quinta-feira, 18 de março de 2010

SEIS GRAUS DE SEPARAÇÃO (SIX DEGREES OF SEPARATION)


NOTA: 8.
"Eu li em algum lugar que qualquer pessoa no planeta é separada de qualquer outra por apenas seis outras pessoas. Seis graus de separação entre a gente e qualquer outra pessoa do planeta. O presidente dos EUA, um gondoleiro de Veneza, basta ir preenchendo nomes. Eu acho reconfortante saber que estamos tão próximos. Que se achar as exatas seis pessoas, nós estamos conectados. Estamos ligados a qualquer pessoa no planeta por outras seis pessoas." Ouisa

Lembro que fiz uma resenha de um filme de Will Smith e dizia que achava estranho ele ter esse carisma enorme e desperdiçar em filmes medianos, quando não ruins. Não quero acabar com ele, apenas gostaria de vê-lo em um filme que não será esquecido em 5 ou 10 anos. Então lembrei da existência desse filme. Não lembrava muito bem dele exatamente, mas lembrava da história e resolvi dar uma nova chance a Smith.
Smith faz seu primeiro personagem de destaque no cinema, antes havia sido apenas coadjuvante em um filme de Ted Danson e membro de uma gangue. Claro que este papel foi possível graças a série de tv que ele estrelava: The fresh prince of Bel Air, que fez bastante sucesso na época e durou seis temporadas. Os produtores do filme, provavelmente, quiseram aproveitar justamente o carisma de Smith, que é essencial para o personagem.
O filme é todo narrado por um casal de alta roda de NY, formado por nomes afrescalhados como Flan e Ouisa (Donald Sutherland e Stockard Channing), que nada mais são que variações de Flanders e Louisa, mas provavelmente fica mais chique da forma que eles adotaram. Em um jantar com um amigo interpretado por Ian McKellen, aparece Paul (Smith), se dizendo amigo de seus filhos. Depois de ser roubado e esfaqueado, ele bate a porta do casal em busca de ajuda.
Depois que ele vai embora, eles descobrem que Paul realizou o mesmo golpe com os pais de vários amigos de seus filhos. Sempre aparecendo depois de um assalto, contando que é filho de Sidney Poitier e oferecendo um papel na adaptação de cinema de Cats. Para Flan, Paul se torna uma piada que ele conta em cada lugar que vai, a história vai tomando vida e vira a atração de casamentos ou qualquer evento aonde vão, para Ouisa é algo mais. É o espelho de sua vida vazia.
Mesmo se eu não dissesse que era adaptação de uma peça de teatro, qualquer pessoa perceberia ao assistir o filme. Aqui não se preza pela imagem, mas sim pelas palavras. É um filme falado e muito falado, e tirando uma cena onde Ouisa dá um tapa na mão de Deus da Capela Cistina, não há uma cena visualmente memorável durante o filme. Mas o filme ser falado, não chega a ser um defeito também. Ele é muito bem falado com diálogos inteligentíssimos, ainda que as vezes perca a mão. Bem raramente.
Engraçado ver que já aqui Smith mostrava que já tinha tudo pra ser a estrela que é hoje. Além dele, somente Channing dá vida ao filme, com o resto do elenco fazendo papéis apenas burocráticos. Os dois são a alma do filme, e para um filme desses, isso é suficiente. Para mim, em termos de história, se trata do melhor filme de Smith, mas ainda estou esperando para ele me surpreender com uma obra inesquecível.

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