NOTA: 9.
- Você tem que me convidar para entrar.
Em 2009, eu fui surpreendido por um dos melhores filmes de vampiro que já assisti. O diretor sueco Tomas Alfredson, levou para as telas o ótimo Deixe ela entrar, roteiro adaptado do livro homônimo de John Ajvide Lindqvist escrito por ele mesmo. O filme passou por praticamente todos os festivais do mundo que se preze e fez bastante sucesso entre os cineastas, apesar de lançamentos discretos nos EUA e Brasil (aqui, só foi lançado em SP nos cinemas).
Claro que a versão americana seria apenas um questão de tempo.
O trabalho ficou para Matt Reeves, de Cloverfield, que escreveu o roteiro e dirigiu o filme. Eu achava que seria apenas mais uma versão imbecil de um bom filme, mas acabei surpreendido pelo resultado final deste filme. Isso porque o diretor se mostrou extremamente fiel ao trabalho original, chegando ao ponto de repetir algumas cenas. As melhores pelo menos. É quase a versão original com atores americanos.
Owen (Kodi Smit-McPhee, o filho em A estrada) é um menino de 12 anos cujo os pais estão se divorciando. Sua mãe é uma religiosa fervorosa e alcoólatra e seu pai um ausente. Fora isso, ele sofre de bullying no colégio por um garoto maior que ele acompanhando de outros 2 (os valentões são sempre covardes).
Para o apartamento ao lado do seu, se muda Abby (Chloe Grace Moretz, a atriz mirim do momento, Hit Girl de Kick ass), uma menina de também 12 anos, e seu "pai". Em seu primeiro encontro ela diz para ele que não pode ser amiga dele, mas ainda assim eles criam uma afeição um pelo outro. Ambos são parecidos em alguns aspectos, como pelo fato de serem solitários, isolados do resto do mundo. Exceto pelo fato que ela é assim por ser uma vampira. Ela diz ter "12 anos, mais ou menos", mas nunca revela sua idade real. Não importa quanto anos ela tenha, por alguma força "vampírica", ela ainda é uma criança, e age como tal.
O filme gira em torno das crianças. Os adultos são apenas coadjuvantes. A mãe que mal parece ter capacidade de criar Owen e nem questiona os machucados que o garoto chega em casa. O "pai" tem uma relação estranha com Abby. Eles tem afeição e ao mesmo ele parece mais um empregado que um amigo. E o policial que está em busca de um serial killer que está tirando o sangue de suas vítimas.
Esqueça as bobagens da saga Crepúsculo. Vampiros não são cool, não são glamourosos e apaixonados. Vampiro é um personagem trágico e amaldiçoado. Assim como um viciado, eles são impelidos a buscar sangue. Eles precisam disso. Não há nenhum perito em vampiros atrás da menina ou mesmo teorias que iriam parecer malucas no mundo real. Esse filme é como se fosse real. No nosso mundo.
Quem tiver interesse em ver um bom filme de vampiros (de verdade) nos cinemas pode se surpreender aqui. Quem for ver em casa, pode procurar o original que é ainda superior. Inclusive dá um novo sentido quando ela diz "Não sou uma menina". Fica ao critério do espectador, esse é muito bom, o original é maravilhoso.
A versão Sueca passou em Belo Horizonte também. São Paulo não é o único centro cultural do Brasil.
ResponderExcluirNão quis desmerecer BH.
ResponderExcluirSó não sabia disso mesmo.
No Rio sei que não passou a versão original.
ResponderExcluirVou ver a original, pq a gringa ja vi aff. . .
ResponderExcluirEu gostei mais da sueca.
ExcluirMe diz o que achou depois.