quinta-feira, 6 de junho de 2013

O HOMEM DA MÁFIA - KILLING THE SOFTLY


NOTA: 5.
- América não é uma país, é um negócio.

Este filme é desses que começam devagar. Isso seria desculpável, mas o problema é que o que se segue é um desenvolvimento mais lento que conclui sem melhorar nada. A história é sobre um assalto a um lugar onde mafiosos jogam pôquer, e é preciso que cuidem de todos os envolvidos. Esse assunto vai ser melancolicamente resolvido por um assassino profissional entre as muitas e longas conversas filosóficas que ele vai ter com diversas pessoas.
O filme é escrito e dirigido por Andrew Dominik, que realizou antes o igualmente ambicioso O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford, também com Brad Pitt no papel principal. O resultado não é muito diferente, já que a dupla mira alto e resultado acaba sendo um tanto quanto decepcionante. Nesse caso, é ainda menos interessante que o faroeste, que pelo menos tinha uma fotografia impressionante e um personagem icônico.
O assassino aqui é Jackie, interpretado por um Brad Pitt tentando ser "cool", mas também frio e distante. O resultado é um pouco estranho, pois o personagem principal parece ser totalmente sem emoção. É como se ele estivesse destacado de tudo que acontecesse em sua volta, e permitisse somente seus coadjuvantes a terem emoções. Uma atuação mais ou menos equivalente ao que entregou no outro filme dirigido por Andrew Dominik.
Entre os outros mafiosos, há diversas caras facilmente reconhecíveis. O chefe é interpretado por Richard Jenkins. Outro matador de aluguel tem as feições de James Gandolfini. Como o chefe da banca de poker, está Ray Liotta, que parece sempre presente em filmes desse tipo. É difícil dizer que não é ótimo ver todo esse talento junto, mesmo que o resultado não seja exatamente um sucesso eles afastam o filme de um fracasso total.
Todo o filme, seja pelos carros que vemos ou pelas roupas que os personagens vestem, remete a um tempo mais antigo. E tudo isso parece deslocado quando se para pra pensar que na verdade tudo acontece em 2008, logo depois do furacão Katrina. É uma espécie de tentativa de dar uma relevância mais moderna a história. O ato parece um tanto desesperado e não melhora em nada a história, exceto na tirada final do filme que resulta na frase transcrita acima.
No final, o que temos é um festival de clichês pretensioso demais para o meu gosto. Parece que já vi uma centena de filmes ou mais contando exatamente o que se apresenta aqui. Talvez a única diferença, seja que este é um filme feito por homens, com homens e quase exclusivamente para homens. A única mulher que me recordo no filme inteiro é uma prostituta que aparece por pouco tempo e que mal recordo de seu rosto. E a única pergunta que me resta neste filme é como essa máfia  se sustenta financeiramente. Não há um único cidadão envolvido, e todos os golpes e negociações são feita entre os próprios mafiosos. Não consigo entender como esse método pode ser autossustentável. 

2 comentários:

  1. Ola! Gostei muito da sua forma de escrever, não conhecia esse filme, mas realmente, parece bem pra homens, não sei se a temática me atrairia, já que até hoje eu não tive paciência pra assistir "O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford"
    Muito bacana seu espaço. Um abraço!

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