lebowski, que em minha humilde opinião é seu melhor papel. Ele mesmo deve ter gostado tanto que quase o repetiu em Os homens que encaravam as cabras. De qualquer forma, essa é mais uma atuação brilhante de Bridges aliada a uma boa história. Parabéns a ele. Se um Oscar era tudo que lhe faltava, agora não falta mais nada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...