terça-feira, 15 de janeiro de 2013

TUDO PELO PODER - THE IDES OF MARCH


NOTA: 8.
- Todos os repórteres te amam. Até mesmo os que te odeiam te amam.

O candidato Morris, interpretado por George Clooney, realmente só pode ser fictício. Quando lhe perguntam de religião, ele diz que sua crença é na Constituição dos EUA. Ele é a favor de criar mais empregos e é contra a guerra. É um político liberal que permanece com sua aura tranquila enquanto inflama as multidões com seus discursos. O fato de ser interpretado pelo astro somente o deixa mais interessante. Na teoria poderia conseguir muitos votos. 
Ao mesmo tempo, independente se o candidato é republicano ou democrata, me encontrei em dificuldades de conectar os discursos do político, sempre vagos e abertos a discussões, com o mundo que ele supostamente tenta retratar. Morris baseia toda a sua campanha em ideais que vão depois se esvaindo conforme a história vai sendo contada. A luta comente parece ser desigual porque praticamente não vemos seu adversário quase nunca.
Por trás da campanha de Morris, temos o personagem principal da nossa história, Stephen Meyers (Ryan Gosling). Ele trabalha diretamente para Paul Zara (Philip Seymour Hoffman), gerente da campanha. Contra eles está o outro gerente, Tom Duffy (Paul Giamatti). Talvez por ser baseado em uma peça de teatro, Clooney (que também dirige o filme) deve ter feito questão de se cercar de um elenco capaz de passar credibilidade em qualquer circunstâncias e diálogos.
Meyers tenta ser um idealista de verdade no meio de um universo extremamente cínico. Todas essas pessoas escolheram a mentira como meio de sobrevivência. Não sei o quanto ele acredita em seu candidato ou se ele simplesmente acredita em si mesmo o suficiente para fazer de Morris ideal para o cargo, ainda que na sua cabeça. É durante o momento de maior tensão da campanha que ele acaba se envolvendo com uma estagiária, Molly (Evan Rachel Wood) e mantém uma estranha relação profissional com uma jornalista interpretada por Marisa Tomei.
Apesar de um grande melodrama sobre quem vai conseguir o apoio de um senador, o filme não consegue transmitir a gravidade necessária que a história necessita. E ainda, não acrescenta em nada ao já conhecido mundo da política. Sim, os políticos mentem, os repórteres nem sempre tem acesso à verdadeira história e as mulheres não são tratadas com respeito por homens poderosos. Se isso parece novidade, talvez vá achar um filme mais interessante do que eu.
Claro que isso também não quer dizer que se trata de um filme sem atrativos. Clooney consegue extrair ótimas interpretações e já está acostumado a tratar de filmes que falam de homens sob pressão. Ele também dá informações em quantidade suficiente para manter o interesse, mas infelizmente eu acabei esperando por um pouco mais. É como quando ouve um político. Você ouve e espera que ele cumpra, mas infelizmente isso quase nunca acontece.

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