quarta-feira, 9 de setembro de 2009

COM MÉRITOS



NOTA: 8.
“Eu tinha uma casa. Tinha um lugar quente pra dormir, 17 banheiros 8 andares de livros. Eu tinha um palácio. Sabe por que preciso de uma casa? Por sua causa. Porque quando você olhou pra mim não viu um homem.” Simon Wilder
Esse é mais um dos filmes da Sessão da Tarde que também era repetidamente exibido logo após Vale a Pena ver de Novo (Sim, são muitos e muitos anos que a programação não muda).
Eu lembro de achar que a história, apesar de bonita, não parecia muito verossímil. Um mendigo morando na biblioteca de Harvard? Não pode ser. Ainda por cima ele lia Germinal, de Emile Zola.
Foi quando lembrei de uma história aqui no Brasil. Um homem que vivia há 12 anos nas ruas, estudou sozinho e passou para o concurso do Branco do Brasil. Se considerarmos que concursos públicos são a opção de vida de muita gente e gera um negócio lucrativo para os cursos preparatórios, ele ter estudado sozinho e passado é muita coisa. E se isso foi possível...
Monty é um estudante de Harvard. Não é rico como a maioria das pessoas de lá. Então fez da sua carreira seu projeto de vida. Nada mais importa para ele. Nada de diversão, apenas está focado na sua tese final para se formar com méritos. Até que seu computador “torra” com uma queda de luz. Com medo de perder a única cópia impressa que tem ele vai tirar cópias no meio da noite.
No caminho ele tropeça e sua cópia cai na sala das caldeiras da biblioteca. Quando chega lá, ele descobre que o mendigo Simon Wilder está usando sua tese para se manter aquecido. Desesperado pra tê-la de volta, ele concorda em trocar uma coisa por uma página da sua tese. De 88, ele agora procura recuperar as 83 páginas que restam. Ao invés de realizar a troca, ele telefona para a polícia. Simon Wilder porém, não está com sua tese. “Se tivesse uma apólice, andaria com ela?” ele diz. Assim, Monty deve mantê-lo por perto pra realizar a barganha.
É claro que esse encontro vai trazer mudanças para Monty. Não apenas ele, mas também seus companheiros que dividem a casa com ele: o irritante Jeff, o amor não consumado Courtney e o rico Everett. Todos acabam se envolvendo com o adorável mendigo, que chega a “ensinar” em uma classe Harvard. Simon é muito mais inteligente do que parece.
O filme tem dois defeitos, em se tratando da vida de um mendigo, que no mínimo tem uma vida errática, o filme é certinho demais. Um pouquinho de loucura seria muito bem vindo. Ao invés, o roteirista está tão preocupado com as fórmulas que chega a ser fácil antecipar o que vai acontecer em seguida.
Ainda assim, o filme consegue emocionar, em especial pelas boas interpretações de Brendan Fraser, que quando quer entrega ótimas performances como essa e Deuses e Monstros, e o sempre ótimo Joe Pesci. Além disso, apesar de formulaico, conta uma história bonita que emociona.

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