quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

DR. FANTÁSTICO - DR. STRANGELOVE OR: HOW I LEARNED TO STOP WORRYING AND LOVE THE BOMB



NOTA: 100.
- Senhores. Vocês não podem brigar aqui. Esta é a Sala de Guerra.

Um dos melhores filmes de Kubrick e é um dos menos celebrados. Quando se fala em Kubrick todos logo apontam para O iluminado e Laranja Mecânica, e poucos falam sobre Dr. Fantástico. Este filme concorreu aos prêmios de melhor filme, diretor e roteiro adaptado. O roteiro foi perdido para Becket, filme e direção foram para Minha bela dama, com Audrey Hepburn. Premiado ou não, é impossível falar sobre as melhores comédias do cinema sem citar essa obra prima de Kubrick.
A trama começa quando o Gen. Jack Ripper (qualquer semelhança com o famoso assassino não deve ser coincidência, interpretado por Sterling Hayden) decide mandar os aviões de sua base atacarem a Rússia. Seus motivos são simples: ele quer proteger a "pureza dos fluídos naturais do corpo", afinal os comunistas tem um diabólico plano de colocar flúor na água que os americanos bebem. A única pessoa que pode tentar evitar o ataque é o Cap. Mandrake (Peter Sellers).
O filme então se passa basicamente em 3 frontes: o escritório do lunático general, o interior de um dos aviões e a Sala de Guerra, que é onde o Gen. Turgidson (George C. Scott) explica para o presidente Muffley (Sellers de novo) que Ripper se aproveitou de uma brecha no sistema de defesa, o tornando a única pessoa capaz de cancelar os ataques. Fatos sempre confirmados pelo Dr. Strangelove (Sellers outra vez), um cientista alemão que tem um braço biônico que ou tenta estrangulá-lo ou fica fazendo uma saudação nazista.
O piloto do avião deveria ser o quarto papel de Sellers, mas como ele não se acertou com o sotaque, o papel acabou ficando para Slim Pickens. Seu personagem é o contraponto da sala de guerra. Enquanto todos lá estão preocupados com o fim do mundo, ele discursa sobre como seus comandados serão lembrados como heróis de guerra e promovidos.
A base do filme é a performance de seus atores. Todo o resto é irrelevante. E a performance dos atores é hilária. Sellers consegue fazer três papéis engraçados e totalmente diferentes. Um pouco atrapalhado como o capitão, estranhíssimo como o doutor e o único são da Sala de Guerra, mas ainda assim capaz de ligar para a Rússia e dizer "Dimitri, nós temos um pequeno problema" como quem está falando com a mãe zangada. Ele foi indicado por um de seus papéis.
Apesar de sua indicação, quem realmente domina o filme George C. Scott. Seu Gen. Turgidson é a melhor no filme. É dito que ele declarou que não gostava que Kubrick sempre lhe pedisse para exagerar na atuação. Talvez por isso, cada vez que ele exagera na forma como se move, ele compensa dizendo cada linha como se fosse uma verdade absoluta. O resultado é que vemos que ele se move de um jeito engraçado, mas o que ele diz e da forma que diz nos impede de achar o comportamento estranho.
Como em 2001, Kubrick discursa sobre os problemas que as máquinas podem trazer para as nossas vidas. Elas não fazem nada errado, o problema está em quem as projeta e as programa. O prepotente homem que a concebe para ser infalível e comete ele mesmo uma falha. Em 2001, HAL 9000 quer apenas proteger a missão. Aqui, as máquinas vão apenas cumprir o seu propósito: a destruição do mundo. Não é culpa delas, é apenas a sua função.
Último filme em preto e branco de Kubrick, e um filme que realmente causou mudanças na política americana depois de seu lançamento. Passaram em branco no Oscar, e infelizmente nem Kubrick venceu como diretor, e com essa ele teve 4 indicações, assim como Peter Sellers foi indicado por 3 vezes sem vencer jamais. Mas pelo menos gravaram seus nomes no cinema com esses e com outros filmes.

PS: Este é o filme indicado ao Oscar com o maior título. No original: Dr. Strangelove or: how I learned to stop worrying and love the bomb.

2 comentários:

  1. Só cheguei nesse blog hoje, acabei de rever o filme. Bom texto, mas só uma correção: os 4 filmes antes de Spartacus e Lolita também são em preto e branco.

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  2. haha, zero pra mim. Li totalmente errado, agora que vi que você escreveu "último" e não "único". desculpe!

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