segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O MENINO DO PIJAMA LISTRADO – THE BOY IN THE STRIPED PYJAMAS


NOTA: 9.
- Por que vocês usam pijamas todos os dias?
- Os soldados tiraram nossas roupas.
- Meu pai é um soldado, mas não do tipo que tira roupas das pessoas.

Filmes sobre o holocausto são complicados, pois, como tratam de um tema muito delicado, acabam gerando filmes que se transformam em pérolas, ou que acabam odiados e esquecidos (esses, infelizmente, são maioria). Sobre ele, temos os inesquecíveis: A Lista de Schindler, O Pianista e O Grande Ditador. Então qual o grande atrativo desse filme? O ponto de vista de uma criança inocente. É a inocência que permeia o enredo do filme e se torna a sua maior arma.
Bruno mora no que considera a casa perfeita, vai à escola, tem amigos e tudo que pode pedir. Seu pai é um oficial da SS que é promovido, e com isso, a família deve se mudar, o que não estava nos planejamentos do garoto que pretende ser explorador. O lugar não tem nada para fazer. A única coisa que ele vê é uma “fazenda” pela janela de seu quarto. Bruno pergunta à mãe sobre as pessoas estranhas da fazenda, que andam sempre de “pijamas listrados” e é proibido de ir lá, mas seu instinto explorador fala mais alto e o garoto “descobre” um caminho. E lá ele conhece Shmuel e forma uma improvável amizade com o menino judeu.
Bruno não sabe o porquê do garoto estar lá. Durante o filme, ele começa a aprender sobre a ameaça que os judeus “representam”. Como são destruidores e um mal para a nação. Até assiste um vídeo sobre quão bela é a vida dos judeus nos campos de concentração e se confunde com a situação. Ele sabe que deve se manter longe do menino judeu, mas seu tutor diz que se encontrar um judeu bom, o menino seria o melhor explorador do mundo, o que só incentiva Bruno.
Cada conversa entre os dois meninos é de apertar o coração. A diferença entre eles e a forma como o judeu é maltratado incomodam na alma. Mas este não é um filme de choro fácil. O diretor acerta em cheio e não entrega um filme melodramático que busca o choro. Este, quando vem, vem de forma natural, o que torna tudo mais doloroso.
Vera Farmiga (Os Infiltrados) tem um destaque especial como a mãe. Sua personagem é a melhor do filme e a atriz entrega uma personagem memorável que luta para educar os filhos longe do pensamento nazista e cruel. E os elementos dos filmes que mostram os nazistas estão lá. O soldado cruel existe, mas são todos humanos e sempre sob a ótica de Bruno, que nunca consegue entender a magnitude da situação que está vivendo. Até o pai amoroso permanece impassível durante um espancamento de um judeu em frente de toda a família (afinal, como ele mesmo diz, “Judeus não são pessoas de verdade”). Apesar de toda a crueldade, o menino se torna fiel ao seu único amigo, o que leva o filme a um final dramático, que poderia ser mais choroso se não fosse anti-climático. Mas como disse, esse filme não é um filme para se derramar em lágrimas.
Um filme que incomoda e fica gravado na memória...

6 comentários:

  1. Como pode ver, eu recomendo.
    E no cinema.
    Achei interessante. Geralmente a gente sai do cinema e fica aquele burburinho das pessoas comentando. Nesse filme, era um silêncio absoluto. As pessoas pareciam estar "digerindo" o filme. E outras chorando.
    Interessante e curioso...

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  2. Esse filme realmente é pra se pensar...imaginar como as pessoas são injustas e acabam fazendo mal a si mesmo...Filme marcante e muito triste, chorei muito!!!

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  3. ue legal.
    Tem gente que procura os posts antigos.
    Espero que goste dos novos também.

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  4. Seu blog é bom, seus comentários são bons e legal ver quantos filmes em comum a gente tem...
    Esse filme ainda não estou preparada para ver...hsuahsuha

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  5. Raquelzita,
    O meu problema é com filmes de cachorro.
    Esses é que não estou mais preparado para assistir.
    rs

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