NOTA: 7.
“O povo Mongol precisa de leis. Eu vou fazê-los obedecer nem que precise matar metade deles.” Genghis Khan
O filme conta o primórdio da história do famoso conquistador, antes de ser chamado de Genghis Khan, enquanto ainda era chamado de Temudgin. Quando tinha nove anos, seu pai, o chefe da tribo e conhecido como Khan, o leva para escolher sua noiva e apaziguar a situação com a tribo Merkit. Parando numa tribo menor para descansar, Temudgin acaba escolhendo sua noiva lá mesmo, e no caminho de volta, seu pai é envenenado por um chefe de uma tribo inimiga.
Na verdade essa é a tônica do filme. Não há uma pessoa que faça tapeçaria, cante, escreva poemas ou qualquer coisa que não seja roubar ou matar. Parece que isso é apenas o que o povo Mongol sabe fazer. Depois da morte de seu pai, Temudgin tem que fugir para não morrer, pois a vaga de Khan é ocupado por outro homem que só não o mata de imediato de imediato porque “Mongóis não matam crianças”. Num lugar que não tem leis, esses códigos são os únicos traços de civilidade desse povo.
Em consequência disso, o filme sucede cenas de carnificina, exceto quando mostram o romance entre Temudgin e a noiva que ele escolheu, Borte. Desse romance, surgem dois filhos com uma probabilidade enorme de não serem filhos legítimos, mas isso não o incomoda. “Eu sou seu pai agora” diz para a filha mais nova. E no meio do caminho ele vai sendo aprisionado inúmeras vezes. Chega a ser inacreditável que ele tenha alcançado a vida adulta já que depende tanto da sorte para sair das confusões que se mete. Ou sorte ou ajuda do Deus Tengri, para quem ele sempre recorre.
Como disse, o filme ainda não conta como ele chegou a ser chamado de Genghis. É antes disso. Ele resolve que vai unificar o povo e parte para guerra para realizar seu desejo. Aparentemente, esse filme é o primeiro de uma trilogia. O que me faz pensar no maior demérito do filme. O filme conta a história de forma corrida e tem elipses inexplicáveis. Como ele sobrevive depois de ter caído num lago congelado? O personagem é humanizado e desassociado da sua imagem de líder sanguinário. Afinal, morando num lugar onde só se sabe roubar e matar, ele pelo menos ainda tem um ideal para todo o povo.
Mongol é épico pra ninguém botar defeito. Com muito sangue, suor e paixão, mas preferia que tivesse três horas e já soubesse como ele se torna o Khan mais conhecido do que ver um filme com lacunas na história.
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