NOTA: 5.
- As únicas pessoas pra mim são as loucas. Loucas para viver, loucas para falar, loucas para serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo.
Este filme é baseado em um livro muito celebrado mundialmente. Reconheço que ainda não tive o prazer de ler o livro, mas vendo o filme me pergunto o quanto de história ele realmente tem para contar. O herói de Jack Kerouac, Sal Paradise (que é o próprio Kerouac), não parece ser mais que uma simples companhia para o carismático ladrão de carros Dean Moriarty, com quem se junta e parte para uma viagem de carro que cruza diferentes lugares dos EUA e do México.
Parece que o grande motivo da viagem é experimentar diversos tipos de drogas. E no caminho das drogas, seguem também muita bebida, mulheres e jazz. A desculpa de Dean (Garrett Hedlund) para a viagem, é procurar seu pai, mas o que realmente parece é que ele simplesmente curte muito todo o resto para parecer realmente preocupado em achar o pai. Dean é um sujeito com tanto carisma, que foi capaz de inspirar toda uma geração que leu o livro.
A escolha do diretor brasileiro Walter Salles parece acertada, já que não é a primeira que acompanha jovens em uma jornada atrás de auto-conhecimento. Não faz tanto tempo atrás, Hollywood pode acompanhar a jornada de Che Guevara pela América do Sul em Diários de Motocilceta. Agora, acompanhamos como Sal Paradise/Jack Kerouac (Sam Riley) foi moldado a ser o que é depois de viajar com Dean. Não é a toa que o filme encontra seu final quando Sal senta em sua máquina de escrever e digita "Eu conheci Dean..."
E Dean é um jovem que atrai a atenção de Sal. Como disse, apesar de dizer que está a procura do pai, tudo parece apenas uma desculpa. Seu verdadeiro interesse parece mais ficar dentro de um carro atrás de garotas e drogas. A própria mulher de Kerouac é interpretada no filme por Kirsten Dunst logo após que teve um filho com Dean. Nesta cena, ela lhe pergunta se ele sabe o quanto ela sacrificou por ele. Dean não sabe. Ou se sabe, não parece se importar com nada além dele mesmo. Apesar de atrair admiração de seus colegas, ele não é exatamente o que se pode chamar de amigo.
A viagem que eles realizam é até interessante, mas não o suficiente para prender a atenção da plateia por tanto tempo. Pelo menos não prendeu a minha atenção. A verdade, é que conseguem tanta excitação quanto uma dupla de amigos que não tem dinheiro nenhum consegue ter. O que não é realmente muita coisa. Assim como o filme acaba não oferecendo tanta diversão também. Apesar de talentoso, Salles não colocou no filme o suficiente para contar uma história como essa. Nem mesmo se aventura para mostrar os "loucos". E mesmo Dean não parece o louco que deveria ser e apenas realiza suas idas e vindas para dar andamento à história.
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