segunda-feira, 30 de maio de 2011

HITCHCOCK TRUFFAUT 03: DOWNHILL, WHEN BOYS LEAVE HOME (1927)

Para ler o que já saiu de Hitchcock Truffaut, clique aqui.


NOTA: 6.
- Essa é a história de dois rapazes que fizeram um pacto de lealdade. Um dos dois manteve o pacto, por um preço.

Hitchcock trabalha novamente com o ator Ivor Novello, que era o autor da peça na qual esse filme se baseia. Segundo o próprio diretor, a peça era bem medíocre, com diálogos muito ruins. Como o filme é mudo, não há nada que atrapalhe muito, mas o desenvolvimento da história realmente não é dos melhores, mesmo sem os diálogos.
Na história, acompanhamos Roddy (Novello), um estudante do liceu em Paris com futuro promissor mas que é expulso por ser acusado de um furto que não cometeu. Quando volta para a casa, seu pai não acredita na sua inocência e o expulsa de casa, o que faz com que o garoto comece uma vida de depravação. Depravação que vai de dançarino em um cabaré até o casamento com uma atriz que o trai. O início da "descida" se dá através de uma cena em que o rapaz desce pela escada rolante, uma coisa que o diretor considera ingênua e que não faria novamente.
Novamente, o diretor buscava a habilidade de fazer um filme mudo que usasse uma quantidade mínima de cartelas, e ele realmente usa poucas, só que algumas partes do filme parecem um pouco difíceis de entender plenamente. Em algumas parte, eu optaria por ter mais algumas cartelas.
Ao contrário do seu filme anterior, aqui não há os elementos de suspense que tanto o fez famoso, é um simples drama que hoje conta uma história que é totalmente ultrapassada. Mesmo os mais puritanos que possam dizer que não funciona agora, mas que já funcionaram, tem que admitir que o próprio diretor não considera um grande filme e que não foi um sucesso na época. Hitchcock não deu seu selo de qualidade para este filme.
A história é longa demais e tem um final dos mais simplórios possíveis, onde o rapaz não é apenas perdoado pelo seu pai mas também é inocentado no colégio, para onde volta. Somente no final do filme, temos um lampejo da genialidade do diretor. Precisamente, quando o garoto começa a delirar e tem sonhos quando está na cama. Hitchcock fundiu a cena do sonho com a realidade, coisa que era não era usual na época e os sonhos eram sempre desfocados entre outras coisas.
Essa cena é interessante, mas muito pouco para despertar qualquer outro interesse diferente de: "é um filme de Hitchcock". Fosse de outro diretor, talvez tivesse se perdido e não faria muita falta.

Um comentário:

  1. Ai, eu não gostei desse filme, achei enfadonho… mas é realmente notável a evolução do Hitch na questão visual… as cenas que você citou são lindas e uma também que adorei… quando o protagonista, já numa “pensão” entra no quarto acompanhado do cachorro… tem um jogo de luz e sombra bem legal!

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