domingo, 23 de novembro de 2008

O TROCO - PAYBACK


NOTA: 6,5.
O troco foi o filme de estréia na direção de Brian Helgeland. O roteirista tem uma carreira um tanto quanto eclética e irregular. De seus roteiros saíram filmes memoráveis, bons, esquecíveis e alguns tenebrosos. No terreno do terror, ele começou escrevendo o roteiro do quarto filme do Fred Krueger, continuou escrevendo roteiros para uma série baseada no filme “Sexta feira 13”, depois do (esquecível, e não lembro de ter visto nado sobre ele antes), “Highway to Hell”, ele dirigiu na TV um roteiro seu para “Os contos da cripta”.

Então sua fase terror acabou, e a policial começou com o irregular “Assassinos”, de Richard Donner. Ainda que fraco e irregular, ele começava a mostrar pra quê veio. Então Curtis Hanson o chamou pra escrever um roteiro baseado num livro. Do roteiro, saiu nada menos que “Los Angeles, cidade proibida”, que elevou a astro o ator Russel Crowel além de lhe dar o Oscar de melhor roteiro adaptado (concorreu também a melhor filme). No mesmo ano, repetiu a dobradinha com Donner em “Teoria da conspiração”, e dessa vez se saiu muito melhor e entregaram um bom filme de ação.

Aí veio a queda. Com seu trabalho ganhando status, o roteirista deve ter exagerado no caldo, o que “cometeu” o roteiro de “O mensageiro”, filme estrelado e dirigido por Kevin Costner (que com esse filme colocava o último prego no seu caixão como diretor). Escreveu e dirigiu “Coração de Cavaleiro”, um “épico pop” (existe isso?) com Heath Ledger. Apesar de ser bobo, continuou mostrando ser um roteirista muito além da média. Então ele voltou aos eixos. Seu próximo roteiro foi de “Dívida de sangue”, dirigido por Clint Eastwood. Um bom filme policial. Em 2003, dois trabalhos seus foram as telas. Escreveu e dirigiu o devorador de pecados (filme de “terror” esquecível) e (novamente) Eastwood dirigiu um roteiro seu em “Sobre menino e Lobos”. Aqui, o ponto mais alto de sua carreira (que lhe valeu outro Oscar e que comentarei em outra ocasião). Em 2004, escreveu o regular “Chamas da Vingança”.

Esse “O Troco” se encontra entre “O mensageiro” e “Coração de cavaleiro”. O problema que o filme dá impressão, é que poderia ser mais e melhor (dirigido, principalmente). E por aí vai.

Sendo assim, o classifico como um filme mediano. O roteiro está além de muita coisa que se vê no mercado. Se estivesse entregue nas mãos de um diretor competente (ou com mais nome, afinal ele lançou a versão do diretor que de repente pode ser melhor que o material que foi pro cinema) poderia ter sido um filmaço. Infelizmente, não foi. Querendo fazer uma homenagem aos policiais noir, a fotografia é escura e toda puxado pro azul, porém seus enquadramentos óbvios e pouco criativos subaproveitam a linda fotografia do filme. Junta-se isso a falta de suspense em certas e vê-se um subaproveitamento do roteiro.

Mel Gibson faz o que pode. Sabe que é um ator limitado, mas a construção de seus personagens são sempre boas (é difícil dizer que certo papel não é pra ele, não?). A combinação dos dois se saiu mediana, mas será que Eastwood ou Donner não poderiam fazer melhor? Ainda bem que ele não tentou dirigir “Sobre meninos e lobos”...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...