segunda-feira, 31 de agosto de 2009

SERPICO



NOTA: 7.
“Frank, sejamos francos, quem pode confiar num policial que não aceita dinheiro?” Tom Keough

Na época em que fez esse filme, Al Pacino ainda era um ator que procurava se firmar. Intercalava filmes como esse e Um Dia de Cão, com filmes de primeiro escalão como O Poderoso Chefão.
Baseado em fatos reais descritos em um livro, Serpico mostra a história de um policial que chocou uma comissão de investigação ao relatar que inúmeros de seus colegas aceitavam suborno.
O filme começa com Serpico sendo levado para um hospital com um tiro no rosto. Serpico não parece um policial, ele é barbudo e se veste das maneiras mais estranhas. Está mais para um Hippie que para um policial.
Não é apenas isso que o difere do resto dos outros policiais. Serpico é extremamente culto, lê livros, vai a apresentações de balé, entre outras atividades culturais. Mas a característica mais importante é sua honestidade. Ele não tem família ou grandes gastos, então não precisa aceitar suborno como todos os outros policiais. O que o torna uma ameaça dentro do distrito.
O fato de ser uma ameaça para seus colegas não o incomodaria por um detalhe: ele não consegue fazer um bom trabalho policial por conta disso. Toda a atividade da polícia é basicamente receber suborno e virar as costas para as pessoas “legais” que pagam os subornos. Frank Serpico não quer dinheiro, ele quer apenas fazer o seu trabalho, mas ao invés de fazer seu trabalho, sua maior batalha é tentar ajudar as pessoas enquanto tem um itinerário a seguir para receber dinheiro.
Ele tenta resolver sua situação de várias maneiras. Depois de levar para vários órgãos, sua história vai parar no New York Times, é só aí que ele começa a ser ouvido.
Claro que ser ouvido não é exatamente uma coisa boa para ele. Toda a polícia fica contra ele, com exceção de alguns poucos policiais honestos que o admiram por sua coragem. Em uma determinada hora, um capitão diz para ele não ficar preocupado que ele será transferido. “Para onde? China?” pergunta-lhe Serpico.
O roteiro tem algumas falhas, mas elas são insignificantes diante de uma direção segura de Sidney Lumet e a atuação nada menos do que sensacional de Al Pacino. Na verdade, olhando para seus filmes atuais, dá uma raiva dele agora. Que desperdício de um dos melhores atores de todos os tempos. Felizes os que puderam ver esse Pacino no cinema.

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