NOTA: 7.
- Eles não são durões o suficiente, espertos o suficiente ou rápidos o suficiente. Eu posso roubar qualquer banco que quiser a qualquer hora. Eles precisariam estar em todos os bancos, o tempo todo.
Imagino que uma pessoa que vá assistir a esse filme vá querer ter resposta para algumas perguntas sobre a vida de John Dillinger. Pelo menos eu gostaria de ter descoberto algumas coisas. Ele foi considerado o inimigo público número 1 dos EUA e um dos mais conhecidos ladrões de banco de todos os tempos. Apesar de tantos assaltos, era muito bem visto pela maior parte da população durante a época da grande depressão. Para muitos era conhecido por Robin Hood, tanto que esse status lhe permitia se esconder em qualquer lugar sem que fosse entregue por alguém. Como ele conseguiu esse fenômeno todo? Apesar de toda essa fama, fica claro que Dillinger não era um homem bonzinho. Então como? Se espera a resposta nesse filme ficará desapontado como eu fiquei.
Só o que sabemos com certeza é que ele gostava de roubar bancos. Não era apenas pelo dinheiro. Parece que ele gostava disso mais do que qualquer outra coisa. Até mesmo mais que mulheres. Há algo incerto sobre outros motivos. Parece que ele gostava de ir contra o "sistema". Não fica claro porquê e isso me faz pensar se essa revolta toda não era mera desculpa para praticar o ato que gostava tanto. Ele diz uma hora para um cliente do banco "Pode guardar seu dinheiro, só estamos aqui pelo dinheiro do banco.", como se o dinheiro do banco viesse de lugar algum. Talvez fosse um golpe publicitário para aumentar sua popularidade.
Ele não parece ser uma pessoa das mais sociáveis também. Apatenta ser um ótimo líder para o bando, nunca deixa um homem para trás e fica sempre triste pelas perdas, mas nunca muito amigável com alguém. Mesmo quando conhece uma mulher de quem gosta, ele não perde tempo. "Eu roubo bancos.", como se fosse uma frase comum para dizer para qualquer pessoa. No dia seguinte lhe compra um casaco de pele.
A verdade é que ele nunca se preocupou com seu futuro. Ele vivia o presente. Não tinha planejamento de parar de roubar para levar outro tipo de vida. Não tinha planos para fugir para outro país nem nada parecido. Nada que fizesse provar que poderia viver muito tempo. Em uma cena que não sei dizer se é real ou não, ele entra no escritório da polícia que era especializado em capturá-lo. Ele anda ao redor e ainda pergunta algo para o grupo que lá se encontrava. Ou ele não se preocupava com o futuro ou achava que jamais seria pego.
Com certeza um dos personagens mais interessantes que poderia haver. Uma pena que um personagem tão interessante não desperte emoção. O filme parece sempre algo meio afastado. Distante. Não uma conexão entre a platéia e Dillinger e com isso o filme perde a empatia. Mesmo com as ótimas atuações de Depp (que incrivelmente ficou parecido com Dillinger de verdade) e Bale (como Melvin Purvis, o agente destacado para capturá-lo) o filme deixa aquele gostinho de "é bom, mas de alguma forma não chegou lá".
Se você queria esses tipos de respostas é melhor procurar documentários; filmes são ficções, o diretor manipula como quiser. Mas acho que sua pergunta é fácil de responder: o inimigo público número 1 da população nessa época eram os bancos, o Dellinger era o inimigo público numero 1 dos bancos (e, por consequência, do estado).
ResponderExcluirAbraço