NOTA: 2.
"Eu sabia. Sabia que estava chegando, mas este não é o futuro que minha mãe me alertou. E nesse futuro eu não sei se a gente pode vencer essa guerra. Eu sou John Connor. Se você está ouvindo isso, você é a resistência." John Connor
A frase resume um pouco o novo filme da franquia. Franquia que deveria ter parado no segundo filme como acredito que James Cameron (criador, roteirista e diretor dos dois primeiros filmes) queria. Afinal, no segundo filme, ele fechou a história. Sarah Connor e seu filho destruíram tudo que podia levar ao surgimento da skynet e evitaram o "dia do julgamento". A rebelião das máquinas nunca aconteceria e John poderia viver uma vida normal sem o fardo de saber que seria a última esperança de humanidade.
Então veio o terceiro filme da franquia sob a direção de Jonathan Mostow. Apesar do fechamento da história, os produtores arrumaram um jeito de fazer mais um filme da série, ainda que totalmente desnecessário a produção pelo menos contava com Schwarzenegger (Linda Hamilton, sabiamente, pulou fora). E nesse filme o dia do julgamento aconteceu. Então o passo natural para acabar de renovar a franquia (ou simplesmente acabar com ela), era trabalhar o filme numa espécie de realidade alternativa. Por isso Connor diz que esse não era o futuro que ele esperava.
Basicamente a história se trata de um assassino condenado a morte (Sam Worthington) que assina um contrato doando seu corpo para a skynet. Muitos anos depois, ele acorda com o mundo já depois do dia do julgamento, onde conhece Kyle Reese (o pai de John Connor, que foi enviado no primeiro filme para salvar Sarah Connor) ainda adolescente. Eles tentam encontrar Connor, são capturados e tentam escapar. Normalmente eu diria que se tratava de uma história para um curta, mas eles conseguiram transformar num longa.
Isso porque a história não parece mais importar nos filmes atuais. Esse novo capítulo é um amontoado de cenas de ação sem propósito que se esticam para cobrir os 120 minutos que Hollywood tanto gosta. E aqui vale destacar que não se tratam de excelentes cenas de ação, são umas cenas meio preguiçosas que não justificam o inchado orçamento.
Se o filme não é uma bomba total, é graças ao talento de seus atores principais. Christian Bale faz o melhor John Connor da saga. Não é apenas um líder, é um homem que sabe que precisa da sua humanidade para vencer a guerra. E para a sorte dele, quando o roteiro parece que vai acabar com o filme de vez, ele encontra Worthington para segurar as pontas. Há até uma participação desnecessária de Schwarzenegger, ou pelo menos dele digitalmente, com o surgimento dos novos modelos exterminadores T-800 (justamente a série que ele "interpretava"). Claro que aparição é desnecessária demais, mas alguma mente deve ter achado que era uma forma de homenagem.
Se Jonathan Mostow já mostrava a importância de um bom diretor, o que dizer de McG? Só pra lembrar seu currículo: dois filmes horrorosos de As Panteras e depois o igualmente ruim e pelo menos fazendo menos barulho Somos Marshal. O que o qualificou para dirigir esse filme eu não sei. De verdade. Agora que ele acabou de afundar essa franquia, espero que estrague histórias menos inofensivas. Se o futuro da franquia se reduz a um filme que conta com 95% de cenas de ação, acredito que algo deva estar errado. Lembro de ter visto diversas entrevistas onde os atores diziam da paixão que McG demonstrava pelo filme. Isso só prova que apenas paixão não basta. É preciso um bom roteiro e um bom diretor.
Terminator Salvation. Ano: 2009. Duração: 115 minutos. Com: Christian Bale, Sam Worthington, Bryce Dallas Howard, Moon Bloodgood e Helena Bonhan Carter. Direção: McG; Roteiro: John D. Brancato e Michael Ferris; Música: Danny Elfman; Fotografia: Shane Hurlbut; edição: Conrad Buff.
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