quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O VENCEDOR


NOTA: 7.
- Sou eu que estou lutando. Não você, nem você e nem você (apontando para Dick, Alice e seu treinador).

Um dos 10 indicados ao Oscar de melhor filme do ano, e provavelmente só está na lista por ela ser muito extensa. Permanecessem 5 indicados, provavelmente este filme não entraria na festa pelo simples fato de não ser um filme muito bom.Ou talvez esteja na lista por a academia sempre ter mostrado uma predileção por filmes com boxeadores que conseguem ascender na vida.
Acompanhamos a história (real) de Micky Ward (Mark Wahlberg), um lutador de boxe de uma pequena cidade que está vindo de uma série de derrotas. Ele até mesmo pensa em parar de lutar. Sua vida muda quando ele conhece Charlene (Amy Adams), que conhece sua história e identifica seu principal problema: sua família.
Micky é treinado pelo irmão, Dick (Christian Bale), um viciado em crack que passa o filme inteiro se vangloriando de ter derrubado Sugar Ray Leonard, numa luta que ele perdeu há muito tempo atrás. Por causa do vício, Micky nunca consegue um treinamento decente mesmo quando está perto de lutas. Isso quando Dick aparece para os treinos. Ele também passa boa parte do filme falando sobre o documentário que estão fazendo sobre a vida dele e seu retorno aos ringues. O documentário é na verdade sobre como o crack acabou com a sua vida.
Ele é agenciado por sua mãe, Alice (Melissa Leo), que age muito mais como empresária do que como mãe. Ela convence o filho a lutar com um homem 10 quilos mais pesado que ele só para poderem receber o dinheiro da luta. Ela parece ser o tipo de mulher mais interessada em conduzir a vida de Micky para o fracasso que admitir que ele possa ter sucesso sem ela. Isso inclui convencê-lo também a deixar de treinar em Vegas o ano todo e com salário. O melhor é ele ficar com a família, mesmo que esta o arraste para baixo.
Para completar a família disfuncional, ele tem 7 irmãs que só servem para concordar com a mãe e arranjar problema com Charlene, a quem chamam de "garota da MTV", o que significa ser assanhada.
É só quando Micky se afasta da sua família que sua carreira começa a tomar um rumo vitorioso. O grande trunfo dele é a sua capacidade de apanhar durante uma luta inteira para de repente acertar um golpe que lhe garante a vitória. Ás vezes, tudo que precisa é de um único golpe. Caminho das vitórias que o leva para a disputa do título mundial.
As atuações estão ótimas no filme, destaque para Bale que se transforma a cada personagem que faz. Seja como Batman, um sobrevivente na selva ou viciado em crack. Ele não parece errar na mão e parece que finalmente vai conseguir seu primeiro Oscar. Melissa Leo  (Rio congelado) faz mais um papel fantástico, e a surpresa fica para Amy Adams que tem uma carinha bonita mas mostra que sabe falar grosso e ser durona quando necessário.
A fraqueza do filme, porém, está na fraqueza de seu protagonista. Não que Wahlberg seja um péssimo ator, longe disso, é apenas que seu personagem é muito fraco para um protagonista. Está certo que ele sempre se viu sob a sombra de seu irmão e sufocado pelas irmãs, mas ainda assim um lutador de boxe tão sem personalidade assim não deveria ser o principal na trama. Não é por acaso que Bale, Leo e Adams foram indicadas por papéis secundários e Wahlberg não. Que me desculpe quem gosta do filme, mas quando todos os coadjuvantes são melhores que o protagonista, algo está errado. Seu personagem não parece ter objetivos e nem leva o filme a lugar algum, é apenas levado pelos coadjuvantes.
Para completar, as lutas não são empolgantes. Quando assistimos Touro indomável ou mesmo um Rocky, ficamos sempre torcendo pela vitória. Ou que pelo menos ele faça um grande show. Aqui, as lutas parecem apenas passar como um elemento do filme. Infelizmente não fiquei torcendo muito por ele. Talvez até mesmo porque não me importei o suficiente com ele. Uma pena.

3 comentários:

  1. É parece que a essência do filme , infelizmente vc não conseguiu extrair. Não percebeu que o emocionante do filme é a superação do vício e o reconhecimento da mãe que super protegia um filho e via o outro apenas como um meio para que o mito de seu filho predileto permanecesse vivo?

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  2. Percebi sim.
    Só que já foi feito antes várias vezes e muito melhor.
    Mais importante: com personagens mais interessantes.

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