NOTA: 7,5.
Eu confesso que era fã dos filmes do Van Damme. Não apenas eu, mas como todos os meus amigos da época. Ele era um dos caras da “porradaria” dos anos 90, disputando com Schwarzenegger e Stallone. Acredito que seu ponto mais alto deva ter sido Soldado Universal, o que torna o caso triste se analisarmos que “interpretando” ao seu lado estava Dolph Lundgreen e o filme era dirigido pelo dublê de diretor (e hoje especialista em péssimos filmes catástrofes) Roland Emmerich. Mas além desse, Van Damme teve vários filmes de sucesso, principalmente entre os adolescentes (estou me incluindo), como: Duplo Impacto, O Alvo (foi Van Damme quem trouxe John Woo para as terras ocidentais), Timecop e O Grande Dragão Branco (filme que o elevou ao estrelato).
Aos poucos eu parei de me interessar pelos seus filmes e infelizmente para ele, muita gente fez o mesmo. Grande parte da culpa vem do próprio ator que com uma série de erros foi destruindo sua imagem e sua carreira, culminando no vexame de vir para o Brasil responder perguntas imbecis do Latino e ficar excitado diante das câmeras dançando com a Gretchen (esse provavelmente foi um dos pontos altos da carreira dela) em um programa do Gugu. Com isso, seus filmes foram vindo pra nós diretamente para as locadoras, quando chegavam.
E foi o que aconteceu com esse JCVD (pra quem não reparou ainda, se trata das iniciais do nome do ator), porém, nesse caso, devo acrescentar um “infelizmente”. Acrescento por se tratar do melhor filme do ator. Não que ele tenha uma carreira cinematográfica sólida, mas pelo menos dessa vez posso realmente me referir a ele como ator, e não dublê de ator, que estrela um filme realmente bom. Nesse filme, seu papel é ele mesmo dissecando sua própria vida no filme, mostrando problemas financeiros, de custódia da filha e os péssimos filmes que anda fazendo (ele ainda faz, pelo menos, um filme por ano).
Para tentar um pouco de paz na sua vida, ele volta para seu país natal, Bélgica, onde é abordado por fãs constantemente, já que é a estrela maior do país, o filme toma um rumo estranho quando um policial profere: “Preciso de reforços. Jean-Claude Van Damme está assaltando uma agência!”. Sim, como se a vida do astro já não parecesse conturbada o suficiente ele ainda é confundido como assaltante. Aí entra o mérito do filme. Van Damme não vai bater em todos os assaltantes e salvar o dia. Despido de sua aura de astro, o vemos como ele realmente é: uma pessoa como eu ou você, de carne e osso. Tudo intensificado quando o astro faz um desabafo diante das câmeras, um misto de interpretação com confissão que realmente emociona.
Esse é um daqueles filmes que não esperava que fosse me impressionar, mas o fez e um dos motivos é a sinceridade que ele passa. Espero que o filme tenha melhor sorte do que teve até agora. Quem não gosta do ator pode se surpreender, e os que gostam podem se decepcionar com a falta de pancadarias. Para estes últimos e os mais saudosistas, Jean-Claude está finalizando Soldado Universal – Um Novo Começo (também com a volta de Lundgreen).
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