sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

GUERRA AO TERROR


NOTA: 10.
"A guerra é uma droga"

Mais uma vez eu não consigo entender a mente das distribuidoras. Num ano fraco de filmes de ação, com raras exceções como Star Trek, ter um filme como esse nas mãos é como ter um coringa na manga. Então ao invés de usar o coringa nos cinemas, eles jogam diretamente para as prateleiras de DVD. Acontece que esse é provavelmente o melhor filme de ação que assisti nesse ano, e talvez o melhor filme lançado sobre a guerra do Iraque.
Talvez qualifica-lo como filme de ação apenas seja errado da minha parte. Não há grandes batalhas pelo deserto ou algo do gênero. O herói do filme, William James (Jeremy Renner), é o chefe do esquadrão anti-bombas. Ele estaria mais para um cirurgião que executa seu trabalho com cuidado e precisão do que os médicos que ficam na correria do plantão médico, mas isso não quer dizer que não haja tensão. Há uma bomba para ele desarmar e que pode explodir a qualquer minuto, a tensão fica sempre em se ele conseguirá desarmá-la ou se explodirá a qualquer momento. E os primeiros cinco minutos do filme servem justamente para mostrar que ambas possibilidades podem acontecer. Fácil assim.
A frase citada do filme não pertence a nenhum personagem. É a frase que abre o filme. Pelo menos para James é assim. Ele precisa daquela adrenalina correndo pelo seu sangue. Ao contrário de muita gente, ele quer estar ali. Ele gosta do seu trabalho e parece gostar de estar em guerra. Ao seu lado está Sanborn (Antonhy Mackie), um habilidoso soldado que tem problemas em trabalhar com James. Sanborn é muito certinho para o estilo dos dois combinar. Não é a adrenalina que o move. Para ele aquilo é apenas um trabalho, e ele sabe o quanto arriscado esse trabalho é.
O filme é dirigido por Kathryn Bigelow. Para quem não reconhece o nome, deve lembrar ao menos de seu Caçadores de Emoção, com Keanu Reeves e Patrick Swayze. Ótimo filme que jogou Reeves para o primeiro time de Hollywood e o qualificou a fazer Drácula de Bram Stocker (de Copolla) alguns anos mais tarde. Os filmes de Bigelow tem uma característica que os torna muito interessantes: ela se preocupa primeiro com o personagem, depois com a ação. Então quando a ação acontece, você realmente se importa com o que pode acontecer com o personagem. Nós sabemos que James pode morrer a qualquer momento e por isso o filme fica tão tenso. Por isso é tão interessante.

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