terça-feira, 15 de setembro de 2009

NO LIMITE, A HISTÓRIA DE ERNIE DAVIS




NOTA: 7,5.
“Engraçado. A maioria das pessoas acha que minha vida tem sido apenas sobre futebol. Eu mesmo pensei isso. Mas futebol é só um jogo. O que interessa é pelo que você joga.” Ernie Davis
Essa fala resume um pouco do filme. Baseado na vida do falecido jogador Ernie Davis, este filme conta uma história não apenas de futebol, mas de superação contra as dificuldades e o preconceito.
Você pode achar um pouco parecido com Duelo de Titãs, mas não é. Se no filme com Denzel Washington um time inteiro integrado se levantava contra o racismo, aqui apenas um homem se levanta para fazer a diferença.
Desde sua infância, Davis não tem uma vida fácil. Ele enfrenta seu problema para falar (ele é meio gago). “Parece que as palavras não vem à cabeça.”, ele diz. Além disso, desde sempre as pessoas dizem para ele aonde pode ir ou não, o que fazer ou não, pelo simples fato de ser negro.
Ele cresce e se transforma num dos maiores “corredores” de futebol americano. “O Expresso de Elmira”. E é chamado por Schwartzwalder (Dennis Quaid), o técnico de futebol da Universida de Syracuse. São apenas três negros no time, mas é Davis quem chama atenção. Rapidamente ele se torna o astro do time. O adversário a ser batido não apenas pelo seu talento, mas também pelos racistas que querem se mostrar superior.
Seu sucesso não facilita sua vida. Ele tem que usar a entrada de serviço em hotéis, dormir em quartos de serventes, e mesmo quando ganha o campeonato e conquista o troféu de melhor jogador da temporada, ele não pode ir a festa pois “não aceitam pessoas de cor”.
O que enriquece mais o filme, é que além de futebol e a superação de Davis, vemos a amizade entre ele e seu treinador. Pelos padrões da época, ele devia ser considerado o mais perto possível de uma pessoa não racista. Para a época. A princípio ele não se preocupa com a pessoa, mas com o atleta. Davis joga por muito mais que o futebol, e ele precisa do treinador do lado dele para isso.
Davis vai além do que podiam imaginar. Ele se torna o primeiro negro a ganhar o prêmio Heisman, dada por excelência atlética. Parece muita coisa para se contar, mas a verdade é que são apenas 23 anos de vida do jogador. Quando chega a sua hora de passar a bola adiante, ele diz: “Quer ser como eu? Isso não é suficiente.”
Claro que apenas ele dizer isso não é o suficiente. Seu treinador diz que nunca haverá um outro Ernie Davis. Ele provavelmente está dizendo a verdade. Filmes sobre esporte não costumam dar errado, desde que haja uma grande história por trás. E essa é grande. Pena que seja outra que esteja na galeria de filmes que não chegam ao Brasil.

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