NOTA: 7.
"Segundo a psquiatra, a minha filha não está triste com a morte da mãe porque eu não pareço estar triste com a morte dela." Pietro
Telecine está apresentando uma bela surpresa apresentando esse filme em sua programação. E nem sequer se trata de uma transmissão para o canal Cult, o filme está sendo transmitido no canal principal, o Premium. Se for assinante e tiver interesse em assistir o filme na programação, é só clicar aqui para ser direcionado para o site da programação do telecine para saber quando passará no canal.
O filme conta a história de Pietro (Nanni Moretti), que encara a morte da mulher e tem que cuidar sozinho da sua filha, Claudia. A trama se parece um pouco com a história, também escrita e atuada por Moretti, O Quarto do filho. A diferença é que antes ele perdia o filho. O assunto da perda parece ser um tema recorrente para o ator.
Pietro está na praia com o irmão quando vê duas mulheres se afogando e as salvam. Coincidentemente, quando volta pra casa sua mulher está morta, vítima de um acidente, e sua filha histérica perguntando onde ele estava. Sua forma de lidar com a situação é deixar a filha no colégio, sentar na praça em frente e aguardar a saída da menina das aulas. Não lembro de alguém que tenha aceitado tão bem a morte da mulher. Tirando a situação inusitada de esperar a filha, não há um momento de pesar. Um momento de choro. Ele quer colocar sua cabeça no lugar, por isso fica o tempo todo fazendo listas mentais, mas sempre de forma tranquila.
Claro que rapidamente ele se torna uma espécie de personagem do bairro. Faz amizades com o dono de restaurante ali perto, uma mulher linda que sempre passeia com o cachorro e faz uma brincadeira com um menino com síndrome de down que sempre passeia por ali com a mãe. Infelizmente a história não parece realmente decolar em momento algum, apesar de alguns bons momentos durante o filme, mas com ritmo bem irregular.
Infelizmente a história foca muito pouco na relação entre pai e filha, e se perde um pouco em diversas histórias paralelas, incluindo uma cunhada meio maluca (Valeria Golino), fica recebendo diversas visitas de negócios por conta de uma fusão que a empresa em que trabalha está sofrendo e até mesmo uma desnecessária cena de sexo. O filme emociona muito mais pela atuação de Moretti que pela história do filme. Sem contar que há uma participação especialíssima que por si só já faz com que o filme valha a pena ser assistido.
Assista novamente o filme e procure imaginar que nem tudo precisa ser tão óbvio.
ResponderExcluirNão entendi.
ResponderExcluirO que não precisa ser óbvio?