segunda-feira, 1 de março de 2010

ACONTECEU EM WOODSTOCK (TAKING WOODSTOCK)


NOTA: 6.
"Todos com sua pequena perspectiva. Perspectivas fecham o universo, deixam o amor de fora." Carol

Essa é a adaptação do livro escrito sobre as memórias de Elliot Tiber, o personagem principal do filme. O diretor Ang Lee repete a estratégia que executou em Cavalgada com o diabo, filme com Tobey Maguire, que é pegar um grande evento e contar uma pequena história dentro daquele contexto. No caso citado, o contexto era a guerra civil americana, aqui é o que é considerado o maior espetáculo de rock de todos os tempos.
Elliot volta de NY para ajudar no negócio familiar, um hotel de nenhuma estrela, onde até mesmo as toalhas são cobradas, caindo aos pedaços em uma pequena cidade. Ele consegue uma permissão para fazer um festival como já havia feito anteriormente. Claro que anteriormente era apenas algumas pessoas sentadas na grama escutando discos. "Uma vez tivemos um quarteto ao vivo", ele diz.
Para não perder o hotel, Elliot deve juntar dinheiro rapidamente, por isso quando ele descobre que a permissão de um certo concerto foi negada em uma cidade próxima, ele liga para a produção para poderem usar a sua permissão para realizarem o show na cidade dele. Claro que Elliot devia estar mais preocupado em pagar suas contas, não em fazer história com um evento que atraiu mais de meio milhão de pessoas para os tais "Três dias de música, paz e amor.".
Assim como o citado Cavalgada com o diabo, esse filme sofre da falta de paixão que Lee costuma dar aos seus filmes. Os personagens do filme são caricatos e pouco interessantes. Até mesmo Liev Schreiber, sempre ótimo, tem que se esforçar muito para fazer com que seu personagem, um segurança travesti de peruca loura, não pareça tão ridículo. O resto do filme é apenas uma bagunça generalizada, e não uma bagunça boa como foi o concerto. O núcleo familiar lembra mais uma sitcom que outra coisa.
Filmes que mostram essas pequenas histórias, funcionam para pequenas coisas. Como funcionaria uma mulher que tentasse conhecer Hendrix por exemplo. Elliot estava no centro de tudo. Aquilo tudo aconteceu por causa dele, e ele é apático demais para ser o personagem central daquilo tudo. Michael Lang, que parece ser o maior cabeça da empreitada, mostra um personagem tão mais interessante que me faz perguntar porque ele não foi o protagonista do filme. E um filme sobre o responsável por Woodstock, merecia um pouco mais de show, mesmo que fosse de trilha sonora ao invés de uma música de fundo em um único momento.

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