sábado, 12 de fevereiro de 2011

PODER ABSOLUTO


NOTA: 8.
- Já pensou na habilidade de quebrar a segurança de uma companhia de segurança? Eu não sei como esses caras conseguem fazer isso. Foi  muito excitante falar com você. Vou ter até que ir ao médico para checar meu marcapasso.

Desde este filme filme, Clint Eastwood já demonstrava o que o diferencia dos demais diretores. Ele tem a capacidade de pegar uma história que poderia ser boba e deixá-la com um "algo a mais". Outros filmes sobre os bastidores da Casa Branca já foram mais infelizes. Seu segredo é usar um roteiro afiado com ótimos diálogos e um excelente elenco.
Ele interpreta Luther Whitney, um ladrão que segundo a polícia é um dos melhores do mundo (todos nos EUA sempre são os melhores do mundo, mesmo que seja para roubar). Algumas vezes, quando não conseguem pistas sobre um roubo, ele é interrogado por ser considerado um dos únicos capazes. Mesmo que ele diga que não tem capacidade física para fazer esse tipo de coisas, ninguém leva muito a sério suas desculpas. Os policiais sabem que ele é capaz, só falta conseguirem pegá-lo.
Em um de seus trabalhos, ele está num cofre e um casal chega antes do previsto. Atrás de um espelho, ele consegue ver o que acontece mas eles não podem vê-lo. O sexo começa a ficar cada vez mais violento. Ela bate nele, ele a enforca. Ela o esfaqueia com um abridor de carta e dois homens do serviço secreto atiram nela.
O problema é que Luther não viu um assassinato qualquer. O homem é o presidente dos EUA (Gene Hackman). A mulher é a esposa de seu melhor amigo, um bilionário que foi quem o colocou na Casa Branca. Um plano é montado para proteger o presidente e incriminar o ladrão. O policial (Ed Harris) que investiga, porém, sabe que tem alguma coisa errada. Há detalhes na cena do crime que não fazem sentido.
Depois de montado todo o suspense, o filme toma uma trajetória inesperada. A maioria dos filmes de suspense são construídos em cima de perseguições e tiroteios. Qualquer relação entre os personagens começa antes do mistério. Clint inverte e depois de armar tudo começa a trabalhar os personagens. Especialmente a relação entre Luther e sua filha, Kate (Laura Linney). Ela diz para ele que não era fácil falar sobre o pai que estava na cadeia e reclama que depois ele sumiu da vida dela. Quando vai a casa dele, descobre que ele esteve sempre presente. Em todos os momentos importantes da vida dela. Talvez ele apenas soubesse que um ex-condenado não ajudaria na carreira de promotora.
É esse tipo de relação entre os personagens que torna o filme interessante. A trama não se desenrola tão bem assim. Não é um suspense dos mais emocionantes e o final não vai surpreender a todos. Mas é um filme que nos faz interessar pelos personagens. Tudo muito bem construído. Desde Os imperdoáveis, Clint mostrava que podia ser um diretor que se sobressaísse ao ator em cena. Esse é um dos filmes em que ele mostra o refinamento de seu trabalho, que só foi melhorando desde então.

4 comentários:

  1. Esse é outro dos meus diretores prediletos; como a Pixar, é um dos raros com currículo impecável até hoje...

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  2. Olá, amigo! Em primeiro lugar, queria dizer que gosto do modo como escreve e acho extrmamente correto a grande maioria das observações que faz sobre os filmes. Parabéns!

    Sou cinéfilo de carteirinha e estou procurando um site que esteja procurando por alguém pra ajudar nas críticas e resenhas, justamente por não ter tempo disponível para manter meu próprio site.

    Escrevo para um site de games (www.nintendoblast.com.br) e tenho algumas críticas sobre shows publicadas nos sites www.rockbox.com.br e www.poashow.com.br, caso queria dar uma conferida!

    Desde já, peço desculpas por escrever tudo isso como comentário, mas não encontrei email para contato.
    O que me diz? Poderíamos fazer um teste? Meu email de contato é rodrigo_trapp@hotmail.com

    Aguardo contato!

    Abraço

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  3. Sem problemas nenhum em escrever nos comentários.
    Estou mandando um e-mail.

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  4. E Rafael,
    muito bom sim, mas impecável eu discordo.

    Principalmente com seus primeiros filmes.

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