NOTA: 5.
- América não é uma país, é um negócio.
Este filme é desses que começam devagar. Isso seria desculpável, mas o problema é que o que se segue é um desenvolvimento mais lento que conclui sem melhorar nada. A história é sobre um assalto a um lugar onde mafiosos jogam pôquer, e é preciso que cuidem de todos os envolvidos. Esse assunto vai ser melancolicamente resolvido por um assassino profissional entre as muitas e longas conversas filosóficas que ele vai ter com diversas pessoas.
O filme é escrito e dirigido por Andrew Dominik, que realizou antes o igualmente ambicioso O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford, também com Brad Pitt no papel principal. O resultado não é muito diferente, já que a dupla mira alto e resultado acaba sendo um tanto quanto decepcionante. Nesse caso, é ainda menos interessante que o faroeste, que pelo menos tinha uma fotografia impressionante e um personagem icônico.
O assassino aqui é Jackie, interpretado por um Brad Pitt tentando ser "cool", mas também frio e distante. O resultado é um pouco estranho, pois o personagem principal parece ser totalmente sem emoção. É como se ele estivesse destacado de tudo que acontecesse em sua volta, e permitisse somente seus coadjuvantes a terem emoções. Uma atuação mais ou menos equivalente ao que entregou no outro filme dirigido por Andrew Dominik.
Entre os outros mafiosos, há diversas caras facilmente reconhecíveis. O chefe é interpretado por Richard Jenkins. Outro matador de aluguel tem as feições de James Gandolfini. Como o chefe da banca de poker, está Ray Liotta, que parece sempre presente em filmes desse tipo. É difícil dizer que não é ótimo ver todo esse talento junto, mesmo que o resultado não seja exatamente um sucesso eles afastam o filme de um fracasso total.
Todo o filme, seja pelos carros que vemos ou pelas roupas que os personagens vestem, remete a um tempo mais antigo. E tudo isso parece deslocado quando se para pra pensar que na verdade tudo acontece em 2008, logo depois do furacão Katrina. É uma espécie de tentativa de dar uma relevância mais moderna a história. O ato parece um tanto desesperado e não melhora em nada a história, exceto na tirada final do filme que resulta na frase transcrita acima.
No final, o que temos é um festival de clichês pretensioso demais para o meu gosto. Parece que já vi uma centena de filmes ou mais contando exatamente o que se apresenta aqui. Talvez a única diferença, seja que este é um filme feito por homens, com homens e quase exclusivamente para homens. A única mulher que me recordo no filme inteiro é uma prostituta que aparece por pouco tempo e que mal recordo de seu rosto. E a única pergunta que me resta neste filme é como essa máfia se sustenta financeiramente. Não há um único cidadão envolvido, e todos os golpes e negociações são feita entre os próprios mafiosos. Não consigo entender como esse método pode ser autossustentável.
Ola! Gostei muito da sua forma de escrever, não conhecia esse filme, mas realmente, parece bem pra homens, não sei se a temática me atrairia, já que até hoje eu não tive paciência pra assistir "O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford"
ResponderExcluirMuito bacana seu espaço. Um abraço!
Valeu, Pandora.
ExcluirObrigado você.
Abraço.