terça-feira, 1 de junho de 2010

ILHA DO MEDO


NOTA: 6.
"Eu fico perguntando que é pior: viver como um monstro ou morrer como um homem bom?" Teddy Daniels

Sempre que um novo filme de Scorcese está para ser lançado, uma grande expectativa se lança em cima do projeto. Certamente ele é uma lenda do cinema e um dos poucos profissionais da sua época que continuam filmando com qualidade. A única outra exceção que me vem à cabeça é Eastwood, mas esse na verdade hoje filma com qualidade superior. Infelizmente, mesmo os grandes cineastas não estão livres de decepcionar a platéia. E foi assim que me senti ao final de Shutter island, sua quarta parceria com DiCaprio. Não que o filme seja ruim, é só que seu nome gera as tais expectativas de tinha falado antes.
A ilha do título, é uma espécie de Alcatraz da psiquiatria. Os criminosos considerados insanos vão para lá, de onde parece ser impossível fugir. É lá que chegam Teddy Daniels (DiCaprio) e Chuck Aule (Mark Ruffalo), dois agentes federais para investigar a fuga de uma paciente. A chegada na ilha chega a ser sinistra, como a equipe de filmagem que chega na ilha de King Kong. Antes que esqueça, vale ressaltar que a época é logo após a segunda guerra mundial e plena época da guerra fria.
Aos poucos o diretor vai trocando o tom do filme. O que começou com um policial noir vai dando espaço a um drama psicológico. Parece haver algo errado com aquela instituição dirigida por Ben Kingsley e Max Von Sydow. O drama policial vai dando espaço para o psicológico e a própria sanidade dos personagens começa a ser questionada. Até mesmo uma conspiração de experimentação psicológica que pode estar acontecendo na clínica surge. O que será verdade e o que não é?
Aqui é que o filme perde sua força. Scorcese tenta realizar um filme com toques de Hitchcock, mas mesmo com sua enorme habilidade isso é uma tarefa isso se mostra ingrata. O mestre do suspense se valia se um único MacGuffin (um truque no filme, para enganar a platéia) em seus filmes. Scorcese faz uso de tantos que o filme parece estranho demais e fica a impressão que algo está muito errado.
O resultado faz com que o filme fique confuso em demasia e perca seu ritmo. Acho que a única coisa que impede o filme de ficar sonolento é a participação de ótimos atores como Emily Mortimer, Patricia Clarckson e Jackie Earle Haley. O final acaba sendo fraco demais para um filme desse porte. Claro que alguns dirão que há um detalhe no final que grita a genialidade do diretor. Eu não concordo. Facilmente se percebe que nenhuma cena no final se compara com as do meio do filme, quando ele ainda tinha um ritmo (em especial as cenas de sonho, que são maravilhosas). O final faz, na verdade, o resto do filme parecer desnecessário. Um desperdício de talento.

2 comentários:

  1. Eu digo que o filme ficou indecífrável.
    Não consigui separar a parte real e imáginária que o personagem viveu.
    Fiquei me perguntando a partir de que parte passa da ilusão para o realístico.
    Se puder me esclarecer ficarei agradecida.
    Assinado por Carol
    E-mail:carol10.tm@hotmail.com

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  2. Difícil dizer.
    Scorcese é muito esperto para deixar a resposta tão fácil assim.
    Mas talvez essa seja a graça do filme, não?

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