quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

CASSINO ROYALE


NOTA: 10.
- Eu sabia que era um erro te promover.
- Bem. Como os agentes 00 tem pequena expectativa de vida, seu erro não deve durar muito.

Havia muito tempo Bond estava perdendo terreno para outros espiões. Mais recentemente, para o Bourne de Matt Damon, por exemplo. Enquanto o resto procurava deixar seus personagens mais reais, Bond continuava sendo um fanfarrão e se comportando da mesma forma que se comportava quando ainda era interpretado por Sean Connery na década de 1960. O tempo passou, o tempo mudou e Bond continuava o mesmo.
Desde o início, havia um ritual que sempre se repetia filme após filme: uma cena inicial, que nem sempre era necessária para o filme, a música tema acompanhada dos créditos, M passava a missão, Q as nova bugigangas e ele completava as missões bebendo muito e dormindo com qualquer mulher bonita que passasse pela sua frente.
A reformulação do personagem deixa tudo isso para trás. Não existe sequer Miss Moneypenny para flertar com Bond antes dele conversar com M. Talvez por ser desnecessário para a trama, ou mesmo porque essas situações não existiam nos livros de Ian Fleming. Quando Bond precisa falar com M, ele invade seu escritório ou até mesmo sua casa.
E este é mesmo o primeiro filme de Bond, adaptado do primeiro livro sobre o personagem. O próprio personagem estava ainda se desenvolvendo assim como esse novo Bond ainda está aprendendo os segredos de ser um agente 00.
Ele vai para a fictícia Montenegro, onde Bond deve ganhar um jogo de poker para impedir que Le Chiffre (Mads Mikkelsen) vença o torneio. Seria como financiar terrorismo. Um dos acertos é centrar o filme no jogo, a ação se passa em torno disso.
E a ação é ótima quando é necessária. Todas as cenas poderiam ser reais, não parecem as cenas de ação feitas em computador e na sala de edição, como já reclamei em outros filmes. Aqui você vê Bond realmente em ação. E melhor ainda para a série, porque finalmente vemos um Bond que pode se machucar. Que apanha. Finalmente eu vejo um Bond no cinema com quem eu realmente me importo. Além disso, é um Bond com sentimentos.
Daniel Craig faz um ótimo Bond. Difícil dizer que é o melhor, já que concorre com o ótimo Bond de Sean Connery, mas a comparação é meio injusta por conta de se tratarem de personagens diferentes. O Bond de Craig não é um alcoólatra viciado em sexo que durante a bebedeira e orgias realizava suas missões. Ele sequer se importa se seu martíni é mexido ou batido. Este é realmente um homem focado nas suas missões.
O diretor Martin Campbell faz um ótima renovação na franquia. Bem melhor que seu primeiro filme de Bond, Goldeneye, que seguia toda aquela fórmula ultrapassada. Ele faz um ótimo filme de espionagem com cenas de ação maravilhosas. A cena em que Bond persegue um terrorista a pé é uma das melhores de todos os tempos no cinema. Nenhuma perseguição a pé foi tão interessante antes.
Um ótimo reinício da série sem megalomaníacos querendo conquistar o mundo. É uma coisa ultrapassada querer dominar o mundo, tanto que está legado atualmente apenas a desenhos animados. Este filme é muito bom, assim como eram os primeiros da série. Tomara que não se perca novamente.

3 comentários:

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