terça-feira, 18 de novembro de 2008

300


NOTA: 7
Um gladiador modernoso?

Re-assisti a esse filme hoje, pois antes só o tinha assistido na telona. Não me impressionou tanto quanto eu havia ficado no cinema. O filme perde muito do seu impacto na telinha, e deixa fácil identificar o porquê. 300 é um filme de visual puro. A história por outro lado...

A culpa não é do diretor. Na verdade, seu esforço foi louvável. Fiquei lembrando dos quadrinhos e lembro que nunca achei a história realmente boa. Na verdade é um arremedo de história e muito da mal contada. Ou seja, os quadrinhos também apresentam um enredo fraco e visual impressionante. Só tem esse ar todo de grande coisa por se tratar de uma obra do (em minha opinião, irregular e superstimado) Frank Miller. E só.

Snyder ainda se defende como pode. Começa não cometendo o mesmo que Rodriguez fez com seu “Sin City”: 300 é um filme, não uma animação dos quadrinhos do autor. Então a história não é exatamente igual à dos quadrinhos. Está melhorada com subtramas acrescentadas e outras subtraídas. A personagem da rainha tem papel mais importante e por aí vai. E mesmo com todo o esforço do diretor com os roteiristas, a história continua sendo fraca...

O quê fazer então?
Exatamente o que ele fez. Todas as tomadas de 300 são visualmente lindas. Filmado todo em Chroma, o diretor se faz valer de cenários impressionantes e dá uma cor e textura ao filme que o deixa muito mais bonito e impressiona ainda mais que os quadrinhos de Miller. Ainda flerta com Gladiador (as cenas no campo de trigo...). As lutas coreografadas completam o espetáculo.

Outros poréns? Além do roteiro, há uma ou outra coisa que me incomodou.
O excesso de câmera lenta foi um deles. Há uma cena mais lenta pelo menos de cinco em cinco minutos, mas não atrapalha tanto a trama, só dá impressão de que o filme poderia ser mais curto. O que mais me incomodou mesmo foi a narração. Eu não gosto de filmes que sejam muito narrados. Apesar de ainda ter diminuído, ainda ficou muita coisa, muito blá-blá-blá desnecessário (imaginem o efeito que Sin City causou em mim tendo 5 minutos de narração ininterrupta!).

O balanço do filme porém, é bem positivo. O diretor fez um belo trabalho com o material que tinha. É um bom diretor que pode se consagrar agora com a estréia de seu próximo trabalho: a adaptação da bíblia dos quadrinhos, Watchmen. Estou curioso pra saber se ele vai conseguir reduzir a complexa trama, pra caber em um filme, de modo a não diluir a história. Até agora já comprovou que tem talento e eu fico na torcida. Porque esse sim é um material de primeira, e se não conseguir ultrapassar “O cavaleiro das trevas” (já que, esse sim é muito surpreendente e disparado o melhor filme já baseado num quadrinho), que passe muito perto...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...