NOTA: 9,5.
- Eu não vou deixar você se livrar de mim. Que tal? Eu te amo. Você me completa.
- Cale a boca. Você me ganhou no "alô.
Este é mais um dos filmes que conseguem o que poucos filme conseguem: a capacidade de ter pelo menos uma cena conhecida por todo mundo, mesmo pelos que nunca assistiram ao filme. Não é por acaso que a frase descrita em cima consta como uma das melhores frases do cinema de todos os tempos. A ponto de ser repetida e parodiada no cinema e na TV.
Eu devo confessar que hoje em dia eu tenho uma certa implicância com Renée Zellweger. Geralmente seus personagens mais recentes são um tanto quanto irritantes para mim. Sempre tão cheios de si. Mas teve uma época em que ela não passava nada disso. Ela passava inseguranças e era amável como poucas poderiam ser. E Jerry Maguire depende disso. Há pelo menos duas cenas que comprovam isso: 1) quando ela larga seu emprego para seguir aquele homem que admira, e 2) quando ela diz para sua irmã que o ama. E aí, a platéia já está fisgada.
Esse homem que ela segue é o personagem título do filme. Jerry, brilhantemente interpretado por Tom Cruise, trabalha como agente de esportes em uma grande companhia. Um dia ele acorda com uma crise de consciência: "Eu odeio meu papel no mundo", ele diz. Ele tem tantos clientes que não consegue se importar com nenhum deles. O que o faz escrever umas definições de metas sobre seu trabalho. Apesar de inspirador, ele acaba sendo demitido.
O saldo não é animador, de dezenas de clientes, Jerry fica reduzido a apenas um: Rod Tidwell (Cuba Gooding Jr.), um jogador encrenqueiro que ainda por cima é considerado muito baixo para jogar futebol americano. Além disso, ele tem um verdadeiro caso de amor ao contrário das relações falidas de seu agente.
A relação de admiração de Dorothy por Jerry logo se transforma numa relação amorosa. Ela se apaixona por ele, e ele se apaixona pelo filho dela. Mas claramente a relação dos dois está fadada ao fracasso. Ele casa para que ela não tenha que se mudar com seu filho para longe dele. Ela mesmo, não é inteiramente inocente. Ela usa os medos dele para ficar cada vez mais próxima. Como ela mesmo diz para sua irmã: "Eu o amo pelo homem que ele quer ser. Pelo homem que ele quase é." Ela não o ama pelo homem que ele é, e enquanto ele não conseguir se transformar nesse homem, eles não podem dar certo.
O único problema do filme, seria um excesso de histórias secundárias que arrastam um pouco o ritmo do filme. Se ele focasse mais nos seus personagens mais importantes, seria perfeito. Mas ainda assim se vale de tantos momentos prazerosos de assistir, e ás vezes tão tenro, que acho difícil de encontrar alguém que não goste ou não vá gostar dele. E quem diria que Cruise, que interpretava tão mal em Top gun, iria se transformar em um intérprete tão competente no futuro?
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