quinta-feira, 5 de maio de 2011

RIO





NOTA: 6.
- Isso é ótimo. Estou acorrentada ao único pássaro do mundo que não sabe voar.

Carlos Saldanha é o brasileiro, carioca para ser mais exato, colaborador da trilogia A era do gelo. Ele já havia assumido a direção dos dois últimos filmes de série e aparentemente este deveria ser o passo adiante da animação do estúdio. O filme pode estar batendo recordes de bilheteria e tudo o mais, mas este filme não apresenta um passo adiante nem para o estúdio e nem para o diretor.
O filme mostra a única coisa que evoluiu em relação aos outros logo na abertura: uma sequência musical onde pássaros cantam e dançam lindamente mostrando todas as cores possíveis ao invés do gelo e a falta de cores. A sequência é cortada porque contrabandistas aparecem e capturam todas as aves, incluindo o pequeno Blu que ainda nem sabia voar. Ele acaba sendo adotado por uma menina nos EUA.
Tudo vai bem até eles receberem a visita de um especialista em pássaros, Túlio, que afirma que a espécie de Blu está em extinção. Ele pode ser o último macho de sua espécie, e Túlio quer levá-lo (de volta) para o Rio onde vai juntá-lo com a fêmea que encontrou para salvar a espécie. O que se passa na cabeça dele para ficar tentando encontrar uma ave brasileira raríssima na terra do Tio Sam eu não faço ideia, mas de qualquer forma seu plano funciona.
Para acabar de esculhambar com a imagem que o cinema passa do Rio, obviamente que as aves são roubadas por bandidos da favela para serem vendidas no mercado negro. Assim como também é óbvio que a história se passa em pleno Carnaval que todo mundo, incluindo animais, ama. Quando alguém diz que não gosta de Carnaval, um pássaro quase morre de desgosto. Afinal, pela lógica do filme, todos amamamos o Carnaval.
Esses estereótipos foram pouco a pouco me irritando, e quando as sequências mais agitadas começaram a coisa só piorou. O diretor faz com que cada sequência no Rio tenha perigo e ameaças de morte. Em uma parte, Blu diz que gostaria de ficar cinco minutos sem quase morrer. Eu também gostaria, mas isso deve ser parte para atrair as platéias mais jovens.
São muitos personagens coadjuvantes querendo roubar a cena e nenhum deles é engraçado o suficiente para merecer a atenção. Na verdade, em geral o filme não é engraçado. Tem um senso de humor muito estranho com pequenas subtramas que substituem uma história no filme.
A familiaridade do material, fez com que uma produção da Pixar fosse cancelada. Uma pena, já que poderia ser interessante como eles tratam do assunto e esperar um bom filme. Aqui é um filme mediano que abusa demais dos clichês até mesmo para um desenho animado. Para crianças pode ser divertido, mas para adultos (eu, pelo menos) é um tanto enfadonho. Grande parte da nota vai para o visual da cidade que, como Gilberto Gil canta (e mesmo com o tempo não deixa de ser verdade): "O Rio de Janeiro continua lindo.

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