segunda-feira, 23 de julho de 2012

O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS - TINKER TAILOR SOLDIER SPY


NOTA: 8.
- Não somos tão diferentes um do outro. Nós dois passamos a vida procurando fraquezas um no outro.

É assim que acredito que deva acontecer no ramo da espionagem internacional. Nada de grandes cenas de luta, perseguições de carros e grandes explosões. O que temos aqui são homens cansados, fumando e bebendo enquanto conversam incansavelmente sobre um determinado enigma. O enigma aqui é um espião soviético infiltrado dentro do MI6, a inteligência britânica. E, simples como é o filme, o espião não está em algum lugar exótico ou coisa do gênero, mas dentro da sala onde os homens debatem.
O filme é baseado no livro de John Le Carre de 1974, e ao que parece o filme tem um tom autobiográfico. Seu nome real seria David Cornwall, um ex-agente britânico do MI6 que foi um dos traídos por Kim Philby, um espião soviético infiltrado. Nessa versão, os homens são liderados por Control (John Hurt), que estudando uma série de vazamentos de informações conclui que existe um espião e chega a uma lista de 5 suspeitos muito próximos a ele. 
Cuidadosamente, o filme nos apresenta os suspeitos, todos interpretados por conhecidos atores britânicos. Do nome original do filme (Tinker tailor soldier spy), o "andarilho" é Percy Alleline (Toby Jones), o "alfaiate" é Bill Haydon (Colin Firth) e o "soldado" é Roy Bland (Ciarán Hinds). Além disso, temos o "pobre" Toby Esterhase (David Dencik) e o "mendigo" George Smiley (Gary Oldman), o homem de confiança do Control. "Espião", obviamente, é o informante a ser descoberto.
Sem atualizar a história, temos um filme que se passa em londres durante a década de 1970. Descobrimos logo de cara sobre um general húngaro que parece conhecer a identidade do informante. Numa conversa muda entre Control e o tal general, que dá o tom do filme, ele designa Jim Prideaux (Mark Strong) para ir conversar com esse homem. A missão não dá certo e isso serve apenas para alertar os soviéticos. O fracasso causa também o afastamento de Control e Smiley, mas depois que o primeiro morre, Smiley é convocado para encontrar o informante.
O que se segue são inúmeras reuniões em lugares fechados e todas com um nível de paranóia altíssimo, assim como alguns flashbacks que podem ajudar nas investigações de Smiley, apesar de não termos absoluta certeza de que realmente ajudam. Isso tudo filmado através de uma certa névoa (as vezes pode ser fumaça de cigarro) que permeia toda a ação do filme. A câmera segue implacável os personagens se movendo de forma sinistra. Tudo muito eficaz.
O filme é dirigido por Tomas Alfredson, que realizou Deixa ela entrar, o melhor filme de vampiro que temos recentemente, e ele parece acertar em tudo. O único problema do filme, para mim, é o roteiro, que não parece ter conseguido acertar uma forma de resumir a história de forma que ficasse clara. Para total esclarecimento, o filme exige o conhecimento de inúmeros personagens, alguns com nomes complicados, um número ainda maior de acontecimentos e isso sem contar com possibilidades quase infinitas de possíveis acontecimentos. Tudo parece em ordem e no lugar, mas a confusão do roteiro não fez com que o filme funcionasse plenamente para mim.

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