segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O FANTÁSTICO SR. RAPOSO


NOTA: 10.
"Tudo sobre isso é loucura. Especialmente ele. Mas isso não o faz nem um pouco menos fantástico. " Sra. Raposo

O que posso dizer é que, no mínimo, o filme merece ser chamado "fantástico" assim como tem o adjetivo no nome. A Pixar que me perdoe, mas Up, para mim, acaba de perder o posto de melhor animação do ano. Não é da animação em si que comparo, já que são totalmente díspares. Ao invés da animação digital como no filme da Pixar, aqui temos a mais antiga das animações: Stop Motion (pra quem não sabe, como foi feito o primeiro King Kong e base dos efeitos visuais por muitos anos). Comparo o jeito que a história foi contada.
Para quem conhece o diretor do filme, Wes Anderson (Os Excêntricos Tenebaums, A Vida Aquática de Steve Zissou e Viagem à Darjeeling), sabe que o diretor tem um estilo único de contar as histórias. Mesmo com temáticas nem um pouco semelhante, seus filmes são facilmente reconhecidos, seja pela cor predominante que usa nos filmes ou mesmo sua maneira de filmar. Agora mudando de filmes convencionais para animações, seus estilo continua o mesmo. O que traz um novo (e para mim maravilhoso) conceito para as animações.
O Sr. Raposo é um ladrão de galinhas. Literalmente. Até que sua esposa, a Sra. Raposo, fica grávida e lhe pede que mude sua profissão para uma menos perigosa. Muitos anos depois, vemos que ele escreve uma coluna no jornal e com o filho já crescido. Ele está com sete anos, e como seu pai morreu com sete anos e meio, ele decide se mudar porque não quer morrer em uma toca, mudança que coincide com a chegada de seu sobrinho (que é tudo que uma raposa deve ser, pelo visto) que passará um tempo com eles.
O problema é que eles se mudam para perto de três propriedades, de três empresários cruéis, e ele não resiste de aplicar um "último golpe". O que ele não imagina é que os três empresários se juntariam para conseguir pegar a raposa que está lhes causando prejuízos, fato que coloca em perigo não só sua família como todos os outros animais da comunidade.
Confesso que gostei de não terem optado por fazer uma animação digital. Por mais que filmes como Monstros S.A. ou A Era do Gelo tenham conseguido resultados surpreendentes com a textura do pêlo de seus animais, nenhum consegue o resultado que Anderson consegue aqui. Fica realmente impressionante. Especialmente quando combinados com as vozes de George Clooney e Meryl Streep, o que faz os personagens crescerem em carisma e profundidade.
Geralmente é comum dizer de filmes que agradam tanto a crianças quanto adultos, não acredito que nenhum outro tenha conseguido um resultado tão bom quanto o Sr. Raposo, aqui. A adaptação de Anderson do livro de Dahl (o autor de A Fantástica Fábrica de Chocolate) rende uma história boa para as crianças, especialmente na parte da família e comunidade, mas que talvez deixa algumas dúvidas. Claro que não é nada que vá estragar a diversão de assistir ao desenho, e nada que não se possa explicar para elas depois. Fora o paralelo entre os animais e os humanos. O Sr. Raposo não consegue se livrar do problema de querer ser mais esperto que os outros. Morando no Brasil, quem pode falar que não viu isso em algum lugar?
A única bola fora é da distribuidora aqui no Brasil. Está certo que o filme não é dos mais esperados do ano, mas exibí-lo no Rio de Janeiro em apenas dois cinemas é dose de leão. E sem trocadilhos.

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