segunda-feira, 11 de junho de 2012

DEUS DA CARNIFICINA - CARNAGE



NOTA: 8.
- Não estou feliz. Na verdade, esse é o dia mais infeliz da minha vida.

Tirando uma cena inicial e outra final com crianças brincando em um parque, todo o filme se passa dentro de um apartamento em Manhattan. Pode não parecer muita coisa, mas tudo que o diretor Roman Polanski precisa é de um grande elenco, e aqui ele conta com quatro nomes de peso e de muito talento: Kate Winslet, Christopher Waltz, Jodie Foster e John C. Reily. O que realmente importa não é a história em si, mas ver os atores em ação.
O apartamento de Manhattan é do casal Penelope (Foster) e Michael Longstreet (Reily). Eles recebem o outro casal Nancy (Winslet) e Alan Cowan (Waltz) por conta de um problema que houve entre os filhos deles. Na cena de abertura do parque, um deles acerta o outro no rosto com um pedaço de madeira. Sendo o filho dos Cowan o agressor e Longstreet o agredido. A cena é filmada de longe e sem audio, assim não sabemos como aconteceu e o que foi dito. Não há como saber exatamente quem está certo ou errado. 
A visita é uma forma dos pais tentarem resolver o problema de forma amigável, e a atuação deles no início da conversa nos faz parecer que eles vão conseguir resolver seus problemas tranquilamente no final das contas. Afinal, todos parecem sensatos e trabalham, e aparentemente são ricos, já que moram em um bairro chique e o que vemos é um apartamento com um certo luxo, apesar de estranhar que um deles viva de vender utensílios para a casa. Talvez ele seja um bom vendedor e tenha um ótimo volume de vendas, mas de qualquer forma isso não vem ao caso.
Adaptado de uma peça do teatro e vencedora do Tony chamada God of carnage, e Polanski não fez muito esforço para disfarçar a origem teatral. Toda a ação principal se passa dentro do apartamento, e eles no máximo chegam até o corredor até que algum evento os leve de volta para dentro do apartamento. A estratégia parece ser bem simples, o que Polanski quer nos mostrar é o atrativo principal do filme: performances.
O filme vai mudando a forma como eles se tratam. Primeiro eles começam trocando amenidades. O problema é que os dois casais parecem inclinados a aceitar a culpa dos seus filhos, como se as duas crianças pudessem ser culpadas pelo acidente. Mas aos pouco a civilidade vai dando lugar a decadência humana, e o filme começa a tomar a forma que parece interessar a eles. Um casal começa a atacar o outro, mas as alianças parecem se quebrar em uma velocidade impressionante e logo são homens contra mulheres e por aí vai. 
Não chega perto de ser um dos melhores filmes de Polanski, mas ele tira grandes atuações de todo o seu elenco. Sem que ninguém destoe ou fique fora do tom. E os próprios atores parecem estar satisfeitos com eles mesmos. E é sobre isso que o filme trata.

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