quarta-feira, 6 de abril de 2011

A FORÇA DO DESTINO


NOTA: 10.
- Quer saber de uma coisa? Você não é especial. Não tem boas maneiras e trata mulheres como como prostitutas. Se me perguntar, não tem chance de virar oficial.

Don Simpson, o falecido produtor, não queria que Debra Winger fizesse o papel da mocinha, segundo ele, deveria ser uma mulher que desse vontade de transar, e ela não era esse tipo. Além disso, queria cortar a música tema, Up where we belong por não considerar um hit. Debra Winger foi indicada ao Oscar por esse papel, perdeu para Meryl Streep (A escolha de Sofia). A música não somente venceu o prêmio como até hoje é ouvida nas rádios. Se existe quem não tenha visto o filme, já ouviu a música.
A história centra em Zack Mayo (Richard Gere), um malandro filho de um soldado da marinha que se inscreve para se tornar oficial da marinha. A cada 13 semanas, há uma nova turma de novatos que vão para a base ver se conseguem passar pelo treinamento, que inclui humilhações físicas e psicológicas. Quem passar, estará habilitado a ir para a escola de voo.
Sempre perto da academia, estão mulheres dispostas a casar com esses futuros oficiais, nem que tenham que ter um filho para segurá-los. Para elas é a chance de conseguirem sair daquele cidadezinha e até mesmo viajar conhecendo o mundo.
É nesse contexto que Mayo e Paula (Winger) se conhecem. Nós sabemos mais sobre a vida de cada um do que eles sabem sobre a vida um do outro. Ele é um perdedor e é solitário. Ela é uma filha de um oficial que abandonou sua mãe. Ele não quer se casar e ela se recusa a fazer como as outras mulheres da cidade e engravidar para ficar com ele. Apesar da situação, eles se apaixonam um pelo outro, quer ele queira admitir ou não. Os dois querem mais da vida do que a vida os ofereceu até agora. Talvez seja isso que os aproximem. Mesmo sem saber, eles tem mais em comum do que pensam.
O romance, porém, não é a história central. O treinamento é a história central. E eles são treinados pelo impiedoso (que depois descobrimos não ser tão impiedoso assim) Sargento Foley (Louis Gossett Jr., que venceu um Oscar por essa atuação). Sequer a mulher da turma escapa da sua língua ferina. Apesar de tudo, ele se preocupa com sua classe. Apenas quer que eles se tornem pessoas melhores. Ou que pelo menos se encaixem em seus padrões.
Tudo é cuidadosamente trabalhado. Não há pressa para contar uma história ou outra. Até mesmo há tempo para contar a história de outro aspirante amigo de Mayo, Worley (David Keith), filho de um oficial militar que carrega o peso da pressão de seus familiares para seguir seus passos. Worley se envolve com uma amiga de Paula e não importa o que aconteça, ele quer apenas fazer a coisa certa.
O que o torna um filme bom, é que não é apenas sobre o amor. Não é apenas sobre o treinamento militar. É sobre o crescimento de seu personagem. Como ele começa o filme de uma forma, e termina como um homem diferente. Nós acompanhamos esse crescimento e por isso começamos a nos importar com suas decisões. E como ele precisa aceitar outra pessoa em sua vida para terminar esse processo de crescimento. Então, talvez somente aí ele possa ser capaz de se formar. E realmente amar.

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